Capítulo 11

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Eve Price

Dois dias naquele hospital e eu não suportava mais ficar ali, meu pai estava comigo toda hora porque minha mãe estava sem tempo, por trabalhar muito. Não via Justin desde a noite em que ele veio no meu quarto, por isso penso que só sonhei com aquilo, nada me parece real. Jeremy veio ontem saber se eu estava bem, e me trouxe flores, ele é uma pessoa maravilhosa, diferente da esposa, que é um monstro.
Duas batidas na porta enquanto eu tomava café da manhã e pedi pra entrar, meu pai havia ido tomar café na cantina do hospital e eu me encontrava assistindo tv enquanto comia aquela comida sem gosto.
Mandei entrar e não pude deixar de sorrir ao ver a cabeleira loira quase escondida atrás do buquê de tulipas enorme que segurava.

  - Adivinha quem é? -Fez uma voz fina ainda se aproximando da cama e acabou esbarrando no carrinho que a enfermeira havia deixado com as bandejas do café- É isso não dá certo. -Justin tirou o buquê da cara e sorriu, me olhando-

  - Você é tão tapado quanto eu -Eu disse balançando a cabeça e ele riu baixo- Quando recebeu alta? Isso é super injusto comigo.

  - Ontem a noite, e eu não fiz nenhuma cirurgia delicada -Ele disse se gabando-

  - Aposto que você está parecendo o chucky com essa testa costurada -Brinquei-

  - Hey, quando você falou com o Jaden? -Ele perguntou-

  - Há dois dias, por que? -Eu perguntei-

  - Ele disse a mesma coisa -Ele fez beiço e eu revirei os olhos- E você como se sente? -Me olhou daquele jeito que me deixa suspirando involuntariamente e sentou-se na beira da cama, começando com a mania de brincar com as pontas dos meus cabelos-

  - Dolorida -Falei, os últimos dois dias estão se saindo mais doídos do que no dia do acidente- Sinto dor em cada partezinha do meu corpo, sem falar nesse ombro fodido, eu não estou mais suportando ficar sem mexer essa merda. -Ele arregalou os olhos-

  - Eu pensei que você não soubesse xingar -Ele falou e eu ri pelo nariz-

  - Eu também pensei que não -Falei-

Ele me olhou novamente daquela forma, seus olhos brilhavam de um jeito incrível, como nunca vi o de alguém brilhar antes. Meu coração acelerou a ponto de quase parar de uma vez, quando eu senti seu rosto tão perto do meu, meus olhos mergulharam naquele castanho infinito que revezava olhares entre minha boca e meus olhos. Ele é aproximou mais, e eu fechei meus olhos esperando seu toque.

  - Eve, posso entrar? -Batidas na porta e a voz do meu pai surgiu do outro lado e Justin se afastou-

  - Pode, pai -Eu falei suspirando pesadamente-

  - Oi, Justin -Meu pai disse quando entrou e Justin o cumprimentou com um aperto de mãos- Filha, acabei de falar com a sua médica e sua alta está prevista para amanhã.

  - Sério? Isso é ótimo -Eu falei empolgada-

  - Não vai se empolgando não, bonitinha, só porque você recebeu alta não quer dizer que vai sair daqui fazendo polichinelos -Justin disse-

  - Ele tem razão, serão de dois a quatro meses de repouso -Meu pai disse e eu arregalei os olhos-

  - Pra quê tudo isso? -Perguntei-

  - Pra ter tempo de ocorrer a calcificação dos ossos, fratura na clavícula é coisa séria, e se você não cumprir com o combinado pra recuperação, pode ficar com movimentos limitados no braço -Justin disse-

  - Ah você sabe tudo, né -revirei os olhos e eles riram-

Dois a quatro meses. Sem trabalhar, em casa sem fazer absolutamente nada, logo eu que smepre fui ativa e nunca fiquei quieta. Ótimo, prevejo o inferno que minha vida vai ser durante esse tempo.

My RescueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora