Capítulo 49

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Acordei no sofá, de frente para parede de meu quarto. As coisas estavam fugindo de meu controle. E isso não era novidade.

-Senhor?

-Mitchel! Entre!

-O que há de errado?

-Alguns pares de coisas. -Sorri.

-Menos mal. Seu pai não gostava de impars. -Ele retrucou.

-Faltam dois dias para sua decisão oficial, segundo o casamento.

-Sim! Eu quase esqueci. -Ironizei e ri.

-Já se achou em meio à toda essa confusão? -Ele sentou-se em minha cama. Continuei imóvel de frente para a parede de vidro.

-Isso é um grande problema, Mit. Achar-me! -Sorri.

-Desça para o café. Senhorita Nicole já está em algum lugar do jardin.

-Intediada hoje?

-Sempre! -Ele sorriu.

-Onde está Natasha?

-Ainda não saiu do quarto.

-Estarei lá quando ela sair. -Fui em direção ao banheiro. Mitchel ficou na mesma posição em minha cama. O clima no palácio não mudava sempre. Mas ultimamente sofria de bipolaridade.

Liguei o chuveiro e esperei os pensamentos congelarem.

-Mit? -Chamei sua atenção enquanto secava o cabelo com outra toalha.

-Sim! -Ele se assustou.

-Você está na mesma posição desde quando sai? -Sorri.

-Ao que parece, sim. -Entregou com um sorriso.

-Quero uma coletiva de comunicada para amanhã às nove horas.

-Como assim?

-Uma coletiva de comunicado. Foi o que você ouviu.

-Mas... O que tem a ser comunicado?

-Um suposto casamento... Ou o não acontecimento do mesmo por motivos relevantes.

-O que? -Ele ficou de pé. -Isso seria expor a senhorita Natasha.

-Será? -Questionei. -Ao que me parece, ela gosta de chamar atenção. Isso não será problema.

-Sim! Será! Tanto ela, quando o sobre nome que carrega.

-Marque a coletiva. -Dei por fim e vesti a última peça de roupa.

-Senhor? Eu insisto. Descida isso aqui, entre você e ela. Só leve a público caso seja para comunicar a união.

-A minha decisão foi tomada. Faça seu trabalho e acate. -Sai deixando a porta de meu quarto aberta.

Não olhei a expressão de Mitchel, mas eu sabia qual era, a mesma que ele fazia quando eu e Nicole aprontavamos algo na infância, e ele tinha que contar para meus pais.

-Bonjour! -Sorri para minha prima que era a única pessoa na mesa principal.

-Bom dia! Onde está sua mulher?

-Não aqui. - Sorri.

-Acostume-se!

-Ou não! -Pisquei.

-Senhor? -A Ama de Natasha veio até à mesa.

-Sim, Ama! -Olhamos para ela. -Algum problema?

-A senhorita Natasha não virá para o café, está um tanto indisposta.

-Diga que estou farto de tantas mentiras. Mande-a descer e assumir suas falcatruas. Afinal, ela tem mesmo do que se envergonhar.

-Mas senhor...

-Diga agora mesmo! Mais mentiras no momento só me trás nojo.

-Sim, senhor. -A mulher respondeu e subiu as escadas.

-O que houve? -Nicole não entendeu.

-Prefiro que você não saiba.

-Algo de importante?

-Não! Só sutilezas da família Harris. -Peguei a xícara de café.

-Está bem. -Ela deu de ombros. Quieta de mais para Nicole.

-O que está à pensar tanto?

-Toda essa situação.

-O que tem?

-Ruim de mais até para quem assiste. Como eu.

-Tudo bem. -Sorri. -Devemos se acostumar.

-Que bons ventos a trazem? Natasha. -Sorri. Ela se recuou e sentou em nossa companhia.

-Amanhã às nove da manhã preciso que me acompanhe em uma coletiva de comunicado.

-Por quê preciso ir?

-Porque você é o alvo. -Pisquei.

Sentia-me um tanto mau, por fazer esse joguinho. Mas Natasha precisa aprender pagando, só assim será menos dobrável.

Terminamos o café. Fui para fronteira, reforçar as ordens de proteção.
Não podemos ser tão amigáveis.
Ordenei a presença de 300 homens para o evento público pela manhã e certifiquei-me de não pôr a vida de mais ninguém em risco.

-Mais alguém da família Harris estará aqui, senhor? -O tenente se dirigiu à mim.

-Somente Natasha Harris. -Concluí

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