Cartas na Mesa

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   Enquanto Selena estava na praça com Damian, Marinette e Adrien ainda estavam na mansão, tentando não fazer bobagem.

Claro, eles nunca foram muito bons nisso.

— Você prefere que eu vá embora, ou...? — Marinette perguntou. — Sei lá, não quero mais causar problemas...

— Não precisa — Adrien se adiantou, despertando a curiosidade da garota. — Digo... Não vai causar problema nenhum.

A morena arriscou um sorriso. Ele ruborizou um pouco e sorriu de volta.

— E então? Vamos pôr as cartas na mesa, ou vamos continuar fugindo?

— O que quer dizer? — Marinette fingiu inocência.

Adrien não conseguiu compreender essa jogada de mestre e apenas coçou a nuca, constrangido. Ele levantou seu olhar à ela.

— Olha... Eu sempre gostei da Ladybug.

— Mas nunca da Marinette.

— Porque eu gostava da Ladybug — enfatizou ele, mexendo as mãos impaciente. Ele suspirou. — Olha, eu não fazia a mínima ideia, mas acabei me apaixonando por você também.

A morena fez uma careta de confusão.

Credo — ela riu incrédula. — Então você meio que achava que gostava de duas garotas ao mesmo tempo? Bem, acho que agora está mais tranquilo, certo?

Ele deu de ombros e sorriu.

— Mais ou menos — falou. — Até por que, você não gostava nem do Chat Noir e nem de mim.

Marinette arregalou os olhos sem poder assimilar o que ele acabara de dizer.

"Jura que você nunca notou!?"

— E-Eu... Adrien, eu sempre... — ela gaguejou, desviando o olhar para seus pés. — Ah, que se dane!

Marinette se levantou e chegou bem próxima ao rapaz que observava seus movimentos de olhos esbugalhados. Logo ela estava toda corada e mordia o lábio com força demais. Ela não disse mais nada, segurando a gola da camisa cinza do loiro, e o trazendo para perto de si, colando assim, seus lábios.
O rapaz ainda estava atordoado e sua cabeça girava, mas, mesmo o mínimo de consciência conseguia sentir a maciez dos lábios da morena, aquele gosto que ele já havia provado antes que lhe viciara, e tudo mais nela. Vários flashes de Ladybug passaram em sua mente, e ele se viu separando a moça de perto de si com as mãos em seus ombros. Ele respirava e inspirava fundo, sem fôlego.

— Minha nossa, me desculpe — a morena estava um tomate. Ela pôs suas mãos no rosto aquecido. — Me desculpe, Adrien, eu... eu não sei o que deu em mim...

— Não não — ele a interrompeu, voltando a fitar aqueles olhos azul-claros. Ela parecia estar receosa e ansiosa. Ele riu de lado.  — Eu não sabia que você tinha esse lado selvagem, my lady. Pena que você esqueceu que gosto de ficar no comando.

Ela o olhou de lado.

— Agora você incorporou o Chat Noir — ela deu dois passos para trás. — O-O que está fazendo?

Ele se levantara e começara a caminhar em sua direção. Ela recuou dando voltas sem nem notar, até que acabou tropeçando e caindo na cama. O rapaz aproveitou a oportunidade para prensa-la contra o colchão. Ela o encarou completamente vermelha.
Adrien não esperou ela falar nada, apenas a beijou, primeiro serenamente, mas depois ganhando intensidade. Marinette suspirou entre o beijo, e ele passou a mão por sua cintura por cima da blusa vermelha com bolinha pretas... irônico.

— Ma-Mas o que você...

— Eu te amo.

Os olhos da morena se arregalaram, enquanto um sorriso se formava pelos lábios do rapaz. Ele então se aproximou de seu ouvido.

— Eu te amo, Ladyboo — ele sussurrou  fazendo a garota se arrepiar toda. O loiro desceu o rosto, até começar a depositar pequenos beijos no pescoço da morena, fazendo a mesma se sacudir com os pequenos espasmos de prazer que sentia.

— Aah... Isso... Isso já aconteceu antes... lembra?

Ele ergueu a cabeça apenas para olhar ao redor, voltando à ela.

— Dessa vez, a Alya não está aqui — ele riu, travesso.

*

Enquanto isso, Selena estava no quintal de sua casa, em frente ao rapaz que lhe ajudara. Ela sorriu um tanto envergonhada.

— Cara, me desculpe pelo transtorno... Eu não costumo fazer essas coisas com frequência, sabe?

Damian deu uma risada junto à ela.

— Chorar faz bem — disse ele. — Pode contar comigo, okay?

Selena realmente sentiu borboletas voando em seu estômago. O que fora aquilo?

— O que houve? — Damian perguntou, ficando preocupado. — Se sente mau?

— Na verdade... Acho que não é nada — ela sorriu, passando as unhas em sua bochecha, a coçando.

O rapaz apenas lhe falou que qualquer coisa, ligasse. Ele estaria sempre lá para tomar um refrigerante na praça com a garota mais legal que já conhecera. Ela concordou, sem conseguir tirar o sorriso dos lábios.

Entrando em casa, ela fechou a porta do quarto e se jogou de cara na cama, se encolhendo depois em posição fetal, abraçando a própria barriga e encarando um canto aleatório do quarto.

— Acho que estou... — ela deixou a palavra escapar, mantendo a boca meio aberta. Logo a fechou para sorrir.

Seu telefone vibrou. Ela se virou para pegá-lo da cômoda.

"Você tem uma nova mensagem"

"... Por favor, não apague essa mensagem"

Ela olhou bem o número, mas não o conhecia. Ela costumava apagar números desconhecidos, o que era um péssimo hábito, mas às vezes a salvava de trotes.

Ela apagou.

Logo depois outra veio e ela franziu a testa, irritada.

"Eu achei que apagaria, então mandei essa outra"

Dessa vez ela apenas digitou uma resposta.

"Identificação, por favor."

Alguns minutos depois, outra mensagem chegou.

"Eeeeh melhor não..."

"Então nada me impede de te bloquear"

Ela digitou encarando o celular com frieza, como se o indivíduo que estava do outro lado, pudesse sentir sua irritação.

"É o seu parceiro... o Doug"

"Ah, oi, Franklin" ela digitou quase quebrando a tela do celular com suas unhas. "Soube que ainda está vivo graças ao Agreste... Já agradeceu a ele?"

A resposta demorou um pouco mais.

"Puxa vida, eu queria te pedir desculpas... Aquele garoto me explicou tudo e... eu não fazia ideia. Eu não sabia que você era assim por motivos realmente importantes. É que, de onde eu venho, as garotas são muito frescas e se zangam por tudo e, a desculpa de todas elas é que estão na TPM. Escuta,e desculpa mesmo. Acho que, afinal, você não é obrigada a me aturar. Eu vou falar com o velho Fu pra Ladybug me treinar ou sei lá..."

Ela respirou fundo e ficou pensativa. Realmente, qualquer um que não soubesse sua situação, poderia simplesmente confundi-la com uma doida.

"Bem, digamos que eu vivo numa TPM eterna" ela ria enquanto digitava. A conversa acabou por ali.
Selena caíra no sono, enquanto o telefone havia se bloqueado sozinho.
Ela nem percebeu quando uma mensagem da Marinette chegou.

Continua?

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