-Vou lembrar disso. Mocinha. Vamos? Está na hora de você dormir.

-Sim. -Ela sorriu.

-Ohana? -Alguém gritou no corredor.

-Estamos aqui, mamãe.

-Vamos! Saiam desse vento frio. Os dois. -A senhora Bolt nos adverteu, com toda gentileza que havia nela.

Beijei o rosto de Hana.
-Boa noite senhora Bolt! -Afaguei seu ombro.

-Boa noite, jovem rapaz. Bons sonhos.

-Obrigado! Igualmente.

Entrei em meu quarto e Fechei a porta. A paz do exercício que Ohana havia me oferecido, ainda estava em mim.

Tirei a camisa, a bermuda e deitei em minha cama. Tudo estava bem. Fechei os olhos e me entreguei ao cansaço.

-Por que você faz isso?

-Isso? -Aliça fez desdém.

-Desde que voltou. Você é quase outra pessoa.

-Talvez seja isso. -Deu de ombros.

-O que houve? O que há? Você poderia simplesmente falar, mas no entanto, não se importa. Quem ficou foi eu, quem sofreu, quem esperou.

-Eu simplesmente não sinto mais nada por você, Scaëfer.

-Scaëfer? -Sorri.

-É seu nome, majestade.

-Aliça? Não tenho uma fração de culpa em nada do que houve em nossas vidas, contar o que se passa em sua cabeça, seria o mais justo.

-Da um tempo. -Ela sorriu e entrou no portão da UW.

Andei pelo estacionamento, o dia estava chuvoso, entrei no carro e arranquei de lá. Meu pai não se orgulharia nem um pouco da forma como tenho me exposto.

Não consigo entender o que se passa na cabeça de Aliça, eu pensei que com sua volta, tudo se resolveria, e no entanto, ela parece ser outra pessoa. A estrada estava molhada, liguei o radio e escutei sem dar a mínima, a notícia que a voz notória dava. Não tenho mais idéias, não sei de nenhuma possibilidade que faça Ali ter uma conversa comigo, ela se recusa a...

-Arthur? ARTHUR? -Nick gritou pela segunda vez.

-Você mal acordou, já está resmungando?

-Onde... -Era um sonho. -Me dê licença. -Pedi. Minha prima se retirou do quarto, e em seguida bateu a porta, vi quando ela balançou a cabeça, como quem acha algo totalmente fora da sanidade.

Era um sonho. Para meu total desapontamento, só um sonho.

Sentei na cama, pensei em tudo que ainda lembrava, da voz de Aliça, mesmo que tenha sido grossa comigo, mas afinal, essa era ela, desde que conheço. Seu rosto, seus traços, tudo estava intacto.

Ouvi a voz de Hana no corredor, banhei o mais rápido que pude, vesti uma bermuda e uma camisa, botei o relógio e Fechei a porta.

-Hana? -Chamei. Ela corria atrás de uma bola que aparentemente ela mesma havia chutado.

-Olá Arthur. -Sorriu, parando onde estava.

-Podemos falar?

-Quer sentar na sacada?

-Como quiser. -Sorri. Andamos até o quarto aberto, onde ela apelidara de sacada. Sentamos novamente. O vento era bem mais forte que na noite anterior, e podíamos ver a praia totalmente vazia.

-E então?

-O que você fez ontem, a bolha.

-O que tem? -Ela olhou-me com uma expressão ingênua.

-Tive um sonho, não foi bem o que eu queria, mas quase. -Sorri.

-Que bom. Você deve fazer mais vezes. Meus pais e as pessoas que moram aqui, acreditam que tudo que queremos, podemos conseguir através de energia, vibrando aquilo que desejamos.

-E como faço isso?

-Pense no que você quer, como um filme, e então sinta isso, como se estivesse se realizando. -Ela empurrou o pezinho, chutando o vento.

-Certo. -Sorri. Se isso realmente funcionasse, não haveria mortos.

-Senhor?

-Mitchel? Precisa de algo? -Perguntei. Ele estava estagnado na porta.

-Preciso lhe falar.

-Só um minuto Hana. -Deixei-a só.

Sai do quarto e parei de frente para Mit, que usava terno e gravata.

-Precisamos viajar.

-O que há? -Tirei o aparelho celular do bolso, que tocara no mesmo instante. -Tenente Lian.


∞∞∞∞∞∞

Nota: Leio cada comentário. As cobranças do tipo... Só isso? Sempre ajudam hahaha Beijo e bons sonhos, minhas pessoas. 💕

ImpérioWhere stories live. Discover now