Lola

Capítulo 13

Ben cresceu indo diversas na casa de Diana, e sendo coração mole como ela é, adorava cada vez mais a criança. Mas nem tudo foi sempre assim. Quando Paul tinha 25 anos e Ben 15, Julian veio a falecer devido a um enfarto, e os irmãos foram proibidos de se ver. Diferente de Diana, Mabel não gostava de Paul, e as coisas pioraram quando Julian deixou mais da metade de sua fortuna para Paul. Mabel foi na justiça atrás dos direitos de seu filho, mas perdeu a causa.

— Concordo. — digo finalmente.

— Tenho que desligar, e mais uma vez, feliz aniversário. A parte de hoje, só acontecerá coisas boas.

— Obrigada. — passamos mas alguns minutos nos despedimos até finalmente desligamos. Fico olhando a tela escuro de meu celular em silêncio.

— Algum problema? — Ben perguntar.

— Não. — deixo meu celular de lado e volto a atenção para o meu sorvete.

Ben deixar sua câmera em cima da mesa e limpa a garganta antes de começar a falar.

— Hoje de manhã escutei Célia e Silvio lhe dando os parabéns. — olho para Ben sem entender, aonde ele queria chegar — E …

— Você não compro presente? — o interrompo — Sem problemas, mas se você pagar outro sorvete pra mim, vou considerar isso um presente, delicioso.

Ele abaixar a cabeça rindo mas tornar a levantá-la.

— Não, é que, eu comprei algo pra você, só estou tentando encontrar palavras certas de entregá-lo e não sair estranho.

—  Basta pegá-lo, entrega a mim e dizer " Feliz aniversário, Lola ".

— Ok. — ele abaixar e colocar a mão debaixo do carrinho de Estela (quando ele boto isso ai?)  pegar um embrulho, colocar sobre a mesa e diz: — Feliz aniversário, Lola.

Ele compro mesmo! Me pego ficando ansiosa para saber o que à dentro do papel de presente dourado.

— Não vai abre?

— É claro! — digo eufórica, começo a rasgar a embalagem como uma criança na manhã de natal. Abro a caixa com certa urgência e quando vejo o que tem dentro, prendo a respiração.

— É uma instax mini 8. — começar dizendo — A lente é uma Fujinon, se ajustar em qualquer ambiente, basta você mexer nas configurações, as fotos sai instantaneamente, o tamanho são mais ou menos de um cartão de crédito, 6X9 centímetros.

— Eu, eu, eu … — olho para a câmera. Ela é rosa e leve em minhas mãos, eu já havia visto uma dessas, no instragram e no tumblr, eram aqueles tipo de câmera que você ver e pensar " Nossa, queria uma dessas". E agora eu tenho uma! Levanto de minha cadeira e praticamente me jogo nos braços de Ben, ele tem que levantar pra não cair devido ao meu ataque.

— Muito, muito, muito obrigada. — me afasto um pouco e olho pra câmera ainda em minhas mãos. — Ela é linda.

— De nada. — ele parece meio desconfortável mas não se afastar.

—  Você não compro ela em última hora. — ergo a cabeça — Não é?

— Eu não … na verdade …

— Não importa. — balanço a cabeça descartando sua explicação sobre o presente — Eu adorei.

O abraço novamente, mas dessa vez me afasto rápido, muito afeto pra só um dia. Volto para o meu lugar ainda admirando a câmera, decido testá-la em Estela, quando vejo a pequena foto sair do lado, tenho vontade de dá pulinhos, mas me controlo. É incrível.

— Aonde vai ser a comemoração? — Ben pergunta comendo a casquinha do seu sorvete.

— Como?

— Onde você e sua amiga fã de Imagine Dragons vão comemorar seu aniversário, eu posso ficar com Estela.

— Ah — guardo meu presente novamente na caixa — Não vamos a lugar nenhum.

— Nem mesmo balada?

— Não.

— O que os adolescentes fazem hoje em dia? 

— Os adolescentes eu não sei, mas eu fico em casa cuidando de Estela. — espero que Ben diga algo, mas ele não diz, ficar em silêncio por um longo tempo. Ele só voltar a falar quando voltamos para casa.

— Tive uma idéia. — diz enquanto retiro Estela de dentro do carrinho, tiro o chapéuzinho de sua cabeça e nos viramos em direção ao seu tio. — Que tal saímos hoje? Estela pode ficar com Célia, tenho certeza que ela não irar se importa.

— Só eu e você?

— É claro que não, você pode chamar sua amiga, na verdade, quantas amigas você quiser, eu só vou como o guardar costas. — rio ao imaginar Ben usando roupas de segurança — Então?

— Eu não sei …

— Hoje é seu aniversário, e essa é a primeira vez que estou me oferecendo como babá de adolescentes.

— Primeiro, eu tenho só duas amiga, e segundo, eu estou fazendo 19 anos, não se refira a mim como uma adolescente.

— Como devo me referi?

— Como mulher. Eu não sou mais uma menininha, pode conversa comigo normalmente, como de um homem à uma mulher.

Ben fica calado, parece refletir sobre minhas palavras. Enquanto isso Estela se debate para ir pro chão, e assim eu faço, ela fica sentada olhando pra cima, primeiro olhar pra mim e depois para Ben. Deve tá se perguntando: — Quando foi que eles ficaram tão altos?

— Então? — voltar a pergunta.

— Tudo bem. Que horas?

— Dez ou Onze horas.

— Porque tão tarde?

— Porque, querida mulher, essa é a hora que as crianças vão dorme e os adultos fazem a festa. — dito isso, Ben se retira da sala. Há. Há. Se ele soubesse que Estela dormia só depois da meia noite, iria retirar o que disse.

Enquanto tento ensinar Estela a andar, começo a pensar sobre o que acabei de concordar. Será se foi uma boa idéia? E se Estela fica manhosa, e só eu poderei deixá-la calma? E se ela dê o primeiro passo e eu não está presente? Balanço a cabeça em negativo. Pare com isso, Lola. Nada de mais vai acontecer.

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Câmera que o Ben deu de presente para Lola: