Capítulo 7 - Ensino

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Depois de relatar a emocionante morte de Euclides é necessário voltar um pouco a narrativa para o momento em que o idoso estava sentado à espera do robô. Os cinco sobreviventes fugiram da casa e após correrem bastante tentaram se esconder da melhor forma possível. Quando estavam longe da casa do falecido Justo, os três braceletes ficaram para Helena, Bela e Raquel. Henry após dar orientações de como funcionava os braceletes disse:

- Isso vai ser de bom uso para vocês. Achem algum lugar para se esconder.

Raquel estava abalada pela morte do pai, lágrimas escorriam no rosto da menina, mas tentava não fazer barulho para não atrair atenção, o mesmo pode-se dizer da Bela. Em resposta ao conselho do Henry, a viúva falou:

-Não precisamos nos separar querido Henry. Meu marido antes de morrer me entregou um caderno no qual ele traçou planos para nós irmos a um local seguro... - Ela segurou as lágrimas que estavam vindo à tona.

No caderno encontrava o endereço da casa de um amigo antigo do Justo que prometeu proteger a família dele, caso acontecesse algo com ele. Esse amigo se chamava Luke e era um líder da igreja que se reunia em sua casa, assim como o Justo era na dele. É função deles serem hospitaleiros e proteger os órfãos e as viúvas. Após alguns minutos lendo as instruções do caderno, assim como Henry e Mateus fizeram anos atrás, as mulheres usaram os braceletes para ir no endereço indicado no caderno(embora tomassem cuidado para não aparecer no campo de visão de um policial, já que não sabiam se essa tecnologia ainda ia funcionar).

Lá acharam abrigo e depois de informarem o que tinha acontecido ao Luke, falaram que ainda havia dois homens a espera de ajuda e dos braceletes. O líder pegou os braceletes e levou pessoalmente para Henry e David que se escondiam em um beco. Após ativarem os braceletes e um tempo caminhando desviando-se de câmeras de segurança, os três conseguiram chegar na casa. Finalmente Bela e Raquel puderam chorar em paz. A filha era a que estava mais desamparada o que fez a Bela perguntar:

- Qual é o seu único consolo tanto na vida quanto na morte?

A filha engolindo o choro identificou a pergunta que vinha de um catecismo, no qual o seu pai e sua mãe a ensinavam com tanto fervor com o objetivo de que a menina em sua maturidade não se desviasse do Caminho. Ela respondeu:

- Que eu, com corpo e alma, tanto na vida como na morte, não pertenço a mim mesmo, senão ao meu fiel Salvador Jesus Cristo...

Raquel entendeu muito bem o recado da mãe que dizia que seu pai estava em um local melhor. O seu pai estava com o seu Salvador. Isso consolou o coração da pequena de tal modo que o choro sumiu, embora a saudade continuasse. Luke, o dono da casa, era solteiro e não pretendia se casar. Seguindo um conselho do apóstolo Paulo no Grande Livro, que dizia que era melhor os solteiros não se casassem. Os tempos eram difíceis e assim ele poderia se esforçar no ministério sem outras preocupações.

A casa dele era agradável de tamanho bom, mas claro que para não ter suspeitas ele estava escondendo os hóspedes no porão, onde ficavam grande parte do tempo. Uma igreja se reunia em sua casa uma vez por semana. Ele era um grande conhecedor do Grande Livro e Henry aprendeu muito com ele.

Inimigos do EstadoWhere stories live. Discover now