« trinta e cinco »

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Catherine Cooper 

- Robert riu, e eu sorri ainda mais. - Catherine... - murmurou entre dentes. 

- Pai... - ela falou da mesma forma. - Não achas que devias ser mais esperto? Sei lá, saber que estarias a ser enganado? 

- Como é que és capaz de escolher o lado errado? O lado que nos quer mal? - questionou e eu ri. 

- Eu não estou em nenhum gangue, eu apenas quero o melhor para mim mesma. - falei colocando a arma no seu lugar. - Eu armei isto, é uma cilada para ti. - falei e vi todos aparecerem atrás do meu pai. - Eu mesma quero-te morto. - falei aproximando-me sem medos. - Tu abandonaste-me, tu fizeste da minha mãe um brinquedo, fizeste com que ela tivesse medo de ti, fizesses com que ela não fosse feliz por um bom tempo. - fiz uma pequena pausa. - Enquanto ela estava na merda, tu estavas lá em cima, com várias mulheres à tua volta, tu estava bem de vida! Eras o chefão e continuas a sê-lo, tens pessoas de merda a seguirem os teus passos! - falei com raiva. - Tens cães que dão a vida por ti, e tu nem sequer te importas com isso. - falei rindo. - És uma merda, e dá-me nojo pensar que o espermatozóide que me fez foi o teu. 

- A tua mãe disse-te que eu te mandava dinheiro todos os messes? - questionou sorrindo. - Eu cuidei de ti mesmo, estando longe. 

- O dinheiro sujo que mandavas todos os messes? Foi sempre queimado, porque em dinheiro sujo a minha família não toca, porque nós somos honestos. - olhei para Dylan que apareceu atrás de Robert, e com agilidade fez com que ele largasse a arma. - E agora eu espero que tenhas uma boa estadia na prisão de Inglaterra. - falei com um sorriso vendo o meu amigo, prender-lhe as mãos. 

- Eu vou apanhar-te, e quando o fizer tu estarás morta! - gritou tentando aproximar-se de mim. - És uma vergonha para a nossa linhagem. 

- Tens a sorte de não estares morto, eu podia perfeitamente ter-te matado, mas prefiro ver-te apodrecer na cadeia lentamente. - sorri. - E sabes quem terá esse mesmo prazer? A minha mãe. - dei ênfase nas ultimas palavras. - Os Crips caíram Robert, basta olhares à tua volta. 

- Eu vou matar-te Catherine, escreve as minhas palavras. - assenti e sorri.

- Podem levá-lo. - falei olhando para a equipa de polícias que veio com Dylan. 

- Tu fizeste mesmo isso?! - Zayn exclamou mesmo ao meu lado, e eu olhei para ele. 

- Parece que sim! - falei virando-me para ele, e num ato talvez impulsivo o moreno abraçou-me quase fazendo-nos cair. 

Senti os seus lábios nos meus e arregalei os olhos, ao perceber o que tinha feito rapidamente se afastou de mim e olhou para um ponto não identificado, e eu fiz o mesmo sentindo as minhas bochechas aquecerem em demasia. Durante uns segundos ficámos todos calados, mas logo em seguida Harry começou aos gritos, e até me levantou no ar agradecendo-me  pelo o plano ter resultado, sorri levemente e assenti apenas. 

- E eu a pensar que não podíamos confiar nela. - murmurou Freya sorrindo levemente. - Afinal surpreendeste-me. 

- É parece que sim. - falei com um pouco de ódio no meu tom de voz, a mesma deu-me um sorriso falso. - Bom eu vou indo. 

- Eu levo-te para casa. - Zayn ofereceu dando um pequeno sorriso. 

- Qual casa, vamos festejar o facto de não termos mais os Crips na nossa cola! - Molly gritou embrulhando o seu braço no meu, antes de sair do hospital a mesma fez questão de se sentar perto de mim e desculpar-se com a maior sinceridade, ao contrário de Freya. - Obrigada por isto. 

Entrei no carro de Zayn e coloquei o cinto, eu recusei ir festejar pois a minha única vontade era ir deitar-me, e apenas ficar sozinha por um bocado visto que agora não posso estar no meu apartamento. Assim que chegámos a grande mansão deles, eu sai do carro caminhando pelo o alpendre da casa, esperei que o moreno abrisse a porta e assim que o fez eu entrei já pronta para subir as escadas, mas fui impedida pela voz dele. 

- Hum... obrigada mais uma vez. - falou vindo até mim. - Pensei que alguém ia ser morto, mas pelos vistos. 

- Saiu uma pessoa morta, mesmo assim. - falei encolhendo os ombros. - Pena não ter sido o meu pai. - deu uma gargalhada fraca. 

- Odeias mesmo o teu pai. - assenti confirmando. 

- Odeio, e agora vou dormir. - falei apressada, ele segurou o meu pulso. - Diz? 

- O que se passa? - questionou de uma forma carinhosa, o que me espantou um pouco. 

 - Nada! - exclamei soltando-me. - Posso ir dormir? - ergueu as mãos no ar, e assentiu. 

Subi as escadas a correr, e poucos segundos a seguir ouvi a porta ser arrombada, fechei os olhos força e olhei para trás podendo ver o meu chefe prender o moreno. Bati com o meu punho no corrimão das escadas e continuei de costas, sentindo pequenas lágrimas deixarem os meus olhos. 

- Catherine! - ele berrou fazendo-me estremecer. 

- Nunca confies em alguém, que um dia te ofereceu ajuda. - falei alto o suficiente para que ele me ouvisse, voltei a descer as escadas e fiquei de frente para ele, que de momento me olhava com toda a raiva que podia. - Podem ir, eu levo-o.  

- após a porta se fechar, eu encarei os seus olhos. - Eu odeio-te! - berrou. 

- Eu sei... - senti um nó formar-se na minha garganta. - E eu também me odeio, por estar a ser tão egoísta, mas é o meu trabalho. 

- Eu pensei que podia confiar em ti! - acusou e eu baixei a cabeça. - Fodasse, eu sei que fomos uma merda contigo, mas tu estas a ser mil vezes pior, estas a ser uma cabra! 

- Eu sei... - respondi com calma. 

- Eu odeio-te! - falou novamente. 

- Eu sei, já entendi. - murmurei empurrando-o para fora da casa. 

Peguei nas chaves do seu carro e meti o moreno lá dentro, coloquei também o sinto de segurança e fechei a porta dos bancos de trás, entrando nos da frente. E agora a minha única missão é leva-lo para o aeroporto onde o meu chefe está a espera dele provavelmente, durante todo o percurso Zayn foi chamando-me nomes, e demonstrando toda a sua raiva. 

- Cala-te! - gritei já farta de o ouvir, e quando voltei a virar-me para a frente apenas vi faróis. 

Senti a minha respiração ficar presa, por alguns segundos e o meu coração pareceu falhar uma batida, consegui ouvir Zayn queixar-se, no entanto ele parecia melhor que eu. 

- Catherine? - chamou num fio de voz. - Estás bem? - questionou respirando fundo, neguei levemente com a cabeça. 

- E-Eu acho que devias fugir. - sussurrei sentindo a minha cabeça doer. 

- Fugir?! - indagou confuso. - E tu? 

- A-Apenas vai... - pedi começando a tossir. 

- E tu? - indagou novamente. 

- Vai, eu fico bem. - murmurei respirando fundo. - Eu fiz de propósito. - confessei, pois eu talvez já tinha isto na minha mente. 

OLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER?! 

Disorder « z.m »Onde as histórias ganham vida. Descobre agora