Cap 9

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Leon

Peguei sei braço e puxei até seu rosto quase colar no meu. Eu tinha vontade de pegar aquela garota e dar uns tapas na bunda dela. Porém minha maior vontade, era encostar meu lábios no seu pescoço e respirar profundamente, sentindo seu cheiro que lembrava morango com hortelã.
Senti meu ódio crescer ao perceber como ela mexia comigo e me desconcertava.
- eu quero que você me solte.- pediu assustada.
- não. Só vou te soltar depois que você entender as regras dessa casa. Eu paguei 200 mil reais para você fingir que me ama. Isso não inclui ficar se agarrando com os seus traficantes dentro da minha casa.
Eu estava muito irritado. Ela disse que não usava drogas. Com certeza tinha mentido. Aquele cara só podia ser algum bandido.
- você está apertando meu braço Leon. Me solta, por favor.
Seus olhos brilhavam em lágrimas. Me lembrei das suas cicatrizes na mãos. Ela já tinha apanhado, com certeza, pois me encarava com um olhar tão assustado, que me comoveu.
Soltei seus braços e ela se afastou.
- não se atreva a me dar as costas de novo.- advertir apontando o dedo na sua cara.
Ela assentiu.
- se quisermos ser convincentes, as coisas precisam ser diferentes. Começando com a forma como você me olha. Não é um olhar apaixonada Megan, é com medo, terror. Você precisa pensar nas consequências. Poderia ter chegado qualquer pessoa aqui. Meu pai, meu irmão ou até um empregado e ver você se agarrando com um marginal.
- olha quem fala. Você trouxe uma mulher para dentro do seu quarto, fizeram coisas que.....-seu rosto atinge a cor de um pimentão. Meu Deus, ela não consegue falar o que eu estava fazendo.
- fizemos sexo Megan. Quente e feroz!
Sua cor avermelhada atingiu o ápice com meu comentário e eu sorri descaradamente.
- vocês fizeram barulhos e muito barulho....e coisas...
- geralmente elas não se controlam comigo na cama, sou muito bom no que faço! Na CAMA!-cruzei os braços e mantive o sorriso malicioso nos lábios.
Eu estava amando provoca-la.
- e você não se preocupou com o que as pessoas pensariam nesse caso. Não devo me preocupar também. Se você traz alguém na sua cama, posso trazer alguém na minha também.
Seu tom era desafiador.
- aí que você se engana pequena. Eu trago quem eu quiser. Todos já esperam que quando eu namoro, nunca sou fiel. Gosto de diversificar. Já de você esperam exatamente o contrário. Que você me ame e fique cega, feito uma mula.
- o problema é que não sou cega e nem mula.
- pois trate de ser!- rebati.
- babaca. Você é um babaca. E o Diogo não é um marginal. É um amigo e irmão da Julie.
O seu rosto ficou lívido.
- não me interessa quem ele é. Eu não quero ver você nos braços dele de novo. Não vou tolerar mais isso Megan. Eu tenho sido tolerante com você em tudo.
- você tolerante?- ela me desfiou. Seu olhar era acusador.- tolerante é tudo que você não é. Você me trata como um produto acabou de adquirir, Leon. Eu não sou um produto.
- não é um produto? Mas estava à venda. Eu paguei por um trabalho seu e quero resultados. Vamos começar por hoje. O Joe me convidou para um jantar de negócios da Hesgher. Você vai comigo.
Megan arregalou os olhos. Sua boca se abriu e fechou em choque.
- eu não...não contei nada pra Julie. Ela não vai...
- exatamente. Assim como acho que você não convenceu meu pai e nem os funcionários dessa casa, quero ver o que vai fazer perto dos seus amigos, que te conhecem tão bem. Mas tem uma coisa.- a encarei, chegando mais próximo do seu rosto.- se você não os convencerem, hoje quando voltarmos, você estará na rua, sem trabalho, sem dinheiro e com uma dívida de 200 mil reias para pagar a mim. Da forma que eu quiser, podendo ser até na minha cama.
Ela empalideceu. Eu mantive o olhar e a promessa. Eu não estava brincando. Essa mulher conseguia arrancar o melhor e o pior que existia dentro de mim, em questão de segundos.
- então você honre sua calças e se comporte como um homem. Eu não sou obrigada a aturar sua falta de educação, nem seus coices. Como quer que eu olhe apaixonada por você, se sinto vontade de quebrar seu nariz e torcer seu pescoço?
Rocei o polegar na veia que pulsava no seu pescoço. Ela paralisou e sua respiração acelerou. Seu corpo tremia.
Senti um desejo crescendo dentro de mim, busquei o Leon frio, tentando manter a calma. Meu desejo era agarrar aqueles lábios com os meus e possuí-la ali mesmo.
- isso não faz diferença. É apenas um teatro. Na verdade te tratar bem só vai piorar as coisas. Eu não posso ser o que não sinto.- sussurrei perto do seu ouvido.
Antes que eu acabasse cedendo e a beijando no meio da sala, me virei e sai, batendo à porta da sala.
Cheguei no trabalho com o capeta no corpo e já gritei com a Andrea, minha secretária. Ela chorou por meia hora e só depois começou a trabalhar.
Quando tudo já estava ruim o suficiente, o Will entrou na minha sala. Ele era sodomasoquista, só podia ser isso.
- oi Leon. Vi que você chegou tarde hoje. Eu também atrasaria se acordasse ao lado de uma mulher como a Megan.
Ele sorria e eu tive vontade de matá-lo.
- é uma pena que você nunca vai saber como é acordar ao lado de uma mulher como ela. Está fadado ao fracasso com mulheres Will. Você pode ser melhor que eu em tudo, mas com mulher, você sempre será um fracasso.
Vi por um breve instante um lampejo de magoa ultrapassar seus olhos. Porém logo se dissipou e um sorriso ocupou seus lábios.
- eu já sou feliz de saber que enfim você encontrou uma mulher descente Leon. Você pode não acreditar, mas te ver feliz me faz um homem realizado.
- eu penso igual, só que ao contrário. Te ver triste é meu maior prazer.
Levantei da minha cadeira, joguei os papéis  que segurava nas mãos, pelo chão e sai. Eu precisa de ar.
Tudo me sufocava. Eu queria magoar as pessoas. Mas no fundo o ódio era por mim mesmo. Eu sentia raiva por nunca ser bom. Magoar os outros sempre me trazia prazer. Só que ultimamente isso não me satisfazia mais. Eu precisava de algo que eu não sabia o que era. Eu só sabia que precisava, mais que o ar!

O doce sabor do desejo (degustação )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora