The escape

Capítulo dois | Um convite surge

Demorei um pouquinho para publicar o segundo capitulo, mas está ai, fiquei super feliz que vocês curtiram a história então eu vou continuar com ela, não esqueçam de votar e depois que terminar de ler comentar a opinião de vocês É SUPER IMPORTANTE PRA MIM! God bless you ♥ Ps: recomendo ouvir "no silêncio" (está na mídia) enquanto lê esse capítulo ♥

"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente." - Shakespeare

♥Vamos para o capítulo♥

O dia não podia ter sido pior, além de ser recusada pela décima vez em uma universidade, eu descubro que não faço parte da família a qual estou no momento, é loucura, difícil de acreditar. As palavras "ela não é nossa filha" repetem na minha cabeça como se fosse um disco arranhado. Minha irmã é a única que não entende o que está acontecendo e eu não a culpo, ela não sabe de nada, que nem eu não sabia. Minha maior decepção, não foi o abandono dos meus pais biológicos, mas a mentira das pessoas que dizem me amar e ser verdadeiros acima de tudo com sua família. Estou me sentindo um lixo, traída e deslocada, eu não pertenço a esse lugar.

Eu sempre senti algo diferente, que eu era diferente deles, tanto na aparência quanto na personalidade. Eu sou fechada e eles são simpáticos com qualquer um, eu sou quieta e eles animados e falantes. Eu não gosto de falar muito, só quando é necessário ou quando a conversa é realmente envolvente, o que não é o caso de Orange.

Eu não como direito há dias, nem durmo bem, estou com olheiras e olhos ardendo, o máximo que faço é beber água e tomar banho, de resto estou dispensando. É tão triste se sentir assim, fora do lugar. É como se todos fossem preto e branco e você fosse rosa ou azul, vermelho ou roxo. Bem diferente.

As pessoas que se dizem "meus pais" já tentaram falar comigo mais de... Já perdi as contas. Várias vezes, e por diversas vezes eu neguei, os ignorei. Eu devia me sentir mal por isso, claro. Estou sendo ingrata com as pessoas que me criaram com tanto carinho e amor, que se dobraram em dois para me educar e me deixar viva, mas não dá pra evitar a decepção. Não quero nem consigo olhar nos olhos deles.

Eu sempre me perguntei por que eu era loira dos olhos azuis se eles são morenos dos olhos dourados. A resposta era a mesma: você puxou sua avó, que já morreu. Nunca vi nenhuma foto dela, agora entendo o motivo.

Estou no meu quarto, deitada olhando para o teto cheio de umidade com algumas partes descascando, isso é devido à chuva que dá goteira na casa. A luz está apagada e já é tarde, está bem escuro, mas eu não ligo de ficar sem luz no quarto, estou me sentindo tão sombria e fria quanto o ambiente.

Meu coração se obscureceu totalmente. Vi um livro mais pra frente que os outros na prateleira de livros acima da cabeceira da minha cama então levantei para ajeitá-lo, puxei ele e era a bíblia da minha irmã. Ela amava ler livros, e esse era o favorito dela, não somos religiosos, mas ela tinha um amor especial e incompreensível por esse livro, eu já havia olhado algumas vezes, mas nunca entendo nada.

Ligo a luz do quarto e sento na cama novamente, fecho os olhos e abro em qualquer lugar. Era assim que minha irmã sempre fazia, mas ela demorava alguns minutos antes de abrir. Então caiu em... Deuronomio? Oh, não Deuteronômio. A bíblia em si já é difícil e começando pelo nome de seus livros. Era o capitulo trinta e um, eu li todo ele atentamente, mas um pedaço me chamou atenção e meu coração estremeceu. "Sejam fortes e corajosos. Não tenham medo nem fiquem apavorados por causa delas, pois o Senhor, o seu Deus, vai com vocês; nunca os deixará, nunca os abandonará" Será que tudo que minha irmã disse a respeito desse livro é real.

Ela sempre me contava as historias, mas eu as ouvia como se fossem contos de fada. Afinal, ela é criança ainda, eu nem sei como ela conhece esse livro. Será mesmo que existiu um homem que deu a sua vida para salvar todos na terra?! Será que realmente Ele não me abandonará?!