Capítulo 13 #DiscussãoMedo

85 38 7
                                    

– Eu sei que nunca deixei você tomar suas próprias decisões – afirma Sam parado ao lado da escada –, mas me arrependo quando permiti, porque tomou a pior. Relacionar-se com Nancy pensando que poderia salvá-la do caminho que ela escolheu para morrer não foi nada sensato.

– E você se acha muito sensato, não é?

– Se eu fosse não teria permitido que fizesse essa merda com sua vida.

– Preocupe-se com a sua vida e me deixe em paz.

– Kürt! – Sam o segura – Você ainda pode mudar as coisas, ainda pode mudar sua escolha.

– Por quê? Porque escolhi não ser igual a você?

– Deixe-me ajudá-lo, podemos procurar uma clínica e...

– Cala a boca, Sam!! Não queira corrigir seus erros de uma vida toda em apenas uma noite!

O olhar frio de Kürt faz com que Sam o liberte. A dor invade a alma de Sam. O medo de perder o irmão é o que há de mais sombrio na vida dele.

– Um dia ele vai perceber que está errado – afirma Jéfrey se aproximando de Sam – E que você só quer o melhor para ele.

– Sabe qual é o meu maior medo? Perdê-lo. Antes que ele saiba o quanto o amo, e que eu seria capaz de dar minha vida por ele.

*** – O que foi aquilo?! – a pergunta de Jimmy soa como: onde você estava com a cabeça sua maluca?! – Que joguinho de sedução foi aquele? – a pergunta soa acusação.

– Aquele garoto estava se achando com aquela arma na mão – defende-se AngelLee.

– Ele não precisa se achar, porque ele é e faz o que quiser, com ou sem arma!

– Eu só queria deixar ele embaraçado.

– E conseguiu! Ele ficou muito embaraçado... E ababacado por você. Pensei que ele fosse precisar de um babador! Mas as coisas poderiam não ter acontecido dessa forma!

– Quem eram aqueles garotos, Jimmy? E por que está tão zangado comigo? – os olhos dela começam a ficar marejados.

– Ang... – Ele se arrepende de imediato da leve alteração que teve – Eu sinto muito...

Ele a toca no braço na intenção de trazê-la para perto dele, mas ela se esquiva.

– Vamos, Ang, não seja arisca.

Ele a puxa para perto e a envolve em um abraço, dessa vez, ela não se esquiva, ela o abraça, e assim, ficam por um longo tempo.

– A verdade é que senti medo... Medo de que fizessem algum mal a você e eu não conseguisse protegê-la.

– Eu não queria deixar você zangado.

– Você não poder estar falando sério. Você desafiou um dos caras mais temidos do país, mas sua preocupação é se eu estou zangado?

Sem obter respostas Jimmy afasta-se gentilmente dela para fitá-la nos olhos.

– Eu não estou zangado, Ang, eu nunca me zangaria com você.

– Jim?

– O que?

– Eu sinto muito...

– Shhh... – ele a silencia – Eu é que sinto muito.

O clima tenso se dissipa.

– Você me chamou de Ang...

– E você me chamou de Jim...

– Nem parecia que estávamos discutindo.

– Quem estava discutindo? – ele pergunta em tom de brincadeira – Nunca vamos discutir. Eu prometo.

– Eu também prometo – ela sorri.

– Eu vou explicar a você como as coisas funcionam aqui... – ele a conduz para um banco, onde se sentam lado a lado – Talvez, no país em que você morava, seja natural agir da forma que agiu diante de uma facção, mas, aqui, não é... Você agiria dessa mesma forma diante da Yakuza?

– Nunca.

– Allan é a Yakuza aqui.

– Ah, droga!


FERIDOSWhere stories live. Discover now