Capítulo 12

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Acordei com o barulho do despertador. Levantei ainda sonolenta. Enquanto banhava, lembrei-me do senhor que encontrara, de como ele era amigável e estranho ao mesmo tempo. Desliguei o chuveiro e peguei a toalha. As manchas em meu braço se destacavam, o frio era amigável, já que o moletom escondia meus braços. Olhei-me no espelho por algum tempo, eu podia reclamar de minha genética quantas vezes desse na telha, mas a verdade é que eu amava minha cor.

É bom acordar antes do horário da universidade. Eu posso pensar e escutar uma música.

  Vesti a roupa e botei o tênis. Peguei a bolsa e botei o fone no celular. Quando cheguei à cozinha, mamãe estava pondo o café na garrafa térmica.

-Acordou cedo.

-Aham. –Puxei a cadeira e sentei enquanto a olhava.

-Vou à casa de Noah Stripus com mais alguns colegas de turma. Filmes, pizza e pipoca.

-Muito bem querida! Nunca é tarde para começar a badalada vida social. –Ela ergueu as mãos e sorriu.

Peguei a chave do carro e sai. Quando cheguei na faixa, o carro de trás já havia buzinado três vezes. Não dei a mínima. Se às 7h20 da manhã esse motorista já estava com esse humor,
eu podia prever o resto do dia.

Chegando na universidade, entrei ignorando algumas pessoas que pareciam falar de mim na escada. Você suporta coisas incrivelmente chatas quando está com fones de ouvido e uma boa música no volume máximo.

-Para dentro! -A professora de Informática Médica disse , enquanto tocava no ombro de cada um que entrava.

-Bom dia Maenne! - A garota quase não falava, era branca e tinha vestígios de sarna nas bochechas. Usava óculos de grau e tinha um cabelo enorme. Apesar de parecer não ligar para uma boa aparência, ela era extremamente bonita. Eu gosto da maneira como o rosto é limpinho e dos traços delicados.

-Bom dia. -Respondeu sem se importar muito.

-Vamos para casa de Noah, essa noite. -Disse tentando iniciar o convite. -Vamos ver filmes e pedir pizzas. Você quer ir? -Perguntei.

-Não sei. Acho que não é uma boa ideia. –Ela repuxava a bochecha enquanto pensava.

-Vamos! Eu também não sou a maior fã de programinhas, mas não custa tentar.

-Está bem. –Ela sorriu.

-Vai em seu carro? Ou quer que eu pegue você? -Perguntei.

-Encontro você lá. Só me diga a hora. A casa do Stripus fica depois da linha de fronteira? A que leva para o lado Norte da província? -Ela perguntou.

-Sim. Às 19h.

-Estarei lá. -Ela disse e ligou o caderno eletrônico. Peguei o meu e fiz o mesmo. O carro dela não ficava para trás em questão de preço. O pai era um dos empresários autônomos mais ricos do continente. Se você a olhar, parece um ano mais velha, sempre usando saias no joelho e um moletom antigo.

Os jovens das famílias mais poderosas acabam morando aqui para estudar na UW, mas um dos principais motivos é o que morar na província real proporciona: "a segurança.".

-É hoje. ;) -Escreveu Noah no bate papo coletivo ao lado da página que ainda estava em branco.

-Desligue essas mensagens ou vou tirar o micro chip de internet de seu caderno, Stripus. -A professora disse em voz alta. Ela olhava por cima dos óculos. Rapidamente vi o ícone com a foto de Noah ficar cinza. Fred olhou para mim, balançou a cabeça e sorriu.

Podíamos usar o bate papo coletivo toda vez que o professor que estivesse em sala permitisse. Ninguém passava despercebido, já que as mensagens chegavam com um toque de notificação mais alta que o normal no diário do professor. Apesar de podermos usar o caderno para conversar em qualquer outro lugar fora da UW, eu não fazia questão. Assim que todas as aulas acabaram, peguei a bolsa e sai de sala.

ImpérioWhere stories live. Discover now