Capítulo 2 - Magnum Opus

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O céu estava cheio de nuvens e um pouco de chuva começou a cair, Henry se levanta rapidamente e por causa do pulo ficou com arranhões, nada grave, além disso, a adrenalina o impedia de sentir dores. No seu completo desespero ele só tinha um lugar que pensou em ir, para casa do seu colega Mateus, que por sorte conhecia o caminho e levava uns 20 minutos andando.

Ele não tinha todo esse tempo e graças a algumas habilidades esportivas conseguiu correr com toda a sua força deixando para trás os andróides. Mesmo assim Henry ainda ouvia o som de tiros e um barulho que pareciam hélices, ao olhar para o céu viu que um objeto voador conhecido como LA, que continha câmera, dardos e balas estava a sua perseguição. Esse teria sido o fim do herói, mas a chuva começou a ficar mais forte e se tornou uma tempestade dificultando sua localização aérea. Enquanto isso os andróides em terra não conseguiam também o acompanhar ficando ainda mais distantes.

Enquanto Henry se locomove para a casa do seu colega, creio que seja ideal mostrar um pouco mais da vida de Mateus. Ele era um homem preocupado e um inventor genial de alto QI, que trabalhava em tecnologias exclusivas para ele, caso fosse preciso utilizá-las em alguma emergência. Mateus morava em uma casa humilde (embora possuísse muitos aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos) e desde que chegou do trabalho se atarefou de terminar alguns detalhes dos quatro braceletes que batizou como magnum opus, sua nova invenção.

Às 23:40h conseguiu terminar os quatro braceletes,mas não os havia testado, estava cansado e merecia um bom descanso. Assim, deitou-se no sofá e tirou uma soneca, que foi interrompida por fortes batidas na porta que pareciam socos. Acordou quase que pulando do sofá devido ao susto e ao ver a janela para verificar quem estava batendo, viu Henry com um semblante desesperador.

Observando ainda da janela, Mateus pensou: "Ele deve ter feito algo errado".  Assim se apressou, abriu a porta e deixou Henry entrar. Seu colega ensopado tentou dizer algo, mas foi interrompido por Mateus:

-Não precisa dizer nada, já entendi o que aconteceu.

Pronunciou essas palavras com raiva e não parou de olhar a face de tristeza do perseguido. Duas coisas passavam na mente do inventor, que por causa do Henry ter vindo a sua casa, ele poderia ser considerado um cúmplice e que uma das oportunidades para se salvarem poderia ser os braceletes. Pegou os quatro braceletes, botou dois em seu bolso, um no braço e o outro bracelete entregou ao Henry dizendo:

- Aperte o botão rápido!!! Espero que isso funcione!

Sem nenhum protesto Henry obedeceu a ordem e apertou o botão do bracelete, fazendo Mateus o mesmo. Ao apertarem eles mudaram completamente de aparência, pareciam dois senhores de aproximadamente 70 anos com trajes característicos dessa idade. Ao perceber que sua obra tinha funcionado Mateus gritou:

- EURECA!

Mas esse breve momento de alegria teve que ser interrompido ao lembrarem da situação em que se encontravam. O inventor pegou um enorme guarda-chuva próximo a porta e os dois saíram da casa dividindo este guarda-chuva. Logo quando alcançaram a esquina da rua em que Mateus reside, o LA chegou e uns 2 minutos depois os policiais. O tempo fez com que as máquinas progredissem lentamente ajudando assim Henry e seu inteligente companheiro.

Os dois se encontravam aliviados, o que não os impediu de continuar andando apressadamente. O barulho da tempestade fazia com que um não conseguisse ouvir a voz do outro, mas a curiosidade de Henry o fez falar alto:

- Perdemos os nossos empregos?

Mateus o "fuzilou" com os olhos e disse:

- É sério que você está perguntando isso? Não é óbvio?

Henry se sentiu culpado e depois de alguns instantes falou:

- Para onde vamos afinal? Ficaremos vagando como um sem-teto?

O engenhoso colega respondeu:

- Desde que me tornei um seguidor eu tento planejar o que eu faria caso algo semelhante a isso acontecesse. As pessoas uma vez por semana se reúnem na casa de um homem muito bondoso que já esconde alguns como nós em sua moradia.

Henry se encheu de esperança, e assim o Mateus foi o guia para a casa do tal sujeito. Ele de uma forma impressionante, sabia os locais exatos onde não havia câmeras ou onde as mesmas estavam quebradas, e assim passou por tais lugares. Como ele sabia desses lugares? Fácil, ele possuía um plano de fuga planejado. Às vezes, parecia que ele gostava da idéia de sofrer perseguição, entretanto na prática, não parecia o mesmo homem que antes havia planejado tudo com tanta frieza.

Inimigos do EstadoWhere stories live. Discover now