Capítulo 08 - Mesmo que haja interferências?

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— Claro que não!

— Então como pode ter certeza que não gosta delas? Será que eu deveria começar sentir ciúmes da Laura também, agora que ela está solteira?

— Thiago, quem está sendo investigado aqui é você, pare de se esquivar! Quem é Luiza?

Ele suspirou.

— O cartão de crédito.

— O quê?

— É a senha do cartão de crédito da loja Luíza. Tenta ligar, vê se você consegue completar a chamada. É um disfarce para o lembrete da senha.

— Se está achando que eu sou idiota e que vai me enganar com esse papo furado está muito enganado. Logo você que tem um cérebro que memoriza os nomes de todos os ex-presidentes do país? Espera só... — acionei a chamada e sequer houve um toque e a mensagem eletrônica da operadora entrou informando que aquele número não existia ou havia sido discado errado, que eu deveria tentar novamente.

— E então, desistiu de falar com a Luíza? — perguntou ele tirando uma com a minha cara, e continuou escrevendo.

— Engraçadinho... — resmunguei. — Pode ser só uma estratégia sua para me fazer desistir. Mas eu não vou!

— Você deveria é começar a sua redação.

— Então isso significa que quer que eu desista? Ou seja, estou chegando perto de algo, não? — Voltei para agenda. — Quem é Mario Quintana?

— Meu ex-chefe, lá do Super Frutas.

— Hm...

— Você não vai ligar para ele para perguntar se é...

— Alô? Chefe? Sim, sou eu Thiago César. Tudo bem? Só queria saber se o senhor está precisando de alguém para fazer extras? Ah, é? Entendo. Tudo bem, então. Quando precisar estou à disposição, estou precisando ganhar um extra. Certo, chefe. Obrigado de qualquer forma. Abraços — desliguei. — É. Só um ex-chefe com pouco contato para sequer se lembrar da sua voz, né?

Olhei para o Thiago e só então percebi que ele estava me olhando e meio que querendo rir.

— Que foi?

— Você fez mesmo isso? Eu não estou acreditando.

— Eu disse que estou empenhado, não disse?

— Caio, me dá esse telefone e vamos estudar. Você está fazendo muito barulho aqui dentro, seremos expulsos — ele tentou cochichar, mas deu para notar que entonação da voz dele havia mudado.

— Agora que não dou mesmo — voltei para a lista de contatos dele. — Você começou a demonstrar preocupação, está até rindo de nervoso. Vou continuar. O próximo: "mãe"? Vou dar um alô pra dona Helena.

Eu não queria ter ligado para dona Helena, mas meu dedo escorregou e sem querer acionei a tecla de discagem, antes que eu pudesse desfazer a ligação, ela havia atendido.

— Thiago? — a voz soou um pouco preocupada.

Eu olhei para ele, como se quisesse que ele me salvasse, mas o Thiago estava com aquele risinho debochado no rosto, querendo ver como eu sairia daquela.

— Filho, aconteceu algo? — a voz dela ecoava pelo fone.

Suspirei fundo.

— Sou eu, dona Helena.

— Caio?

Eu me surpreendi por ela ter me reconhecido de imediato, mães eram incríveis. E olha que eu só tinha falado com ela uma única vez, quando ocorreu o incidente em agosto, e eu fiquei com a perna engessada no hospital, ela fez questão de acompanhar tudo.

Entre Sem BaterWhere stories live. Discover now