« trinta e dois »

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Zayn Malik 

Entrei dentro da sala e rapidamente me meti à frente de Catherine, levando um soco de Freya por ela. A mesma parou chocada e deu um passo atrás olhando-me confusa, Molly apenas ficou um pouco mais atrás encarando provavelmente a cena estranha que se havia instalado logo que entrei.

- Podem sair... - murmurei retirando a fita cola dos pulsos da morena inconsciente na cadeira.

- Mas... - Freya sussurrou.

- Abusas-te demasiado Freya, pelo menos pensas-te um pouco? - questionei sem olhar para ela.

- Eu apenas fiz o que te mandas-te! - exclamou indignada.

- Eu disse para espancarem, não para deixar inconsciente. - expliquei. - Podem ir, os rapazes também.

- E o plano? - Molly indagou reticente.

- Esqueçam o plano! - gritei sem retirar os olhos de Catherine. - Vão! - pedi praticamente gritando.

- Okay. - Freya falou friamente. - Vamos Molly.

Uns minutos se passaram até ouvir a porta principal ser fechada com uma força desnecessária, ajoelhei-me podendo ver finalmente o seu estado. E dizer que não lhe fizeram mal, seria apenas um eufemismo. Elas magoaram-na de verdade, elas descarregaram a raiva delas nela, sendo que nem o deviam ter feito, a culpa não é dela não de todo. E a culpa de tudo isto é minha.

- Desculpa... - sussurrei.

Peguei na morena ao colo e sai daquela sala, subi as escadas calmamente e deitei-a na cama. Observei-a durante alguns segundos e suspirei pesadamente ao ver as manchas roxas de sangue pisado no seu rosto, uma delas devia de ter um anel pois a sua pele estava arranhada, os seus lábios estão bastante magoados. E como uma pessoa que não usufrui de profissão médica, não posso dizer se ela tem mais alguma coisa. Peguei no telemóvel e marquei o número de Calum, ele saberá o que fazer.

- fechei a porta após o moreno entrar. - Ela está lá em cima. - ele assentiu e ambos começamos a subir as escadas.

- O que lhe aconteceu? - questionou observando com detalhe a rapariga deitada na cama.

- Uma merda de ideia que eu tive, a Molly e a Freya espancaram-na a meu mandado. - ele olhou-me espantado. - Foi um plano para trazermos os Crips até nós.

- É a Catherine? - assenti.

- Como é que ainda não a matas-te? - questionou confuso.

- Faz o que tens a fazer, depois podes ir embora. - falei com alguma raiva.

E assim o fez, fiquei no quarto o tempo todo, e quem retirou a sua t-shirt fui eu pois não quis que Calum o fizesse. A sua barriga também estava magoada, e isso só aumentou a raiva que eu já sentia de mim mesmo. Foi quase uma hora de pequenos exames provisórios, e quando o moreno envolveu uma ligadura em torno do seu tronco eu sabia que algo estava errado com as suas costas.

- Ela tem de ir para o hospital. - ele disse olhando-me sério. - Ela não tem apenas duas costelas partidas, a surra que elas lhe deram não foi nem um pouco amigável.

- Fodasse...

- Não devias ter metido uma rapariga cheia de ódio, a dar porrada numa rapariga que não se podia defender por estar presa, e ainda juntando mais uma. - explicou. - Um tanto covarde.

- Não a podemos levar para o hospital, estamos com a polícia à perna. - murmurei baixo.

- Eu tenho os meus contactos. - pegou no telemóvel. - Mas tu não vais poder ir. - assenti calmamente e suspirei.

× três dias depois ×

Entrei no quarto onde Catherine estava e retirei a máscara verde do rosto, despi também a capa verde ou lá como se chama. Sentei-me como sempre na poltrona ao lado da cama, deitei a cabeça em cima dos braços e suspirei. Ela não está em coma, apenas sobre efeito de morfina demasiado forte, pois dizem que as dores que ela poderá sentir, não serão agradáveis. Eles querem que os ferimentos internos se sarem, para que não seja tão mau quando acordar.

- Acho que posso dizer que estamos todos arrependidos, principalmente eu e a Freya, ela por te ter dado a surra que deu e eu por ter sido inconsciente ao ponto de pedir para que te batessem. - acariciei a sua mão. - Se quiseres espancar um de nós quando acordares, podes espancar. - ri um pouco. - Eu ofereço-me para o ser. - retirei os cabelos do seu rosto e olhei as manchas ainda existentes na sua pele. - Eu tenho vindo aqui todos os dias de noite, porque não posso entrar no hospital como se ele fosse meu, por isso desculpa se não te estou a tratar da melhor forma, tal como tu tratas-te de mim naquele dia.

Senti a sua mão apertar a minha e rapidamente a olhei, podendo vê-la com os olhos semicerrados, mas logo os fechou.

- Estas bem? - negou lentamente. - Dói-te? - assentiu. - A culpa é minha. - ela assentiu freneticamente e posso dizer que um sorriso triste estava desenhado nos seus lábios.

- És uma merda... - falou baixo. - Pensei que eramos uma espécie de amigos. - vi-a engolir em seco.

- Eu não sei ter amigos, não sei qual é a forma certa de os tratar. - ela riu e eu encolhi os ombros.

- Bom não é assim. - fechou os olhos com força e pareceu tentar respirar. - Eu tenho sono.

- Dorme. - respondi de forma óbvia.

- Sinto que estou a dormir há anos. - ri e acariciei a sua mão fria. - Eu estou tão chateada. - a sua voz pareceu enfraquecer. - Tu humilhaste-me...

- Catherine eu...

- Deixa-me falar. - pediu a custo. - Eu senti-me um brinquedo nas mãos delas, um isco para os vossos planos! - apesar de ter exclamado a sua voz saiu baixa. - Eu não tenho nada haver com o meu pai, aliás eu nem devia pensar nele, tal como tu eu quero que ele morra... mas não usando-me! - abriu os olhos novamente e assim que o fez eu vi pequenas gotas no canto dos seus olhos, abri a boca espantado. - Foi horrível, ver os vossos sorrisos de vitória.

- Desculpa... desculpa mesmo. - largou a minha mão e fechou os olhos. Ela nunca chora e eu nunca peço desculpas.

- Não vou desculpar o que vocês me fizeram, tão cedo. - falou com sinceridade.

- Não esperava outra coisa. - murmurei. - Eu fui uma merda contigo.

- Podes-te ir embora... - sussurrou com raiva.

Sinto que ao início ela não havia percebido ou se lembrado do que havia acontecido, mas com o passar do tempo percebeu e isso explica o motivo da sua raiva súbita. Levantei-me e tal como me pediu eu sai.

OLAAAAAAAAAAA 😉😉😉😉

Disorder « z.m »Onde as histórias ganham vida. Descobre agora