Percy Jackson: O Vingador De Caos

Capitulo 4

Depois do encontro com Poseidon, voltei ao meu chalé com a mente clara e mais calmo.

Na manhã seguinte, levantei-me para tomar café da manhã. Quando saí do chalé levei um baita susto. O clima estava nublado e chuvoso, chegava a cair granizo.

Isso era obra de Zeus, com certeza. A barreira do acampamento ajudava a proteger-nos do clima ruim, a menos que o diretor, Dionísio, ou algum olimpiano quisesse que chegasse até aqui.

Dei de ombros e andei normalmente até o refeitório. Fiz com que a água da chuva me cobrisse e assim as pedras de granizo não me acertaram. Cheguei ao refeitório completamente seco, e todos pararam de comer e me olharam. Ouvi alguns cochichos de algumas mesas, mas simplesmente continuei meu caminho e fui para a mesa de Poseidon. Assim que me viram, meus amigos vieram se sentar comigo.

- Finalmente a bela adormecida acordou.- disse Leo com seu sorriso travesso. - Pensei que teríamos que mandar a Annabeth lá para te dar um beijo.

Procurei ela. Estava sentada na mesa de Athena, conversando com seu irmão Malcoln. Assim que viu que eu estava olhando para ela, desviou os olhos. Estranhei aquela atitude, mas deixei de lado.

- Achei que vocês já teriam voltado para o Acampamento Júpiter.- eu disse para Reyna. Ela olhou para Jason, Frank e Hazel e se virou para mim, abriu um sorriso e disse:

- Tínhamos que ver como você estava depois de ontem.- ela se sentou ao meu lado e Hazel do outro.- O que acha que ele vai fazer?

Percebi que ela estava preocupada. E era a mesma preocupação que eu tinha ontem, só que me colocando no meio. Eu gostava dela, éramos ótimos amigos, e ela se importava comigo.

- Sinceramente? Eu não faço ideia. Poseidon disse que ficaria de olho em Zeus e tentaria falar com ele, mas acho que não deu muito certo.- dei um sorriso fraco.

- Hei.- Hazel segurou minha mão e sorriu.- Não fique assim. É apenas uma questão de tempo até todos esquecerem isso.

Me senti um pouco melhor. Eu sabia que ninguém ia esquecer isso tão fácil, mas saber que meus amigos estavam comigo era reconfortante. E eu ainda tinha a Annabeth.

Ficamos conversando sobre qualquer coisa, até que um trovão retumbou no céu e o mar se agitou. Dava para ver ondas enormes se formando. E isso só podia significar uma coisa: Poseidon não tinha conseguido uma boa conversa com Zeus.

Todos se viraram para mim ao mesmo tempo. Apenas procurei os olhos dela. Eu sabia que ela estaria do meu lado. Mas quando olhei para a mesa de Athena, meu coração falhou uma batida. Annabeth me encarava com ódio. Não entendi de primeira o que havia acontecido.

Ela se levantou e veio em minha direção. Toda e qualquer conversa parou.

- Isso é tudo culpa sua!- gritou ela para mim. Me levantei e a encarei incrédulo. Como assim, minha culpa? Claro, era mesmo minha culpa, mas por que ela estava gritando aquilo para mim?- Se não tivesse aberto essa boca enorme, nada disso estaria acontecendo! Se tivesse aceitado para que pudéssemos ficar juntos pela eternidade, isso não estaria acontecendo! Mas você não pensa em ninguém, não é, Perseu?! Colocou seus amigos e sua família em perigo apenas porque não consegue ficar calado! EU TENHO NOJO DE VOCÊ!

Aquilo não estava acontecendo! Não podia estar! Aquela era a Annabeth! Minha namorada, o amor da minha vida, a pessoa que deveria ficar do meu lado acima de qualquer coisa!

Mas não estava. Não mais.

Pude ver em seus olhos. Ela me odiava. Como isso era possível?! Se há um dia ela me tinha em primeiro lugar?!

Meu chão sumiu. Eu sentia como se tudo o que passamos juntos tivesse perdido o significado. Ela não era mais minha, não me pertencia mais.

Eu sabia o que aconteceria agora. Ficaria solteiro, com a fúria de Zeus em cima de mim, não poderia mais ficar no acampamento, pois não poderia mais olhar na cara dela.

- Então é isso?! Depois de tudo, vai desistir de mim assim?- falei baixo. Me surpreendi que ela, ou qualquer um, tivesse escutado.

- Antes tarde do que nunca! Não sei como consegui te aturar por tanto tempo!- ela cruzou os braços e me encarou. Estávamos tão próximos que eu poderia beija-la, mas não sei se conseguiria depois daquelas palavras.

- O que aconteceu com você?- perguntei, mas ela apenas sorriu falsamente e saiu andando. Na hora não percebi, mas depois de um tempo, me lembrando da cena, vi que quando ela saiu a chuva abriu caminho para ela passar.

Eu não podia ficar ali. Não queria que me vissem chorar. Mas ao mesmo tempo, não tinha forças para me mover. Apenas senti quando Reyna me abraçou. Segurei ela como se minha vida dependesse disso e afundei meu rosto em seu pescoço. Chorei como nunca havia chorado. Afinal, meu coração estava em pedaços. Senti uma força aparecer, sabia que era Reyna me passando. Também senti quando Hazel colocou a mão no meu ombro. Ainda estavam todos ali, me passando força e me confortando.

Mas a pessoa de quem eu realmente precisava havia acabado de sair, carregando com ela todo o meu amor.