Capítulo 5 - Tensões, ações e reações

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“Duvida da luz dos astros, de que o sol tenha calor. Duvida até da verdade, mas confie no meu amor”.

— William Shakespeare

Tenho a impressão de que a cama está mais fria do que de costume. Instintivamente tateio o colchão para encontrar o vazio. Afundo meu rosto no travesseiro e solto um gemido grave de frustração. Os próximos dois dias serão uma merda assim como hoje. Quando Eva não está por perto, nada fica bem para mim. Normalmente acordo primeiro que ela, mas ontem fomos dormir tarde e o remédio também ajudou a pesar o sono.

Me levanto sem a menor vontade de encarar o mundo e me direciono ao banheiro. Abro a ducha e começo a tirar a roupa lentamente enquanto espero a água esquentar. Impossível não pensar na noite de ontem. Eva teve um pesadelo horrível com Nathan. Estava tão assustada, tão indefesa e se sentia suja. Ela precisava provar para si mesma que nada havia mudado, precisava que eu provasse que nada havia mudado.

Entro no chuveiro e a água quente cai em cascatas pelo meu corpo, relaxando os músculos, molhando meu rosto e meus cabelos. Fecho os olhos e começo a repassar o que aconteceu após o pesadelo.

FLASHBACK

Entrei na ducha e comecei lavando seus cabelos sedosos. Em seguida ensaboei seu corpo curvilíneo sem deixar nada passar. Ela se arqueou na direção dos meus dedos, que massageavam cada pedaço de sua pele.

“Vou cair”, ela gemeu com a voz carregada de prazer.

“Eu pego você, meu anjo. Nunca vou deixar você cair”, murmurei.

Eu me abaixei para ensaboar suas panturrilhas e, por mais que eu estivesse salivando de vontade de cair de boca naquela bocetinha gostosa, eu tinha que me controlar. Não era a hora. Ela se virou de frente para mim e agarrou meu queixo, fazendo com que eu olhasse para cima. As feições que deixavam seu rosto com uma expressão torturada desapareceram.

“Você faz tão bem pra mim, Gideon”, ela disse num tom de voz suave. “Não sei como pude me esquecer disso. Mesmo que só por um instante”.

Respirei fundo e expirei o ar com força. A missão da minha vida é essa: fazê-la feliz. Me senti culpado porque Eva estava de certa forma, se desculpando por algo que, de fato, ela não precisava se desculpar. Afinal, ela não sabia o que tinha acontecido no escritório e eu não me mostrei disposto a esclarecê-la. Eu sabia que ela estava lutando entre acreditar em mim e acreditar nas supostas evidências que a levaram a pensar que eu havia lhe traído.

Fui me levantando com as mãos subindo pelas suas coxas até estar totalmente de pé. Beijei sua boca bem de leve.

“Sei que um monte de merda aconteceu hoje. Porra... esta semana toda. Pra mim também não está sendo nada fácil”. Eu só queria sumir com Eva, para bem longe.

Ela resmungou um “eu sei” e me abraçou, se entregando mais uma vez. O contato com sua pele quente e úmida me fez ficar duro de desejo e minha situação só piorou quando ela se aninhou a mim.

 “Eva...” eu disse rouco e limpei a garganta em seguida. “Me deixe terminar, meu anjo”.

Diminuindo ainda mais o espaço entre nós, ela mordeu meu mamilo e agarrou minha bunda com ambas as mãos, fazendo minha mente entrar em parafuso. “Por que você não começa em vez de terminar?”

“Não era isso que eu tinha em mente”, sussurrei.

Eu sabia que se continuássemos assim as coisas iriam se encaminhar para o sexo, mas eu não podia me aproveitar da fragilidade de Eva assim. Ela poderia me repelir. Nada doeria mais do que tê-la longe de mim.

SÉRIE CROSSFIRE - Livro 2 (Gideon PDV): Profundamente MinhaWhere stories live. Discover now