Capítulo 6 - Foto

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Samantha...

Finalmente uma folga, hoje é sábado, nunca fiquei tão feliz em ser final de semana, não é que eu não goste de dar aulas, mas não ter nada para fazer é muito bom.

Já é quase meio dia e ainda estou na cama, a preguiça me amarrou aqui, começo a rir sozinha, levantei só pra abrir a janela, o vento fica balançando a cortina, dando a impressão de ela dançar no ar. O sol também resolveu aparecer e sua luz esta clareando o quarto.

Me reviro na cama, suspiro ao pensar naquele dia na biblioteca, há meu par de olhos azuis.

- A foto! – tinha me esquecido dela, guardei no bolso.

- A olhos azuis, esqueci da foto por sua causa. – falo sozinha e começo a rir em lembrar dele novamente.

Levanto da cama me arrastando, aproximo do casaco e pego a foto. Vou até janela e sendo nela encostando as costas na lateral.

- Vamos ver, a igreja parece ser bem antiga, pequena e simples, será que é aqui na cidade. Esse noivo, reconheço ele de algum lugar, mas não sei da onde, deve ser impressão minha. O cachorro, definitivamente se não fosse uma foto de casamento, diria que é um lobo e dos grandes, o casal parece ser os pais do noivo ou da noiva - não da para ter certeza, a foto esta em preto e branco. - A noiva, nossa ela parece feliz, claro que o noivo também, mas tem alguma coisa a mais na felicidade da noiva. Quase chego a conclusão que parece uma foto de casamento normal.

Fico olhando mais um pouco, então lembro do colar da noiva, percorro a foto.

– Esse colar está meio estranho, que noiva usaria um pingente quadrado no pescoço no dia do casamento, não combina com o vestido. – aproximo o rosto da foto, com a intenção de enxergar melhor. Afinal não sou humana, se me concentrar acho que consigo ver melhor.

- Tok, Tok, Tok. – tomo um susto, quase derrubando a foto fora da janela. – Samantha está ai?

- Sim, só um minuto. – Levanto e vou abrir a porta.

- Bom dia, Senhora Amélia. – Senhora Amália é uma das zeladoras da escola, uma senhora de mais o menos 50 anos.

- Bom dia, bem... pediram para avisar que o almoço esta pronto.

- Assim... já estou indo. Só vou me trocar.

- Estava dormindo?

- Não, já acordei faz tempo.

- Ok, não demore. – ela sai e fecho a porta, troco de roupa rápido, calça jeans azul escura, blusa preta e casado vermelho e saio para almoçar.

Realmente hoje o dia está bonito, resolvi sair um pouco da escola, estou andando na pequena praça que tem na frente dela. Tem muitas flores aqui e uma pequena fonte no meio, com um anjo segurando um jarro onde escorre água.

- Até parece que anjos são mesmo essas criaturinhas que os humanos descrevem, pequenos seres angelicais, com pequenas asas que realmente acho que não conseguiriam voar com elas.

Voar, a como eu queria poder voar, Boris consegue e ele não tem asas, diz que a força vem dos pés, eu por outro lado, não consigo, já tentei, mas só me machuquei, Boris diz que é porque eu não sou tão malvada assim e muito fraca. Pior que ele tem razão, não consigo ser malvada como ele, me sinto mal em fazer mal para os outros, as vezes tenho a sensação de não pertencer para aquele fim de mundo, mas Boris diz que ali é bem melhor da onde eu estava, que lá onde eu estava eu iria ver realmente como era sofrer e bla bla bla.... mas não me diz aonde eu estava, da onde eu vim.

Resolvo sentar em um dos bancos, encosto a cabeça para trás e deixo o sol tocar meu rosto. O sol não me machuca, faz cócegas em minha pele, já em Boris, bem ele fica vermelho que nem um pimentão. Riu sozinha em lembrar disso, pois ele já tem a pele avermelhada, então imagino a cena.

*****

Brayan...

- Sábado, hoje é sábado de sol. – estou no quarto cantarolando, deitado na cama, não sei por que, deu vontade, isso é ridículo, mas fazer o que né. – Sábado de sol, dia de andar de moto. – Isso vou dar uma volta! pego rápido minha jaqueta preta, coloco as botas, a adaga, bem realmente não sei por que ando com isso, mas já me socorreu algumas vezes.

Começo a descer a escada, ainda cantarolando – hoje é sábado. Sábado de sol.

- Aonde o mocinho vai, cantarolando desse jeito? – tomo um susto, minha mãe aparece na porta do escritório.

- Vou dar uma volta de moto, por que?

- Só pra saber. Vê se não volta muito tarde. – diz isso voltando para dentro do escritório.

- Tchau mãe. – grito para ela, que responde – Tchau.

Coloco o capacete, ligo a moto e saio cantando pneu, mamãe odeia quando faço isso. Me aproximo da escola, hoje é sábado, portanto Samantha não ta trabalhando, então.

Paro a moto na frente da praça, olho ao repor e está praticamente vazia, olho para a porta da escola, se eu ir chama – lá para dar uma volta ela vai aceitar?... não sei.. acho que vou ter que descobrir.


Cavaleiro de Olhos Azuis (2/romance/fantasia)Where stories live. Discover now