Capítulo 9 - Xeque Mate

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No dia das reuniões semanais, as pessoas chegavam num espaço grande de tempo com o objetivo de não atrair atenção para o local. Assim levava horas, quase um dia, para as pessoas irem e voltarem para suas respectivas casas. Durante algumas semanas, um dos dias das reuniões foi friamente calculado pelo governo que esperava pegar o máximo de pessoas possíveis. Quando os seguidores do Caminho estavam reunidos em oração, silenciosamente vieram vários policiais andróides e humanos que se posicionaram em todas as saídas possíveis. Foi quando um dos policiais gritou, dando a ordem para que todos dentro da casa saíssem.

Os seguidores do Caminho ficaram assustados, mas se lembraram de um verso escrito no Grande Livro: "Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o reino do céu." (Mateus 5.10). Luke não via saída para todos que estavam dentro de sua casa e nunca tinha preparado planos para uma situação do tipo. Era o fim do jogo para eles. Após alguns segundos, Luke se preparou, abriu a porta da frente de casa e saiu. Enquanto ele era imobilizado, alguns tentaram fugir, mas os que arriscaram a tentativa de fuga não chegaram nem do outro lado da rua. Os mesmos foram atingidos por tranqüilizantes que rapidamente os deixavam inconscientes. Ninguém conseguiu fugir.

A vizinhança se amontoou na rua, onde alguns ficaram com pena e outros felizes pela prisão dos Inimigos do Estado. Muitos carros da polícia tiveram que chegar, pois havia um total de 30 pessoas na casa. Enquanto os prisioneiros iam se posicionando e sendo encaminhados para a Central da Polícia, alguns robôs revistaram a casa a procura de algo correlacionado com o cristianismo. Tudo que encontraram destruíram.
Diferente de anos atrás, a nova estratégia da polícia contra os inimigos do Estado era aprisionar em vez de matar. Quando uma pessoa era presa por crimes contra a soberania do Estado, era de conhecimento público que no mínimo tal pessoa estaria sofrendo muito. O problema antigo de penalizar os inimigos do Estado com a morte era que eles já estavam preparados para morrer. Agora com a prisão será que estariam dispostos a sofrer por anos sem qualquer expectativa de fim para os sofrimentos?

Henry foi levado para uma sala silenciosa e com luz bem fraca, onde ficou algemado a uma cadeira. A preocupação com toda situação e os seus amigos fazia com que ele na maior parte do tempo orasse à Deus, no intuito de conseguir ajuda nessa difícil fase. A roupa de Henry já tinha sido trocada por uma de presidiário. Não houve investigação, processo ou nada que garantisse no mínimo um digno tramite legal para a sua situação. Pode-se dizer que Henry estava sendo tratado como um animal. De qualquer forma isso não importava muito, pois mesmo se houvesse um processo para apurar a sua prisão, ele seria condenado por não obedecer aos homens e sim a Deus. Henry já se encontrava naquela sala por duas horas inteiras e ninguém ainda tinha vindo falar com ele.

Nesse meio tempo, veio a mente de Henry a história de alguns personagens do Grande Livro. Lembrou do apóstolo Paulo, que também tinha sido preso por pregar a Cristo e depois foi morto; lembrou do apóstolo Tiago que foi morto por ser cristão (Atos 12.2) e ainda lembrou-se do que Jesus disse a Pedro, predizendo a morte do apóstolo: "Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, te vestias a ti mesmo e andavas por onde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te vestirá e te levará para onde não queres ir." (João 21.18).

Henry sabia que o único apóstolo com registros de ter morrido por velhice foi o apóstolo João e mesmo assim ele ficou um tempo preso na ilha de Patmos por amor a Jesus. A história de João o animou durante um curto período, mas como o tempo ia passando e nenhuma informação sobre o que seria feito com seus amigos e com ele apareceu, começou a acreditar que sua hora de partir desse mudo estava por vir. Assim orou ao Senhor:

- Deus muito obrigado por me libertar do meu pecado, por me tirar da morte espiritual e me imputar a justiça de Cristo que morreu pelos pecados que afrontam a sua santidade. Ó Verbo que sofreu por mim, muito obrigado por aguentar a ira do justo Deus e muito obrigado ó Deus por enviar o seu Espírito Santo para me convencer do meu pecado e me guardar para o Grande Dia.

Quando Henry terminou essa oração, um sujeito de terno abriu a porta da sala. O homem aparentava ter muito dinheiro. Depois de alguns segundos fixando os olhos no rosto do homem que agora ficava mais visível na fraca luz da sala, Henry reconheceu um antigo amigo que agora estava mais velho desde o dia em que se viram da última vez. Tentando entender o que estava acontecendo, Henry assustado só conseguiu pronunciar uma única palavra:

- Mateus?

Inimigos do EstadoHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin