14. F.U.

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O que se esperar de outra noite de sexta, onde você imagina o começo perfeito para o fim de semana mesmo sabendo que não era bem assim.

Tomei um banho na banheira, com espuma extra e os melhores óleos que tinha em casa. Com um roupão de seda escolhi pacientemente pela melhor camisola do closet - sem nada por baixo, uma preta rendada de maior parte transparente. Hidratei minha pele, escovei os cabelos enquanto via os ponteiros do relógio se movimentarem em tempo record.

Preparei o jantar, a comida favorita de meu marido, e deixei a mesa posta. Quando me sentei no sofá da sala vi que já beiravam as dez da noite, e nada dele. Era comum, eu sabia o que ela estava fazendo e por isso admiti que já tinha tido o suficiente, não suportava mais o peso do descaso e de ser colocada de lado na maior parte do tempo.

Troquei mensagens com minhas melhores amigas, elas entenderam que já havia passado da hora de tomar uma decisão e fazer a coisa certa por mais que pudesse doer. Já tinha meu discurso na ponta da língua, e eu me sentia um tanto forte para deixá-lo ir.

Dez e meia e a porta se abriu.

Me encolhi no sofá, mexendo na corda do roupão com nervosismo. Permaneci séria e decidida, mas não sabia se daquela vez duraria por muito tempo.

- Boa noite querida.

Senti o cheiro de whisky de longe, mas aquele não era o maior problema. Seu expediente terminava às cinco, mas era óbvio que ele não iria direto para casa, principalmente numa sexta. Zayn atravessou a sala e se curvou no sofá, depositando um beijo em minha bochecha.

Aquele gesto simples fez meu coração fraquejar, mas então vi as marcas em seu pescoço - que ela não hesitava mais em fazer, e sua camisa amarrotada e mal abotoada. Eu não a julgava, não conseguia chamá-la de vadia sabendo que era ele quem não valia nada.

Zayn me olhou de cima em baixo e suspirou, colocando a mão na minha cintura sob o roupão. Seu toque automaticamente me arrepiava, e eu já começava a esquecer tudo o que eu tinha a dizer.

- Você está quieta - ele disse e segurei o riso.

- Eu não consigo conversar com você, perguntar como foi seu dia sabendo o que você fez.

Me sentei no sofá sem olhar seu rosto, ele bufou e tentou segurar minha cocha, porém recuei.

- Esse papo maluco outra vez Perrie? De onde você tira que eu te traio? Sim, eu bebi com meus amigos mas isso não significa que eu fodi outra mulher.

- Você sequer faz algo para desmentir, e o seu estado sempre que chega em casa diz tudo. Você é nojento - falei e me levantei, e ele logo veio atrás.

- Deveria parar de pensar essas bobeiras, vai acabar perdendo a cabeça - fechei os olhos, e ele se aproximou de mim outra vez - Precisa acreditar, independente de qualquer coisa eu estou com você, com o seu corpo.

Suspirei e ele outra vez beijou minha bochecha, eu estava nervosa com a forma que ele agia, mentindo naturalmente.

- O jantar está na mesa, vou estar no quarto - falei o deixando para trás.

Me sentei na cama e bufei frustrada. Decidi ligar para uma amiga minha, talvez ela soubesse me dizer o que fazer.

- Você é estúpida, Pez. Devia ter dito as verdades na cara dele assim que ele entrou na sala. É óbvio que vai te convencer que não fez nada mesmo com você provando que fez. - Leigh estava definitivamente nervosa.

- Eu não sei... eu olhei nos olhos dele e perdi tudo, eu sou idiota sei disso mas ainda existe esperança.

- Enquanto você tá aí quase enlouquecendo ele pode estar marcando ou encontro com a amante, não diga que não avisei.

Zerrie's OneShotsWhere stories live. Discover now