Capítulo 55

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-Acorde Natasha!

-Chegamos?

-Sim! -Respondi enquanto levantava. -Venha!

-Umm. -Ela se esticou.

-Vamos! -Ajudei-a se levantar.

Mit, Nicole e nossos dois guardas bases já haviam saido. Ainda era madrugada. O avião pousou em um dos aeroportos locais, três carros pretos já nos esperavam, juntamente com seguranças e uma moça, cujo nome...

-Me chame de Scarley, alteza. -Sorriu.

-Prazer em conhecê-la. Suponho que você nos será útil. -Sorri.

-Estarei com vocês até o último dia de sua residência em Bali, alteza.

-Sou grato. Essas são Nicole Scaëfer, minha prima.

-Senhorita! -Scarley cumprimentou.

-Dispenso formalidades. -Nick sendo Nick.

-Essa é minha futura esposa, Natasha Harris. -Olhei para a moça enrolada em um casaco ao meu lado. Estávamos na pista de pouso, ao lado do avião, enquanto as poucas malas eram retiradas.

-Prazer, senhora.

-Igualmente. -Natasha sorriu.

-À chame por senhorita. -Corrigi. O que deixou todos um tanto constrangidos.

-Senhorita. -Scarley bateu continência. A moça era loira, com roupa padrão de secretária, e uma altura razoável, centímetros menor que eu, porém seu salto preto fazia o resto do trabalho. Seu rosto tinha traços grossos, e a pele era bronzeada naturalmente, como um bom cidadão de Bali.

-Por último, mas não menos importante, esse é meu braço direito, Mitchel Tenan.

-Prazer, senhorita. -Apertaram as mãos e então o último porta malas foi fechada.

-Podemos ir? -Scarley confirmou.

-É claro. -Entrei em um dos carros com Natasha, Mitchel e Nicole seguiram no outro, e nossos dois guardas se juntaram aos seguranças locais, no terceiro carro preto.

A cidade ainda estava escura, mas havia muitas pessoas nas ruas, que eram típicas de vila, tudo bem classicamente simples, porém para quem não é daqui, cada detalhe é muito peculiar, como as placas feitas em madeira e os pés de coco e palmeiras, que se estendem por todo lugar.

O carro parou, segundos depois, entramos no estacionamento do hotel, que não era um Palace, mas nos daria sossego e uma boa estadia.

-Por aqui! -Scarley gesticulou, e a seguimos, deixando os carros para trás. Nicole vinha atrás, parecia cansada, Mit conversava com Scarley mais à frente, os cinco seguranças vinham atrás e Natasha estava ao meu lado.

-Em que está pensando? -Perguntei.

-Em meu pai. Você sabe...

-Não sei. -A olhei.

-Não tenho costume de fazer coisas sem sua visão me alcançar.

-Tudo bem. Com um tempo você irá acostumar. -Afaguei seus cabelos loiros.

Entramos na recepção, que para primeira impressão, era grande. Os funcionários estavam em fila, e Scarley tratou de apresentar um à um, seguido dos proprietários. Senhor e senhora Bolt. Um casal de loiros. Aparentavam ter trinta e oito anos, ou mais. As pessoas aqui parecem ser mais novas do que são, talvez seja a praia, dei de ombros em pensamento.

A recepção era colorida, as paredes tinham um jogo enorme de quadros em madeira, um design que chamou minha atenção. Havia uma janela vasta, da onde vinha o vento frio, e que de onde consequentemente daria para ver o mar. Um violão estava em cima de um dos sofás branco. Alguém ali deveria nos brindar com voz e violão em algum momento.

-Creio que estão todos cansados, certo?

-Sim! Nicole sorriu como quem dizia um "É claro idiota".

-Scarley irá mostrar os quartos, e à qualquer hora vocês podem ligar para recepção. Só peço que não desçam depois de às oito da manhã. -Piscou. -Ou vão perder a diversão.

-Obrigado! Uma boa noite para todos vocês. -Segui as meninas, e os pares de homens que nos acompanhava.

-Por um mundo sem escadas.

-Você reclama de mais. -Passei por Nick.

Saímos da escada e seguimos em um corredor, com números esculpidos também em madeira nas portas.

O ar limpo era nítido em todo canto.
Nicole e Natasha ficaram em um só quarto, por pedido de Natasha, Mit ficou só em um, assim como eu, e os seguranças revezariam de turno.

Podíamos ter escolhido um Rizort, ou um dos hotéis mais requintados, porém a consequência seria a presença de muito mais pessoas, e exposição. Então esse além de familiar,seria ideal para a ocasião. E tendo sua própria área não precisaríamos sair do locar para aproveitar a semana.

Botei minha mala ao lado da cama, tirei um short branco e tomei um banho rápido, estava bem mais cansado que sujo, Fechei a janela para impedir o vento, que fazia barulho e deitei.

O aparelho celular de Aliça tocou, e então ainda deitado peguei no bolso da calça em que estava meia hora atrás.


Sinto muito por tudo, eu irrevogavelmente torcia por vocês dois. Sinto muito por sua irmã também. Espero que um dia, tudo fique mais fácil para conviver com. Um grande abraço, majestade. E foi uma honra falar com o senhor.

Remetende: Maenne.

Fechei o celular e o guardei, cansado de mais para responder. E essa menina de alguma forma me atormentou, com a imagem de "Oi! Sou amiga de sua noiva, está tudo bem, e seremos todos felizes."

Fechei o celular, segundo, porque essa semana seria de Natasha, e eu tentaria, de verdade, amenizar tudo de ruim, e sentir algo parecido com carinho por ela.

Bali é resumida em água, sol, água, férias e descanso.

Eu tentarei esquecer quem sou essa semana. Preciso me achar novamente, não tive nenhuma responsabilidade tão grande até agora, nem trabalhos diários. Isso por não ter fechado o casamento com Natasha. Mas depois disso, passarei de uma linha tenua de príncipe, para toda a pressão de um rei.

Cada semana que se passava, as coisas ficam mais relevantes. Já estou acostumado com a presença da filha de Harris e com a falta dos dois outros rostos da minha vida.

Natasha é linda, e tem se esforçado e dado tudo de sí, para tornar tudo mais fácil para mim, vou observar seu rosto e sua feição todos os dias enquanto tivermos aqui, se houver a remota chance de me atrair por ela, isso acontecerá ainda aqui.

Desliguei o abajur, as luzes da área da piscina ainda clareava o quarto, então precisei levantar e fechar a cortina.

Bali Bali...

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ImpérioWhere stories live. Discover now