A Conveniência do Casamento

Vinte e Seis

— Você mudou! —ela sorri. — Mas é obvio que não está tão feliz com isso. —observou quando baixei a cabeça e ela procurou meu olhar.

Dou de ombros. — No começo, parecia ser perfeito mas... E se quando eu voltar nada tenha sido como esperado e eu precise voltar a ser a Alexssandra de cinco meses atrás? Com um bebê a caminho. Não posso depender de ninguém e é isso que eu estou fazendo agora.

— Mas Alexis... Não há como você tomar essa decisão antes de vê-lo. —ela não entendia onde eu queria chegar.

— Mas isso me deixa brava comigo mesma! Eu poderia estar nem aí para o que iria sair daquele encontro e estar planejando minha vida fora dos braços do Sebastian, mas não consigo. É frustrante! —ela abre a boca para falar, mas eu já poderia esperar o que iria falar. — Mas eu mudei.

— É. —sorri torto. — Sinceramente... —ela ri. — Nunca vi algo tão parecido em minha vida. —a olho sem entender. — Você e o Sebastian! Quem diria que os dois mudariam tanto nesse tempo por um bem maior? —ela sorri. — Porque o homem que eu vi naquele hospital e talvez naquela viagem, não era o mesmo de alguns meses atrás. E o mesmo para você, quem diria que um dia deixaria alguém tomar o controle por você? Ou até deixar tudo sem controle? —ela parece se divertir olhando ao redor. — Por isso não pode estar "nem aí" porque não depende apenas de você, ou dele... Você quer fazer essa decisão por essa bebezinha e não pode simplesmente destruir os seus sonhos também.

— Talvez, apenas talvez... Construir uma família juntos fosse uma coisa boa em vez de ter pais separados para uma criança. Mas minha decisão só virá depois desse encontro,—relembro. —e eu não vou deixa-lo me iludir de modo algum com esse papo, pois uma vida de casado não depende apenas disso. Não vou me entregar em troca de uma "família perfeita" quando não posso confiar totalmente nele, prefiro voltar para casa e arranjar um apartamento.

— Claro, você tem razão.

— Mas há uma coisa que eu tenho medo.

— O quê?

— Escutar tudo novamente... Escutar tudo que foi dito por aquela mulher e ouvi-lo dizer que tudo que ela falou é verdade. Isso me apavora.

— É loucura.

— Mas estamos falando do Sebastian. —ela aperta os olhos para mim. — Tudo bem, eu sei que não devo pensar assim, mas... —rio baixinho pensando. — Onde nessa história toda Sebastian foi o homem que não caia por qualquer rabo de saia? É possível... Que ele tenha me visto com os olhos diferentes desde o início...

— Você pode parar de pensar! —ela arregala os olhos para mim. — Está indo longe demais e fica imaginando coisas, talvez seja, talvez não, mas você só vai saber quando conversar com ele e não adianta encucar com essas coisas, você só vai ficar louca e quando chegar a hora... Não vai conseguir colocar um pé para fora desse lugar com tantas coisas que tem pensado.

— Agora você que tem razão. — sorri.

— Eu sempre tenho, não?!

— Sim.

— Então é isso, eu preciso...

— Antes de qualquer coisa! —levanto o dedo balançando a cabeça. — Você precisa pegar de volta a chave que você deu a ele.

— Ah claro! —falou de um modo diferente e eu me perguntei se ela estava sendo irônica.

Mas antes que eu pudesse contestar meu celular tocou com a chegada de uma mensagem. Virei o procurando dentro da bolsa até encontrar a tela acessa avisando que haviam três mensagens. Passei meu dedo pela tela indo em direção a elas.