Cap. 04

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O esperei nas aulas, mas ele não tinha aparecido. Me preocupei um pouco, já que tinha o visto tão bem pela manhã. Juro que pareceu mais esquisito sair da sala sem ele me falando sobre suas bandas e séries favoritas, me lembro do quanto pareceu contente com aquela simples foto do Nirvana. Sorri bobo no armário, ele fazia diferença no meu dia.

ㅡ Oi, garoto. ㅡ Uma moça dos cabelos loiros e olhar esverdeado chamou minha atenção.

ㅡ Oi... ㅡ Retribuí com um sorriso tímido. ㅡ Você é um novato, não? ㅡ Pergutou, confirmei com a cabeça. ㅡ Meu nome é Grace. Esses são Carl, Sophie, Humbert e Kai.

ㅡ Prazer em conhecê-los, Troye Sivan. ㅡ Eu disse um pouco tímido.

ㅡ Você tem andando com aquele garoto... Não sei o quê 'sack? ㅡ Arregalei o olhar, começei a dar passos lentos, eles me acompanharam. ㅡ Fala muito com ele?

ㅡ Sim, nós somos amigos. ㅡ Eles riram discretamente.

ㅡ Bom, Troye, nos fala de você, de onde você veio? ㅡ Kai me abraçou de lado.

Conversar com os populares era uma proeza que ninguém mais possuia. Nos conhecemos melhor ao decorrer das aulas, eles sabiam de tudo que ocorria na escola, tinham acesso a lugares restritos e... Zoavam com quem não era popular. Eu ri junto com eles, era divertido. Assim que tocou a última sirene, vi Andy no fim do corredor.

ㅡ Vem, Troye, vamos embora... ㅡ Grace chamou, delicadamente.

ㅡ Vou esperar meu pai... ㅡ Menti, ela assentiu e se depediu. Fui até Andy.

ㅡ Oi, Andy... ㅡ Chamei sua atenção, ele se assustou e escondeu algo atrás de si.

ㅡ Oi, amigo. ㅡ Seu pescoço tinha um cachecol, o qual arrumava com a mão livre.

ㅡ Aconteceu alguma coisa? Porque chegou esse horário... Acabou a aula.

ㅡ Porque... ㅡ Ele desviou o olhar. ㅡ Tenho que ir, 'tá? Te vejo depois... ㅡ Ele deu passos mínimos.

ㅡ Hey, somos vizinhos, vamos juntos.

ㅡ Não!! ㅡ Ele disse, assustado, me deixando perceber um cigarro fumaçando em sua mão. ㅡ Ele ficou aflito e eu mais que ele, saiu correndo, corri atrás dele.

。☆✼★ Andy Biersack ★✼☆。

ㅡ Espera!! ㅡ O garoto me chamou, joguei o cigarro fora tentando fugir o mais rápido possível. Se ele passasse pela vista dos meus pais, estaria correndo risco de vida. Desdobrei o caminho um milhão de ruas antes da minha, mas ele estava insistindo. Parei pra descansar embaixo de uma árvore, respirando ofegantemente. Deitei no chão, e um tempo depois ele me imitou. Começamos a rir.

ㅡ Meu Deus, como você corre rápido! Acho que foi por isso que conseguiu alcançar meu gato! ㅡ Me arrancou uma gargalhada, parei de sorrir, meu pai iria me matar! Já eram 18:32 e eu tinha que estar lá 17:30. ㅡ Então... Você fuma?! ㅡ Quebrou o silêncio brevemente instalado entre nós. Suspirei pesado. ㅡ Não tem problema... Você pode fumar perto de mim. É legal, sabe, ter alguém "doido" como amigo... ㅡ Vi ele se erguer, apoiando a cabeça.

ㅡ Hmn... Não conta pra ninguém? ㅡ Eu disse, pegando mais um, pra aliviar as angústias, no fundo eu sentia uma imensa vontade de chorar. Mas tudo que fiz foi sorrir para ele. ㅡ Perdi alguma coisa? ㅡ Sentei de pernas cruzadas, atento a tudo.

Ele me falou sobre suas novas experiências com os populares, na minha ausência. Fiquei meio aflito por isso, eles me importunavam, tinha medo de que ele se tornasse um deles.

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