Capítulo 26 #NaturezaLeituraDesenhoUmaAmigaEspecial

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AngelLee queria muito encontrar um lugar calmo, um
café de preferência, em que servissem um bom cappuccino e uma
boa dose de privacidade, para que ela pudesse adotar o local como o
ambiente de leitura dela. E ela encontrou. Em um local bastante
afastado da cidade, dentro de um bosque, havia um café... O lugar
não poderia ser mais perfeito, além da visão extraordinária daquele
verde intenso e puro que só as árvores possuem, eles serviam um
ótimo cappuccino!
Ela costumava ir até o café para fazer as suas leituras, um
local aconchegante e inspirador. Do lado de dentro, mesmo com a
correria dos funcionários e a falaria dos clientes, era possível se
concentrar nas leituras, já o cenário do lado de fora, era capaz de
fazer a quem o observava se perder em pensamentos durante horas.
Do lado de fora, havia bancos espalhados por todo o bosque, em
alguns locais era possível ouvir a correnteza das águas, além de
poder contemplar de perto o espetáculo da natureza, que se exibe
com ornamentos puros, verdes e cativantes.
Certo dia a lanchonete estava lotada, AngelLee resolveu
procurar um dos bancos do lado de fora, que ficasse próximo ao som
da correnteza das águas. Mas estavam todos lotados. Qual é? Todos
resolveram contemplar a natureza ao mesmo tempo?! No entanto,
havia um banco em que apenas um garoto estava sentado,
completamente absorto em algo que estava fazendo em uma folha.
Hesitante, AngelLee se aproximou, com um tímido “bom dia” e em
seguida “posso sentar-me aqui?”. De maneira educada o menino
respondeu com um “bom dia” e “fique à vontade”, mesmo sem olhá-la o tom de voz dele a fez sentir-se menos invasora de privacidade. Ela
retirou um livro da bolsa e entrou nas páginas de uma forma que
ninguém seria capaz de tirá-la de lá, nem com muito esforço, tamanho
era o encanto de todas aquelas palavras que se uniam em um sentido
profundo e sublime.
Essa mesma cena se repetiu durante dias. Porém o contato
dela com o garoto nunca passou de “bom dia” “com licença” “fique à
vontade”. AngelLee achava estranhamente curioso o fato de que ele
sempre estava sozinho naquele banco, ninguém, absolutamente
ninguém, sentava-se ao lado dele, mesmo que todos os lugares
estivessem ocupados e houvesse muito espaço no banco que ele
ocupava.
Certo dia, ela suspirou assustada durante uma leitura, e ao se
dar conta que o fez em voz alta, e que estava ao lado do garoto, ela
se desculpou.
– Tranquilo. Poe costuma ter esse efeito sobre as pessoas –
afirmou o garoto olhando-a pela primeira vez.
– Nem me fale. É uma leitura tensa, e estranhamente
maravilhosa.
– Isso porque você consegue sentir o que está lendo. E viver
como se fizesse parte do universo que o autor construiu. A Arte de ler
funciona da mesma forma que a Arte de desenhar. Você precisa sentir
e viver aquilo que está fazendo.
– Isso é lindo!
– Obrigado!
– E seu desenho também. Você reproduziu o cenário que está
diante dos nossos olhos... Só que além...
– Eu fico honrado com o elogio.
– Se não fosse muita petulância de minha parte até pediria
autorização para tirar uma cópia.
– Você gostou tanto assim?
– Muito! É... Perfeito.
– É seu – ele afirmou.
– Não. OhmeuDeus!!! Eu não posso. Você trabalhou muito
nele.
– E é isso que torna todo o meu trabalho gratificante. Faz tudo
valer a pena. Um reconhecimento. Um elogio. Um sorriso.
Ele começou a rabiscar algo logo abaixo do desenho, e então
perguntou:
– Como você se chama?
– AngelLee.
Ele ergueu os olhos para encará-la, de repente, pareceu mais
interessado nela.
– Lindo nome – ele disse voltando a escrever.
Ele entregou a AngelLee o desenho, e ela sorriu ao ler o que
ele havia escrito.

Para AngelLee, uma amiga muito especial!
Ass.: Kevin.

FERIDOSWhere stories live. Discover now