Cap. 10

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No dia seguinte, lá estava ele, na porta da escola, esperando por mim. Ele me abraçou de lado.

ㅡ Olha só... Você parece um cantor de rap com esses óculos. ㅡ Ri.

ㅡ Não ria, seu bobo. ㅡ Me deu um leve soco a caminho da sala. ㅡ Escuta, se eu me "comportar" durante o fim de semana, eu posso ir pra sua festa. O que seria "comportar"?

ㅡ Ah meu Deus, é sério?! ㅡ Eu o abraçei empolgado. ㅡ Então, é melhor ficar quietinho, hein... ㅡ Ele riu adorávelmente.

ㅡ Eu vou tentar, por você... Eu não consigo passar uma semana sem ficar... De castigo. ㅡ Ele olhou pra baixo.

ㅡ Que loucura, o que será que os irritam tanto? Você não está fazendo nada de errado...

ㅡ Vamos lá, querido Troye. Eu tirei 0 em matemática, fumo escondido, possívelmente sou gay, gosto de metalcore, chego em casa atrasado, não como na escola, sou um bastardo, eu tenho piercings, eu uso maquiagem, eu gosto de assistir Tv...

ㅡ Muita informação. ㅡ O barrei. Ele era gay?! ㅡ Você é gay?!

ㅡ Eu, o quê?! Não, não sou. ㅡ Ele fez uma cara de "qual é, 'tá me tirando?"

ㅡ Mas acabou de dizer. ㅡ Fechei a porta do armário.

ㅡ Não, eu disse 'possívelmente'. ㅡ Focou outro ponto, fazendo uma carinha fofa de incompreendido.

ㅡ 'Tá, 'tá.. Mas tudo isso daí que você faz... Você é um adolescente, adolescentes fazem isso.

ㅡ Não para meu pai. Um ex-tirano do exército da década de 80. Ela, uma ex católica praticante, mas ainda conservadora... As vezes, ela me dá um agradozinho. E é por isso que eu tenho que andar na linha. ㅡ Ele ironizou.

ㅡ Isso significa exatamente o que?

ㅡ Me tornar um robô. ㅡ Abriu a porta para eu entrar sendo seguido por ele. ㅡ Nada de rock até domingo, nada de séries até domingo, nada de nada até domingo, só a boa e velha... Pulseira...

ㅡ Pulseira?

ㅡ Cadê minha pulseira, Troye, onde está minha pulseira?!

。☆✼★ Andy Biersack ★✼☆。


Meti a mão nos bolsos procurando a minha pulseira, lembrei que a tinha deixado no armário.

ㅡ Está dando piti por causa de... ㅡ Ele ironizou.

ㅡ Eu não posso entrar em casa sem elas... Eu já disse isso uma vez. ㅡ Troye enclinou pra trás. Talvez fosse um erro, mas já que somos melhores amigos não havia problema. ㅡ Fica, eu vou ver se está no corredor... Ai caramba... ㅡ Fiquei perdido da cabeça, as pulseiras, eu não podia entrar em casa sem pulseiras!!

Procurei pelo meu armário, pelo corredor, meu armário estava violado de um jeito que eu não tinha percebido antes. Bati nervoso.

ㅡ E, olha lá, o emo! ㅡ Kai veio na minha direção, andei preocupado, descendo as mangas da jaqueta. Senti eles me segurarem.

ㅡ Onde está indo com tanta pressa? ㅡ Carl me empurrou contra o armário.

ㅡ Ah, por favor, isso de novo não... Eu já tô fodido demais por hoje!! ㅡ Sussurrei.

ㅡ Ah, seu amigunho não está aqui pra te proteger, não é? Seu gay. ㅡ Humbert zoou de mim, me dando um beijo na bochecha.

ㅡ Fica longe do Troye. ㅡ Eu disse corajoso.

ㅡ Troye, ui ui ui... É melhor você não aparecer na festa. ㅡ Ergueram meus braços, mecheram nos meus bolsos, procurando algo interessante.

ㅡ Cigarro?! Que grande supresa... ㅡ Eles me olharam arregalados. ㅡ Vamos ver... 20 dólares, olha isso... Uma foto, é você quando pequeno?

ㅡ Valha, você já era feio. ㅡ Kai fez os outros rirem, eu começei a chorar.

ㅡ 'Tá, você pode ficar com essa foto feia.

ㅡ O que mais querem de mim? ㅡ Eu berrei desesperado.

ㅡ Hmn... O pescoço. ㅡ Humbert disse, apontando meu cachecol.

ㅡ Por favor, não... Isso não, eu posso fazer qualquer coisa...

ㅡ O pescoço. Essa bandana é legal. ㅡ Kai disse, olhei seus olhos ameaçadores, desamarrei minha bandana e dei a eles, sentindo vergonha do meu pescoço.

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