Capítulo 45

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Limpei o rosto e liguei o carro. Outra música tocou e dobrei a rua.

-Majestade! -Um dos guardas abriu o portão. Não abri o vidro. Desci do carro e entrei na sala principal. Ninguém estava lá. Por Deus.

Subi para tomar um banho nos últimos dez minutos que antecederiam a visita de Erner Harris.

A escuridão já havia tomado conta do jardim quando desci para o gabinete.

-Com licença! -Harris entrou. Fazia anos que ele estivera aqui com meu pai. Levantei da poltrona e fui até o meio caminho.

-Harris! Quanto tempo.

-Sim! Nos vimos no jardim do sepulcro, mas as circunstancias não eram boas.

-Sim. Sente-se!

-Obrigada! Esse gabinete está ainda mais bonito.

-Sim. -Sorri. -Meu pai cuidava como a melhor parte do palácio.

-Acredito. -Ele sorriu. -Como tem passado esses últimos dias?

-Levando. -Entreguei. -Como reis devem levar. -Sorri.

-Já tem participado de algum concelho continental?

-Ah sim! O primeiro.

-Como foi? Estranho? Tentaram fazer de você um submisso?

-Não! Foi calmo. Não debati e nem refutei. Aprendi bastante com meu pai.

- Tenho conhecimento disso! -Sorriu. -Ele deixava bem claro sua competência.

-Sim. Por isso tenho uma proposta. -Entrei no assunto.

-Conte!

-Quero uma semana de convivência com Natasha, antes de decidir minha posição a respeito do noivado.

-O que sugere?

-Que vocês fiquem uma semana como nossos hospedes.

-Preciso voltar para Loisve amanhã pela madrugada. Posso deixar minha filha com a Ama. Se garantir respeita-la.

-Claro! Isso é questão de principio.

-Então, Natasha virá. -Ele apertou minha mão. Senti que o clima era de negociação, ele não é admirável como pai.

-Podemos tratar de outros negócios? -Outros? Minha conclusão se firmou.

-Não sei de que outros negócios poderíamos tratar tão cedo. -Admiti.

-Uma união.

-Harris? -Sorri. -Ainda é cedo, não acha?

-É! Talvez! -Ele deu de ombros.

-Então é isso! -Fiquei de pé. Não gostava muito de Erner Harris. Como pessoa.

-Natasha virá. Como combinamos.

-Estarei esperando-a. -Afirmei. Nos saldamos e ele saiu.

Por um lado, parecia traição para com Aliça, por outro, parecia uma decisão certa, e sabia a se tomar.

O relógio marcava para 9h. Sai do gabinete e fui jantar com Nicole e Mitchel. Depois de algumas curtas conversas sobre a vinda de Natasha para cá, subi com Nicole. Banhei enquanto ela foi fazer o mesmo em seu quarto. Eu fazia questão de banhar em água gelada.

-Você está segura! -A cena de um abraço com Aliça depois do debate mundias veio em minha cabeça. Se eu soubesse que não teríamos tempo, não teria a respeitado aquela noite. Cada centímetro de minha pele passando na ceda de sua camisola, pedia algo a mais. Eu a abracei com toda minha força, queria que ela sentisse o peso do que eu seria capaz de fazer para potegê-la. É! Definitivamente eu não teria a deixado sair imaculada daquele prédio.

-Arthur?

-Entre, Nicole!

-Você acha mesmo que deve ser forçar tanto? -Ela fechou a porta e depois sentou em minha cama. -Digo em questão de casar agora, em cima da morte de sua noiva e sem amar.

-É o que faz uma realeza... Ao menos os que seguem os protocoles. -Sorri da indireta para ela.

-HáHá! -Ela birrou. -Falo sério Arthur!

-E eu falo sério Nicole. Não há o que pensar. Tenho todo um continente para cuidar.

-Erggg! -Ele se jogou para trás, entediada.

-Nicole? Nem tudo é bom, há coisas na vida real, e não de realeza, na vida normal mesmo, que as pessoas só fazem por obrigação. E é assim que a maquina do mundo trabalha.

-Ssabe o único problema que tenho agora?

-Qual? -A olhei, ela estava deitada ao meu lado, seu rosto estava centímetros abaixo do meu.

-Por culpa sua meu celular está boiando na lagoa, provavelmente até agora.

-Minha?

-Você tem mais dinheiro aqui, então a culpa é sua. -Ela olhou-me com os olhos verdes que me fazia ser incapaz de refutar. Nick lembrava-me minha filha do futuro.

-Amanhã cedo você terá outro. -Empurrei sua cabeça.

-Um daqueles que ainda estão em teste final? -Ela fez bico perto de meu rosto. -Sem previsão para estar em mercado? -Ficou de pé na cama.

-Sim, Nicole. -Cedi. Conseguir um desses aparelhos em meia hora não seria problema.

-Já estava na hora. -Ela se jogou na coma.

-Eu gosto dessa cama. -Reclamei.

-O que? -Ela não entendeu.

-Não precisar pular nela.

-Ah! -Ela levantou e foi até a parede de vidro. Acompanhei.

-É tudo tão bonito e...

-Parado. -Completei.

-Sim. É ruim não ter San e Aliça aqui, não é?

-Gera um buraco no perfeito. -Entende? -A olhou com as mãos na parede.

-Sim! Ela pôs os lábios no vidro.

-Nicole? -Sorri com nojo.

-Me lembra crianças pobres versos doces de padaria. -Ela sorriu e limpou a boca.

--Melhor dormimos. -Fiz cara de nojo e fui para cama.

-Boa noite! -Ela deligou o abajur. -O que foi uma dádiva, já que ela sempre dormia do nada.

-Boa noite! -Beijei seu rosto.

-Erg! -Ela reclamou e depois beijou o meu como resposta.

Já estava me convencendo da morte de San e Aliça. De alguma forma, passos para seguir em frente já estavam sendo dados.

Mas eu ainda tinha alguma esperança, quando imaginava algo impossível. De qualquer forma, amanhã Natasha chegaria. Essa semana iria decidir o meu futuro como um noivo. Não lembro de terem me devolvido a pulseira de Aliça junto com... Na verdade... -Pensei bem. -Nem mesmo os documentos pessoais foram entregues. O que é estranho.


∞∞∞∞∞∞


Nota: Mil perdões a demora, tive alguns problemas, o que me deixou bem triste e sem inspiração alguma. Mas agora já está tudo bem e voltemos ao Império. Que estranho! Não devolveram os documentos? Nem a pulseira? Muito estranho O.o O que acham??

Um beijo especial para meu fã clube! sigam no insta livroimperiofc. Estou amando as postagens. E amo cada um de vocês, minhas inspirações.


ImpérioWhere stories live. Discover now