Capítulo 23

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- O que que eu fiz deus para merecer isso? - minha mãe fala quase me batendo.

- Mãe, achei que você iria me aceitar.

- Minha filha não é gay, não é possível, larga essa garota agora, deveria ter proibindo sua amizade desde o começo com ela - ela fala me afastando de Dinah.

- Não mãe, eu amo a Dinah, isso não vai mudar.

- Então se você é lésbica, você não é mais a minha filha - meu pai fala.

- O que que você falou? - eu pergunto.

- Isso mesmo que você entendeu, se você é gay, lésbica o caralho a quarto você não mora mais nessa casa, não te considero mais minha família - ele fala chorando.

- Mãe você vai deixar? - eu falo chorando.

- Sim Normani, nunca pensei que você iria fazer isso - eu choro e dinah limpa as minhas lágrima.

- Dinah Jane tira a mão da minha filha, que nojo - meu pai fala.

- Não fala assim com a minha namorada - eu reparo.

- Calma gente- escuto minha tia falando - isso só pode ser pegadinha. Normani não é capaz disso, ela vai na igreja - ela complementa.

- É verdade? - minha mãe fala.

- Que eu sou gay sim é só tenho nojo dessa família, ou melhor, ex família neh? - Eu falo e logo sinto um tapa em minha cara e meu rosto queimando e olho era a minha mãe.

- Normani Kordei fora dessa casa - meu pai fala.

Eu não estava acreditando em nada, apenas peguei meu celular e sai correndo de casa com a Dinah, estava chorando muito, não só eu, ela também.

Tinha acabado com tudo, se minha família não aceitou imagina a da Dinah?

Pov Dinah
Eu estava muito nervosa, o que foi aquilo tubo na casa da Mani?

Eu nunca pensei que a família dela seria capaz de fazer isso com ela, enfrentou a Normani de uma maneira horrível, trataram ela como se ela fosse um lixo. A sua mãe deu um tapa na própria que eu ouvi o estalo, eu tinha certeza que doeu mais internamente do que externamente.

Eu fiquei sem reação, queria ter falado muita coisa, mas achei melhor não me intrometer pois ia sobrar para DJ. Naquele momento só passou um filme na minha cabeça o quanto a gente tinha sido feliz nesse tempo e que será que vou certo ter assumido para a família? E eu estava cansada de esconder o meu amor por ela, mais agora eu não sabia de mais nada.

Apenas abracei a Normani e a levei para o meu carro, quando entrei abaixei a cabeça e comecei a chorar, não queria que Dinah percebesse que eu estava chorando até que sinto uma mão em minha cabeça fazendo carinho e um voz doce falando.

- Vai ficar tudo bem.

Depois disso Normani veio o caminho inteiro muda, pensando e limpando suas lágrimas, o que será que estava passando naquela cabecinha?

Pov Normani
Entrei no carro e pareceria que meu mundo tinha acabado, olhei para Dinah e ela estava com a cabeça abaixando no volante e passei a mão em sua cabeça e falei em seu ouvido que iria ficar tudo bem.

- E agora amor? Vamos para a casa da Ally? To com medo da sua família- eu pergunto chorando.

- Vamos lá para casa, eu vou conversar com a minha mãe, não precisa ter medo, estamos juntas e se tiver medo, aperta a minha mão. Agora nem que a gente vá para de baixo da ponte a gente vai ficar juntas - Dinah fala chorando segurando a minha mão.

Dinah foi dirigindo enquanto ficava pensando em como seria de hoje para frente até que comecei a fazer uma reflexão.

Tem hora que eu fico pensando, por que que sociedade tem que ser tão crítica é tão rotulada como os meus pais.

Não é só da sexualidade que eu estou pensando, mais sim em geral.
Porque que a gente não pode ser do jeito que a gente quer, por que para a sociedade a gente tem que ser loira, dos olhos azuis, cabelos lisos, altas, magras e sem NENHUMA celulite, tem que ser a mulher perfeita.
Mais será que essa mulher perfeita existe? Eu tenho certeza que não, até o mulher amos bonita do mundo tem seus defeitos.
E eu fique pensando? Para que tanto rótulo? A sociedade julga tudo e todos.
Se é muito MAGRA é por que NÃO COME.
Se é muito GORDA é por que COME DEMAIS.
Se é ALTA, parece um BAMBU.
Se é BAIXA, é nanica, a Anã.
Se USA SHORT, tá querendo SE MOSTRAR.
Se USA CALÇA, ta querendo se tampar, se fazer de santinha.
Se é homem e se veste mais ARUMADO, E GAY.
Se tem a pele PRETA tem que ser empregado, tem que ir para a senzala.
Gente, pelo amor de Deus, vamos parar. É essa geração que tem que mudar esse país. Tá horrível. Tem pessoas tirando as PRÓPRIAS VIDAS, por causa da SOCIEDADE, DOS RÓTULOS E CRÍTICAS. Chegamos em um ponto que não tem mais para onde correr, ou vc segue o padrão ou você é julgado por todos.
Isso não dá, eu já cansei, é horrível você ver pessoas chorando, por que são mais gordinhas, são gays e lésbicas e sofreram agressões verbais e fiscais. Quando você decide ser gay como eu, parece que é um pacote que vem com agressões.
As verbais são as piores, as agressões físicas tem como vc ir no hospital e até em casa e se recuperar (alguns casos não). Mais e a agressão verbal? Tem algum hospital ou algum lugar que posso curar as férias no interior, na alma?
Minha família não sabe que hoje eu perdi completamente a minha confiança, agora eu queria me matar, me jogar desse carro para vê se essa dor que eu estou sentindo agora.

- Mãe? - Dinah fala e eu logo apertando sua mão com toda a força possível.

- Dinah o que é isso? - seu pai fala chegando atrás com cara de bravo.

- Eu sou ou melhor nós somos gay - começar a falar limpando as minhas lágrimas quando senti um forte abraço dos pais de Dinah.

- Vocês são gays neh? Eu já sabia Dinah, você não consegue esconder, eu sei que na minha religião não é permitida totalmente, mais se ela é permitido o amor, isso é o amor. Pelo visto eu acho que você não iria se assumir tão cedo para a nossa família por medo mas não precisa, eu estarei sempre do lado de vocês - sua mãe fala.

- Dinah Jane agora era a hora que eu deveria brigar com você mais não, olha esse seu sorriso, dá para vê que você está feliz, eu conheço a família da Normani e sei que eles já aceitaram pois elas têm um pensamento mais aberto e essa família aqui eu não quero que seja diferente, então vocês podem ficar a vontade aqui é de vocês - ele fala.

Eu não estava acreditando que eu estava ouvindo isso da família de Dinah, era como se fosse um sonho alguém nos aceitar . Já pensou que sempre depois do chuva vem o sol e depois o fenômeno mais lindo, que é o arco íris. E como se tivesse acontecendo isso tudo comigo nesse momento, o abraço deles eram os melhores.
Ficamos ali conversando por muito tempo, contei o que aconteceu na minha casa e eles falaram uma coisa que me surpreendeu que iria me acolher o quanto tempo que eu precisasse.

Por mais famílias como a da Dinah, eles me acolheram como se fosse um membro da família, ou melhor, agora eu sou.
Mesmo com aquela casa cheia, eles sempre tem um espacinho para mais um.
Eu e Dinah esquentamos uma comida que estava na geladeira e almoçamos, logo subimos e deitamos era quase cinco horas e estamos mortas de tanto chorar. Eu dormi em seu peito, a trilha sonora do meu sonho seus batimentos cardíacos, era a coisa mais bela que já ouvi.

Fogo Cruzado {Camren}Место, где живут истории. Откройте их для себя