Ben me contou que ele e a mulher se casaram com 17 anos, quando ela descobriu que estava grávida. Apesar do casamento "forçado" os dois se amavam. Ben e eu agradecemos Diogo e Helena por cuidar de Estela enquanto Ben vinha ao meu socorro.

Já em casa, deitada em minha cama  com Estela dormindo entre Ben e eu, "brincando" de perguntas e respostas, acabo falando o que eu nunca me permite dizer em voz alta.

— Sinto saudades da minha mãe. Sempre me pergunto o que teria acontecido se ela não tivesse saído de casa naquele dia, se eu, de algum modo, pudesse ter impedido aquilo.

— Qual foi o motivo dela ter … — ele não terminar, e nem era necessário.

— Depois do acidente, ela teve uma hemorragia interna e não resistiu.

— Sinto muito.

— Eu também.

Estela entre a gente resmunga e se mexe.

— Deixa eu levar ela pro quarto. — Ben diz já se movendo da cama. Apenos concordo com a cabeça e desço da cama pra não ter dificuldades dele sair e acaba acordando a menina.

Quando ele sai do quarto, pego meu pijama e vou para o banheiro. Quando estou debaixo do chuveiro, escuto a porta de meu quarto fechar.

— Lola? — sua voz sai do outro lado da porta.

— Sim?

— Você me achar velho?

— O quê? — desligo o chuveiro. Puxo a toalha do suporte e me enrolo nela em seguida abro a porta do banheiro. Ben está encostado na parede ao lado. — O Por que dessa perguntar?

— Na delegacia pensaram que eu fosse o seu tio.

Então imagine o que os policiais devem ter pensado quando nos beijamos.

— Não acho. — cruzo os braços e presto bastante atenção em Ben. Ele não parecia velho, apenas sua barba que estava bastante grande. — Acho que deve ser sua barba.

— Minha barba? — passar a mão nos cabelos de seu rosto.

— Sim, ela está bastante grande. — apesar de adorar quando ela faz cosquinha quando Ben beijar o interior de minhas pernas.

— Por que não me disse antes?

— Porque você só perguntou agora.

Ben ficar calado bastante tempo, alisando sua barba e olhando para mim.

— Vou tirar ela.

— Você vai fazer isso só por causar dos policiais?

— Claro que não, já tem um tempo que estou pensado em tirar ela.

— Hm.

— Você pode fazer isso?

— O quê?

— Fazer minha barba.

— Você tá falando sério?

— Muito sério.

Procuro algum sinal de divertimento em seu rosto, mas Ben continuar sério.

— Tá bom. — digo.

— Vou pegar as coisas. — começar a sair do quarto.

— Espera, espera. — seguro seu braço impedindo sua saída. — Vamos fazer isso agora?

— E por que não?

E por que não? Me distrair do que havia acontecido mais cedo, é, seria uma distração perfeita.

LolaWhere stories live. Discover now