- Mas essa a última vez que eu vou fazer isso _ afirmou _ Você tem que arranjar mais tempo para sua família.

- Ok, Mark. Vou seguir o seu conselho... Vai rápido porque ela já deve estar aí.

Mark saiu do centro cirúrgico jogando a máscara em um cesto de lixo e reclamando mentalmente por, mais uma vez, não ter conseguido dizer não ao melhor amigo. Ele trocou o uniforme em um instante e se dirigiu para o hall principal, onde sabia que encontraria a menininha de cabelos escuros e pele clara sentada ao lado da moça loira de cabelos ondulados. Tinha que confessar que era uma moça bonita e interessante, mas dessa vez tinha que se comportar respeitosamente.

- Tio Mark! _ a menina exclamou assim que o viu.

Ela levantou e pulou no colo dele.

Mark não tinha filhos, por isso era muito apegado a filha de seu melhor amigo. Já que Derek era como um irmão, ele realmente considerava que Katie fosse sua sobrinha. Rodou a menina no ar, em seguida colocou-a no chão.

- Como você está?! _ perguntou.

- Estou bem. Estou esperando o meu pai.

- Ih! Seu pai está vestido de super cirurgião, na sala de cirurgias, salvando a vida do papai de alguém.

- Ele vai demorar? _ a menina perguntou.

- Eu vou levar você pra casa, macaquinha _ Mark respondeu sabendo que ia desapontá-la.

- De novo? Mas meu pai tinha prometido...

- Eu sei, macaquinha, mas... Você sabe como é, não sabe? _ ele perguntou ajeitando alguns fios de cabelos atrás da orelha dela _ Ele logo vai está em casa e a sua mãe também. Vamos lá?

- Você falou com a minha mãe?

- Não. Ainda não falei com ela hoje, mas o seu pai disse que ela vai chegar cedo.

Katie assentiu e se despediu da babá para seguir com o padrinho. Não tinha saída. Mark levou-a em seu colo até seu carro, em seguida dirigiu para a Brownstone em que os amigos moravam em Manhattan. Era próximo ao hospital, então eles não demoraram a chegar. Ele abriu a porta da frente com as chaves de Katie e eles entraram.

Para todos parecia impensável que uma menina de cinco anos tivesse todas as chaves de casa, mas para Katie aquilo era parte de sua vida desde que se entendia por gente. Seus pais eram grandes cirurgiões, quase sem tempo pra nada, era mais que normal que ela tivesse um pouco mais de responsabilidades consigo mesma do quê seus coleguinhas de escola. Carregava as chaves de casa para voltar pra lá com a babá caso precisasse, mas na maioria das vezes a babá a entregava para Addison ou Derek em no hospital ao fim do turno deles. Era a forma mais eficiente que Derek havia sugerido para mantê-la ocupada e com a mente sempre em atividade. Segundo o pensamento dele, ela era inteligente demais para ficar em casa apenas assistindo TV e esperando que eles chegassem, deveria ficar em um ambiente educacional, uma creche depois da escola. Addison achava que era demais, mas o marido era o cara que entende de cérebros e Katie tinha um cérebro especial.

Mark ligou a luz da sala e tirou o seu casaco pendurando-o no cabide, enquanto Katie sentava-se no sofá, deixando sua mochila de lado. Ela logo pegou o controle e ligou a TV.

- O que você acha de a gente pedir uma pizza? _ ele perguntou sentando ao lado dela.

- A gente pode?

- Não sei... Porque não poderia?

- Mamãe diz que faz mal pra saúde comer pizza antes de dormir. Ela está errada?

- Não, macaquinha. Sua mãe não está errada, mas eu tenho certeza que você come bem todos os dias, então jantar pizza uma vez na vida não pode matar você, pode?!

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