Limão é azedo, assim como algumas noites

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Encontrei Claren à porta. Ela ficou bastante surpresa pelo encontro inesperado. Eu a puxei um pouco e cobri minha boca enquanto falava baixinho.
- Britta trouxe alguém para a casa.
Ela fez uma careta.
- Quem?
- Não sei. - olhei para os lados. - Mas é um homem, um pouco baixinho, rosto um pouco infantil, cabelo escuro e comprido, como uma mulher, tem um tapa olho no olho direito, o esquerdo é azul, usa uma roupa toda branca. Suspeito que seja uma ameaça.
Claren começou a rir.
- Deve ser Dave, o conheci faz dois dias. É um integrante do conselho, quadragésima primeira cadeira.
- Quadragésima? - fiz uma careta. - Quantas pessoas compõem esse conselho?
- Muitas.
Me concentrei.
- Mas o que ele está fazendo aqui? Britta é anti-social, ela não parece ter muitos amigos nem querer fazer amigos, eu percebi que ela é...
Não sabia como completar.
- Bem direta?
Aquilo servia.
- Eu também não sei o que ele faz aqui, mas deve ser algo do conselho. Britta não se envolve muito com as pessoas se não for forçada.
Acenei.
- E o que vamos fazer?
Parecia que eu estava entrando em uma operação militar de espionagem.
- Eu vou descer lá e servir alguma coisa. Você pode ficar aí - ela indicou o quarto - Ou... descer e escutar a conversa deles.
Eu ri de Claren.
- Oh sim! Como são do conselho devem conversar coisas extremamente confidenciais. Não devem querer uma adolescente escutando tudo.
Dei um sorriso cúmplice para Claren.
- Mas... talvez eu pudesse descer e... Não sei. Tomar uma limonada?
Claren também sorriu.
- Bem, não será nossa culpa se acabarmos escutando algumas palavrinhas. Ouvidos foram feitos para escutar.
- Sim... Se o que eles falam se propalga pelo ar não é nossa culpa se nossos organismos sensíveis ao som decifrarem o código.
Rimos juntas e começamos a descer as escadas. Estávamos no final quando Britta passou.
- Ah! Aí estão vocês.
- Sim! Estava indo fazer uma limonada. Aceita?
Isso Claren!
- Não. Estamos de saída.
- Estamos?
Britta revirou os olhos.
- Eu e Dave.
- Mas já? Vocês acabaram de chegar.
- Só viemos buscar umas coisas.
Ela deu um rápido tchau e saiu, Dave já estava do lado de fora. Eu e Claren deixamos nossos ombros caírem. A operação tinha falahado.
Passei o resto da tarde tomando limonada com Claren na varanda, perguntei a ela sobre as vítimas da semana, mas ela disse que naquele dia não tinham exposto nenhum cadáver, tentava imaginar porque, porque seguiriam uma linha tão disforme, eram assassinos a sangue frio ou queriam aquelas pessoas para alguma coisa? Em algum momento eu cochilei.
Acordei com uma terrível dor nas costas. O balanço não era muito aconchegante. Havia um xale sobre mim, coisa de Claren. Me sentei e alonguei os membros, estava toda dolorida. Bocejei de cansaço. Espera.
Abri um único olho, o sol. Ele... Ele já tinha se posto. Mas que grande porcaria!
Corri para dentro e subi. Tirei as roupas e vesti uma calça aos pulos enquanto passava a blusa pela cabeça. Caí uma vez e depois mais outra enquanto tentava calçar o tênis em pé, terminei o serviço no chão mesmo. Depois parti para a casa dos Furler naquela noite escura que não haveria um sorriso.

×××
Oi pessoal. Hj foi curto pq gastei tempo demais pensando numa nova história. Se ela ameaça essa? De maneira alguma. Não vou parar esse até pq já estou terminando. Meu primeiro livro completo. Assim que terminarem esse que tal conferir o outro enquanto a sequência não vem? É o RAPUNZEL FUGIU! Vai ser bem divertido.Bem. No próximo capítulo enfim teremos o início da noite. Como será que Tirya vai lidar com tudo? Querem spoiler? Só digo que esse Adam... aí vem mais uma discussão. E depois outra. E depois outra. Kkkkk
Chossu!
Brighid

Cidade de Magia - Marcada por EspinhosWhere stories live. Discover now