Capítulo 20: Vocês podem calar as vozes...

2 0 0
                                    

Depois de Henry ser retirado da sala o Mateus controlou sua ira e pouco a pouco a sua respiração foi voltando ao normal. Ele saiu da sala e pediu para um dos policiais que estavam perto para pegar um carro para ele ir ao Local da Punição pois queria ver o sofrimento e o sangue de Henry. O ódio certamente leva o homem ao lado mais obscuro que tem dentro dele. Mateus entrou em um dos carros da polícia e sentou no banco do carona, enquanto no banco do motorista estava um andróide conectado ao carro e assim levava o Mateus para o Local da Punição.

Julgo que seja importante destacar o fato de que quando Mateus conseguiu um cargo de honra, dado pelo governo para perseguir os cristãos, um das primeiras coisas que ele fez foi proibir as execuções públicas. Pois ele sabia que isso encorajava muitos e acabava tendo o efeito contrário ao do que o Estado queria. Ele tirou o público e não passava mais no telão e nem nas TVs mas agora era um show particular para os policias e pro Mateus, mas ele nunca foi para uma execução dessas mas naquele momento ele queria ver todo o sofrimento de Henry.

Depois de poucos minutos dentro do automóvel Mateus chegou ao local e viu o Henry no meio do local e os dois policiais que levaram ele pra lá e tinha o Executor que selecionava qual seria o meio de tortura e a executava (como o próprio nome dele diz). Na platéia tinha umas dezenas de policiais que naquele momento tinham parada de fazer o seu serviço dentro do Local da Punição só para ver a morte de mais uma pessoa. Mateus interveio antes do Executor escolher qualquer tipo de tortura pois ele mesmo queria fazer a escolha. O Executor então cedeu esse momento do trabalho para Mateus e este com um sorriso do rosto falou:

- Bem Henry, o Estado e o seu Messias tem uma coisa em comum, ambos exigem a totalidade do homem. Você prefiriu ter um judeu morto ao seu lado do que a razão então encare o inferno da razão.
Mateus escolheu uma forma de tortura dolorida mas que não era uma das piores. Ele fez os dois policiais e o Executor darem socos na cara do protagonista, a cada soco o Henry ia pra um lado e um dos agressores ia diretamente para lá para esmurrar a cara do herói. Um dado momento, depois de um soco forte, Henry caiu no chão e logo foi erguido por um dos políciais que segurava fortemente a garganta do protagonista. Henry ficou sem ar e quando achava que estava prestes a desmaiar foi solto e seus pés puderam ficar no chão já que ele havia sido suspendido. No entanto, logo que os pés pousaram sobre o chão, ele levou um outro soco que o fez caifr de novo. Mateus estava se divertindo bastante mas depois de um tempo cansou de ver isso e quis optar por algo diferente para que a "diversão" continuasse.

Henry levantou do chão com dificuldades e o nariz dele estava sangrando. Um zunido forte em seus ouvidos dificultava a ouvir o que a platéia dizia e ele não se importava com isso, apenas queria o golpe de misericórdia para que finalmente pudesse estar com Cristo, ele queria completar a carreira guardando a fé até o fim. Henry sentia pena da platéia que gostava de assistir um carnificina por prazer, embora o povo de antes assistia pelo sangue também, eles não sabiam que os Inimigos do Estado não eram assasinos mas estes que estavam lá agora sabiam da inocência deles e planejavam o mal mesmo assim.

O protagonista via seu sofrimento e lembrava da palavra do Senhor: "Se o mundo vos odeia, sabei que primeiramente odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu. Mas o mundo vos odeia porque não sois do mundo pelo contrário, eu vos escolhi do mundo." (João 15.18-19). Mateus então pediu por chicotes para os malfeitores que torturavam o herói. Ao conseguirem os chicotes Henry deu a permissão para usar contra o Henry. As chicotadas faziam barulhos enormes e animava ao público que parecia estar feliz com o evento. Sangue escorria em alguns dos machucados, o corpo de Henry começava a ficar vermelhor devido a várias chicotadas que ele levava por três pessoas diferentes. Foram trinta chicotadas ao todo.

Henry estava deitado no chão esperando que sua respiração parasse, mas ela não parava e assim lamentava por ter que continuar sofrendo. Mateus ao ver o corpo imóvel do protagonista peddiu para os que tinham o chicoteado a verificarem se estava vivo e eles confirmaram que o herói ainda vivia. O sangue de Henry estava nos chicotes, no chão e no corpo do protagonista, Mateus tinha enjoado de maltratar deste modo o principal e então mandou ele ter o mesmo destino que Euclides, mas era um pouco diferente devido que o fogo não viria com a força total mas sim fraco. O que estenderia o sofrimento de Henry. O protagonista não reclamou dessa escolha apenas foi andando com dificuldades e sozinho para o local.

O herói ia diretamente para a câmara aonde Euclides também tinha sido morto. Ao entrar foi trancado lá e preso no poste que tinha no centro dela, Mateus perguntou ao Executor qual seria o melhor jeito de prolongar o sofrimento do protagonista, o homem então ficou na liderança nas torturas e pouco a pouco saia dos tubos o fogo que ia queimando o protagonista que estava no meio da câmara. Henry não gritava mas sentia muitas dores, alguns vendo que ele não gritava admiravam a sua coragem mas mesmo assim o odiava por ele ser seguidor do Caminho. O fogo começou a consumir apenas as pernas, a camisa não fora tocada pelas chamas. O protagonista começou a orar:

- Senhor tenha piedade de mim.

A chama ia lentamente para cima e a dor estava fortíssima. A parte de baixo do corpo, os membros inferiores, já haviam sido totalmente queimados. Depois que passou alguns minutos e o fogo estava avançando cada vez mais nos membros superiores Henry abaixou sua cabeça na câmara, parecia que estava desamaido mas ele estava consciente, no entanto, estava muito ferido e esperava a morte. As dores cederam para as lembranças de toda a sua vida, e também no momento em que ele e Mateus conversavam no carro sobre o Caminho. Então veio uma pergunta em sua mente que era: "Se você tivesse que fazer isso de novo você iria trilhar o mesmo caminho?" a resposta da mente dele foi "Sim eu faria". Com uma voz baixa e fraca Henry disse:

- Pai não lhes impute esse pecado.

Ao verem que o protagonista estava com a face abaixada tanto o Executor quanto o Mateus concordaram em acabar logo com aquele show de horrores e então finalmente veio bastante fogo para consumiu o herói.

Inimigos do EstadoWhere stories live. Discover now