Todos Concordam

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     Como um raio desajeitado, Chat Noir Fake saiu em direção ao esconderijo de Hawk Moth — de modo discreto — e, chegando lá, o homem o olhava de cima.

— M-Me desculpe, senhor — gaguejou Fake.— Acabei fazendo uma grande burrada...

— E fez mesmo! — esbravejou o maior. — Agora aquele maldito Tortle está ciente de seus poderes de proteção, e vai usar com tudo que tiver!

O rapaz se encolheu envergonhado, escutando a bronca de cabeça baixa. Hawk Moth continuou:

— Mesmo depois de eu ter conseguido as duas peças chave para meu plano estar concluído, eu só pedi que você trouxesse Ladybug VIVA, e o que você faz!? — seu olhar era assustador. — Você usa seu golpe destruidor e quase a mata!

— M-Mas ela ainda está bem, m-mestre... — Fake tenta argumentar. — Sele... Petit a protegeu...

— Eu sei — suspirou o maior. — Mas não graças a você! Ela apenas fez o que achava estar certo e acabou dando nisso! Está tudo bem. Eu não precisava dela e nem de seu kwami idiota.

Fake concordou com a cabeça. Hawk se virou novamente para sua janela para o mundo, o vidro redondo, e se manteve assim. Fake baixou a cabeça em reverência e saiu dalí.

Passou por uma porta de vidro, provavelmente com sistema de segurança, onde havia um ser distante no fim do quarto. Estava escuro e a pessoa estava deveras quieta. Ele deu de ombros e se dirigiu para fora.

~

    Enquanto isso, no museu, Marinette, Adrien e Doug, encaravam fixamente a cena deslumbrante que acontecia alí: Mestre Fu conjurara vários feixes de luz branca que dançavam ao redor do corpo da moça e do da pequena kwami, de forma nada sincronizada. Esses feixes brilhavam fortemente e em seguida, se chocavam contra os corpos de ambas, as fazendo arquear as costas, mesmo desacordadas.

Era uma cena digna da Disney.

As luzes continuavam surgindo e adentrando o corpo das duas, cada vez mais e mais rápido, até que os feixes acabaram. O Mestre abriu os olhos lentamente respirando fundo, encarando ambas no chão. Elas ainda estavam de olhos fechados.

— Me-Mestre, elas...

— Estão apenas em processo de recomposição — adiantou-se o ancião, sorrindo para Marinette. Esta retribuiu. — Precisamos levá-las para a casa de alguém depressa. Com certeza aquele jovem voltará com ajuda.

Uma mão elevada pode ser vista, e todos olharam em direção ao Doug, que já havia se destransformado. Ele sorria minimamente.

— Se quiserem, podem levar pra minha casa... Ela é apenas dobrando duas ruas daqui.

Todos concordaram com a ideia e decidiram levar Beel e Selena para a casa do rapaz.
Chegando na frente da residência, ele logo os alertou que não era nada extravagante nem chique como suas casas, mas que era confortável e morável acima de tudo.

— Desculpem a possível bagunça, beleza? — ele girou a chave e abriu a porta, dando espaço para eles passarem com as garotas.
A casa era realmente simples; as paredes e o chão eram feitos de madeira, mas estavam bem polidas e envernizados, na sala havia apenas um sofá médio e uma TV, com uma mesa de centro de metal que era pequena e estava lotada de com sacos de salgadinhos e garrafas de refrigerante. A lugar tinha cheiro de queijo nacho e Marinette jurou ter visto uma cueca largada em algum lugar. — Mi casa es su casa!

Todos se entreolharam, mas deixaram isso para lá. Depositaram a menina no sofá calmamente, pondo sua kwami sob seu ventre. Depois de algum tempo as observando, notaram que elas finalmente pareciam estar respirando. O Mestre, Adrien e Marinette se dirigiram à uma parte mais distante dalí.

— Como o senhor fez isso, mestre? — Marinette perguntou deixando as palavras escaparem em tom de felicidade. Adrien a abraçou, compartilhando esse sentimento.

— Antigo segredo chinês — respondeu ele tranquilo como de costume. — Elas acordaram. Vão falar com elas.

— Selena? Selena! — todos ouviram altos gritos vindo da sala e correram em seu encontro. A pequena Beel estava agitava, flutuando sob o rosto da moça desacordada. Ela estava desesperada. — Selena... Por favor acorde!

— Calma, melzinho — Doug, que antes estava sentado ao lado dos corpos, tentou acalmar a pequena. — Ela está só dormindo...

Mas tudo que o garoto dizia parecia uma grande mentira para as ouças da kwami que parecia mais desesperada que antes para acordar a guardiã. Por conta do barulho, Selena fechou os olhos com força, o abrindo lentamente em seguida.

Ahn... hã? ...Beel? — olhou para a pequena com um sorriso. — Que bom que você está bem...

Os olhinhos de Beel se encheram de lágrimas, a fazendo pular no rosto da moça, como se a abraçasse.

— Sele! — Marinette e Adrien chamaram e uníssono, correndo em direção à menina com suas expressões aliviadas.

Selena se sentou com cuidado e olhou diretamente nos olhos de Doug, não sabendo o que falar. Esse apenas a encarava com. Sorriso imenso e feliz, sendo perceptível um pequena lágrima de felicidade se formando no canto de seu olho esquerdo. Ela sorriu para ele e se esticou para abraçá-lo.

Está desculpado — sussurrou em seu ouvido.

O garoto a abraçou de volta o mais suave que conseguia, tentando fazer com que ela não notasse o seu rosto deformado constituído de um sorriso torto e enorme, sendo seguido por imensas lágrimas silenciosas. Ela sentiu o que o rapaz estava sentindo e deixou uma lágrimas escapar também.

— Meus jovens — Mestre Fu entrou na sala caminhando tranquilo, chamando sua atenção. — Não quero acabar com o clima alegre, mas não se esqueçam de que ainda não acabamos. — ele apontou para a janela rapidamente. — Hawk Moth ainda deve ser parado. Nossa batalha ainda não chegou nem na metade!

Todos o encaravam sérios, determinados. Selena olhou para a própria mão direita, a abrindo e fechando como se para sentí-la e sorriu confiante.

— Ele vai ver o que é bom!

Todos concordaram.


Continua?

My Wi-FuWhere stories live. Discover now