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Liam não nega o beijo. Ele agarra-me pela cintura puxando-me mais para si. A minha outra mão que segurava a camisola vai de encontro ao seu pescoço, onde já tinha a outra puxando-o mais para mim intensificando o beijo. A sua respiração já se estava a tornar irregular quando ele nos afasta.

- Desculpa... - é a única coisa que consigo dizer depois do seu gesto. As minhas mãos permaneceram no seu pescoço ainda durante alguns segundos assim como nos olhávamos olhos nos olhos.

- Não tens de pedir desculpa. – ele torna o momento o menos constrangedor possível. – Eu também gosto muito de ti, Madison. Muito mesmo... - ele desvia o olhar por meras milésimas para continuar. – Mas nós não pudemos. Desculpa. – ele justifica-se.

- Eu percebo. Só espero que não nos afastemos por causa disto! – mordo o lábio. Espero não ter feito asneira. Meu Deus, no que eu estava a pensar?!

- Não te preocupes, isso não vai acontecer. – ele promete, continuando o que estava a fazer. Alguém bate à porta abrindo-a em seguida, fazendo-me tapar-me com a camisola, como um gesto involuntário. O seu olhar marinho penetrou na divisão. Liam olhou imediatamente para a porta mirando o amigo que acabara de entrar de uma forma bastante brusca.

- Pensei que já tivessem acabado. – desculpa-se. – Quando acabares, desce com ela para a levar a casa. – Liam assegura com a cabeça e Louis retirasse logo a seguir olhando-me de relance.

Descemos quase em seguida de Louis ter saído do quarto, mas só depois de Liam acabar de esfregar pomada dos meus arranhões. Descemos a escadaria lado a lado sem dizer uma palavra. Quando chegamos à sala de estar, Louis estava agarrado ao comando em frente da televisão. A nossa aproximação chamou-o à atenção.

- Estás pronta? – Louis pergunta-me diretamente.

- Sim.

- Vamos embora. – dito isto despeço-me de Liam com um abraço. Durante esse instante ele sussurra: "está tudo bem, não te preocupes.". Mais uma vez ele sossegava-me o pensamento.

Sigo Louis até ao seu carro que está mesmo em frente do portão da casa, que me vai levar até casa. Durante a viagem eu só pensava como iria justificar o facto de estar a chegar às 19h00 a casa, os arranhões, o súbito desaparecimento das minhas coisas e como cheguei eu a casa. Basicamente todas as perguntas infinitas de uma mãe preocupada...

- Chegamos. – Louis indica parando o carro com a maior descontração no meio da rua. Vi a porta de casa a poucos metros de distância e suspirei.

- Como é que me vou justificar quando passar aquela porta? – penso em voz alta. Talvez tivesse a esperança de que Louis me ajudasse a contar mais uma história. Infelizmente, a minha vida ultimamente é feita de mentiras.

- O melhor que tens a fazer é dizeres que foste assaltada. – olho-o. Ele está com o olhar fixo em frente, na estrada parada. Não esperava que ele realmente me respondesse. Fiquei a magicar na sua afirmação planeando os primeiros traços daquela história.

- O que foste lá fazer? – pergunto no meio do silêncio. Ele olha-me como se não tivesse entendido a minha questão. – Tu sabes... no prédio. – relembro.

- Também recebi um bilhete. – arregalei os olhos. Por momentos pensei que Louis me pudesse andar a seguir, mas afinal alguém nos juntou lá. Para quê? – Está a ficar tarde... – ele chama a minha atenção para as horas.

- Tens razão. – digo olhando o relógio que marcava 19h15. – Obrigada pela boleia. E por me teres salvo a vida. – ele não reage, apenas assente ligeiramente com a cabeça olhando-me diretamente nos olhos.

Saio do carro negro sem olhar para trás. Louis arranca em seguida fazendo o carro derrapar na estrada. Toco freneticamente na campainha da casa e respiro fundo. A porta abre-se e eu jogo-me nos braços dessa pessoa que a abriu. Lágrimas escorrem pelo meu rosto. Até poderia dizer que eram lágrimas de crocodilo, mas a verdade é que enquanto estava fechada naquele elevador, só pensava que nunca mais iria ver a minha mãe ou sentir o conforto do abraço do meu irmão Jack.

- Onde é que te meteste, Madison?! – Jack pergunta. Ele parecia bastante furioso.

- A mãe? – pergunto olhando para todo o lado e depois de volta para ele.

- Foi buscar o jantar. Disse-lhe que tinhas ficado em casa da Beatrice para acabar um trabalho. Onde estiveste? – pergunta novamente mais calmo. A sua preocupação nota-se no seu tom.

- E-Eu fui assaltada. – ele arregala os olhos. – Mas por favor não contes nada à mãe. A última coisa que quero agora é a polícia cá em casa... - respiro fundo.

- Já somos dois... - frangi-lhe o sobreolho. – Eles falam muito e fazem pouco. - justifica-se. - Mas sabes que vai ser inevitável. Como vais explicar não teres os teus documentos ou não atenderes o telemóvel? – revirei os olhos.

- Tens razão, mas não será hoje. Estou cansada, só quero dormir agora. – digo.

- Sobe para o teu quarto que eu preparo-te uma taça de cereais. – diz e beija-me a testa. – Não podes dormir sem pelo menos comeres alguma coisa. – ele nem me dá tempo para negar.

Corro escadaria acima até entrar no meu quarto. Dispo-me rapidamente, pondo o meu pijama em seguida. Procuro o maior conforto possível dentro dos lençóis até o meu irmão entrar, mas os meus pensamentos à volta sempre do mesmo assunto inquietam-me.

- Posso? – Jack pede licença. Aceno afirmativamente quando ele já está com a sua cabeça a espreitar pela porta. – Como tu gostas. – ele entrega-me a taça sentando-se à minha frente. Observo o seu recheio de cereais integrais com leite e frutas.

- Obrigada mano. – sorri-lhe. Dou a primeira colherada e o seu sabor faz-me recuar no tempo.

- Não me queres contar melhor essa história do assalto? – ele quase que implora só com o olhar. – Como é que voltaste para casa?

- Eu saí das aulas... - pauso tentando criar uma história coerente. - e quando estava a voltar para casa um homem agarrou-me... arrastou-me para uma rua... com uma faca. – mostro o penso no meu peito ao meu irmão. – O homem arrancou-me a mala. Entretanto apareceu outro homem que lhe bateu, mas não lhe conseguiu tirar as minhas coisas. Esse homem levou-me com ele. Tratou-me. E aqui estou eu, em casa. – concluiu.

- Viste a cara do assaltante? – Jack questiona.

- Não. Estava tapada. – dou continuidade a minha mentira. A colher começa a não trazer só líquido à minha boca o que significa que estava quase a terminar a minha refeição.

- Jack?! – ouço o tom agudo da minha mãe a chamar por ele. Bebo rapidamente o resto do leite que estava na taça e entrego-a ao meu irmão.

- Eu digo-lhe que estavas cansada... -ele levantasse de taça na mão, aproximando-se. Depois de me beijar a face e desejar uma boa noite sai, apagando a luz e fechando a porta atrás de si.

Ainda consegui ouvir uns múrmuros para lá da porta entre ele e a minha mãe. Deitei-me virada para o outro lado e fechei os olhos.

Senti a porta ser aberta, só não sei se foi logo a seguir quando me deitei ou se já teria dormido umas horas. Mesmo assim, o sono falou mais alto impedindo-me de reagir. Em pés de lã o vulto aproximou-se de mim e sentou-se na berma da cama.

Não me apercebi de muito mais, apenas senti a sua respiração pesada perto da minha orelha...


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Obrigada por tudo!!


With love

- Carrot*x 

Danger L.T. {A Editar}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora