Capítulo 65

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Decidi pôr a caixa no carro e pedir para Mit jogar em algum lugar longe do palácio.

-Mais algo?

-Não! Vá rápido!

-Está bem. -Ele respondeu. Entrou no carro preto e saiu da frente do jardin. Muitas pessoas ainda estavam lá fora, claro que bem menos que nos dias anteriores, mas havia muitas delas.

Eu sabia que Mit não gostava de cumprir ordens minhas, que na maioria das vezes eram fúteis diante de seus olhos.

Olhei até que o portão se fechasse e o carro sumisse, descruzei os braços e voltei à sala principal.

-Onde está Mitchell?

-Pedi um favor. Nada de mais. -Sorri.

-Um. -Arthur estava olhando algo no computador, junto à Lians, o que foi bom, ele não me enterrogaria, por hora não.

Encontrei uma das empregadas na escada, cuja eu nem mesmo sabia o nome.

-Quero que sirva meu almoço no quarto, se não for pedir muito, em uma hora. Não tomei café ainda. -Sorri

-Tudo bem, senhora. -A moça desceu. Nem todas as funcionárias do palácio eram velhas, essa parecia ter cerca de vinte e nove anos.

Andei pelo corredor, até escutar uma música lenta no quarto de Nick.

-Nick? -Bati. -Posso entrar?

-Sim. -Gritou mais alto que o som da música.

Abri a porta. O quarto não possuía decoração alguma. Bem diferente do meu, que eu mesma fiz questão de decorar, com tudo que gosto. Assim, me sentia em casa.

-Não vai descer?

-Não agora. Quero escutar um pouco de música. -Sorriu. Ela usava uma calça preta, e um moletom vermelho e branco, parecia universitário. Ainda estava deitada na cama, com as mãos atrás da cabeça. Provavelmente fazendo o que todos no palácio faziam, encarando o teto, enquanto pensava em algum de nossos problemas.

-Não quero que fique um clima ruim entre nós, depois do que aconteceu, não sinto raiva de você, sei que as vezes sou insensível quando se trata de outros, mas tenho afinidade com você.

-Sério? -Falou. -Tudo bem.

-Posso confiar em você? -Perguntei.

-Mas é claro que pode. -Sentou na cama. -Algo está acontecendo com meu primo?

-Não! -Passei. -Não é isso.

-O que há?

-Não sei como falar diretamente.

-Fale, Natasha.

-É sobre Aliça Hamkins.

-Ahhhh -Arfou, como se esperasse algo de mais grave para tratar comigo.

-Me prometa que isso não sairá daqui.

-Fale, Natasha. Sem rodeios.

-Você pode me dizer se... -Olhei a porta e sentei nos pé de sua cama. -Se Arthur mantinha relações com Aliça Hamkins? -Corei. Eu precisava saber o que o prendia à ela.

-O que? -Sorriu alto.

-Pare, Nicole. -Reclamei. -Leve-me a sério.

-Mas que tipo de relações?

-Relações físicas. -Fiz gesto. -Você sabe. Entre homem e mulher.

-Ummm. -Pensou.

-O que? -Perguntei.

-Não sei dizer, Natasha. Se eu der certeza de algo em relação a isso, estarei mentindo. -Olhou-me. -Arthur não fala sobre essas coisas, de certa forma... Até seria anti ético.

-Mas o que você acha?

-Que você precisa ser você, mesmo que seja só isso. -Sorriu gentil.

-Mas em questão ao assunto?

-Não conheci Aliça, não via os dois, não posso garantir um sim, nem um não. -Falou. -Não sei ao certo o motivo que levou Arthur a amar essa moça tão profundamente.

-Nem eu. -Encarei a parede de vidro.

-É! -Foi a única letra que saiu de sua boca. Agradeci e sai do quarto.

Passei a tarde a pensar onde estaria Mit, se ele havia jogado a caixa. Não quis descer, sentia um medo enorme.

Já fazia algum tempo que eu não me sentia bem como na nossa última viagem, aqui me sentia forçada, tendo que viver segurando pratos prestes a cair.

Assim que a noite chegou, banhei e fiquei na janela, tudo que eu queria era ver Arthur ali novamente, comigo. Eu o sentia tão meu. Liguei a tv, passei canal após canal, nada era interessante, isso se devia ao fato de que o que eu queria não viria de uma tv. Fechei os olhos, desliguei o abajur.

-Natasha? -A voz de meu noivo era música. -Natasha? -Chamou mais alto. -Abri os olhos, Arthur estava na porta. Corri e passei um pouco de perfume, ajeitei a camisola, soltei os cabelos e fui em direção à porta.

-Arthur, eu...

-Como posso confiar em você, Natasha? -Mostrou a maldita caixa que Mit deveria ter dado um fim. Engoli em seco. -Responda-me!

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