Capitulo 12

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Os semideuses lutavam com toda a sua bravura, mas sabiam que poucos sairiam dali com vida.

Estavam desanimados, desesperançosos, preocupados e temerosos. Tudo poderia acontecer agora.

As tropas do Acampamento Júpiter brandiam suas armas contra a horda de monstros enquanto protegiam Jason e Frank.

Os dois não conseguiam se mexer, simplesmente não conseguiam. A vida de Frank foi ceifada há poucos instantes diante de seus olhos. Ele não estava bem. Não estava nem próximo disso. Na verdade, estava o completo oposto.

Como ele cuidaria de seus filhos sem ela? Como ele diria para as crianças que sua mãe jamais voltaria? Como ele explicaria? Como ele poderia viver se lembrando de sua terrível falha para com sua esposa?

Era tudo sua culpa! Se não tivesse deixado ela entrar na luta, aquilo não aconteceria. Se ele a tivesse protegido, aquilo não aconteceria!

Jason estava arrasado. Como diria para seus filhos que a maravilhosa tia Hazel não os veria novamente? Como ele diria à Piper? Ah, pobre Piper! Aquele seria um dia que todos guardariam em sua memória. Um dia que nunca seria comemorado.

Jason olhou ao redor. Podia ver a luta, podia sentir o perigo, mas parecia anestesiado. Não ouvia nada, apenas o próprio batimento em seus ouvidos. Virou-se para Frank. O amigo chorava, estava em um desespero silencioso. Ele não percebia a batalha se desenrolar ao seu redor.

Então o filho de Júpiter acordou.

Seu amigo estava em choque, indefeso. Ele precisava agir. Tinha que protegê-lo, não perderia mais nenhum de seus amigos!

Então a tempestade estourou. Ele sabia que ele a causara e também sabia que monstro nenhum escaparia à sua fúria!

Trovões retumbavam no céu, raios dizimavam os invasores e a chuva os atrapalhava a prosseguir com a matança. Os semideuses presentes eram acostumados a treinar debaixo de chuvas terríveis, então não foi difícil. Os ventos uivavam e carregavam monstros, os jogando direto no mar. Ele sabia que Netuno não perdoava mais ninguém que entrasse em seus domínios, principalmente se fosse um monstro. Ao encostar na água, as criaturas viravam pó e retornavam de volta ao tártaro.

Mas havia algo estranho. Eles eram desintegrados, mas voltavam na mesma hora. Apenas aqueles que eram lançados ao mar permaneciam mortos. Era isso! Sem a ajuda de um deus os monstros continuariam voltando e os esgotariam.

- Jason!- gritou uma voz feminina que ele conhecia muito bem. Reyna lutava com tudo o que podia, com seus cães, Aurum e Argentum, ajudando.- Não vamos conseguir vencê-los se continuar assim! Alguma ideia?

Os dois agora estavam de costas um para o outro, dizimando tudo o que viam pela frente.

- Precisamos dos deuses! Sem eles, os monstros vão continuar voltando! Onde está Términos?- gritou ele para a amiga sem se virar, enfiando seu gládio em uma dracaena, que reapareceu em frente à Reyna. Ele praguejou em latim e acertou-a com um raio.

- Está muito fraco!- respondeu ela.- Não ajudará em nada, apenas irá atrapalhar!

Ele sentia a insegurança o atingir. O que fariam? Não eram invencíveis, logo ninguém mais conseguiria se manter de pé.

Precisava pensar. Mas Frank não ajudava ficando ali parado. Jason e todos estavam envolta do semideus, sentiam sua dor e não deixariam os intrusos pegarem-no.

- Frank!- gritou Jason.- Precisamos de você! Por favor, saia dessa!- ele foi até o Frank e segurou em seus ombros o balançando levemente.- Hazel se foi! Não podemos mais trazê-la! Então levante a cabeça e honre sua memória, seu sacrifício! Ficar parado só fará com que seus filhos fiquem órfãos de pai também.

Percy Jackson: O Vingador De CaosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora