#19

688 84 14
                                    


- Bom dia, minha querida... - uma voz doce soa ainda como um eco suave na minha cabeça. Abro os olhos lentamente, vendo a minha mãe sentada na borda da cama a olhar-me enquanto me acariciava a face. Junto com ela via uma luz forte de sol vindo do lado de fora que me ofuscava a visão já para não falar como a minha visão estava desfocada. Esfreguei os olhos e lentamente foi melhorando quando os abri novamente. Estiquei-me fazendo com que as minhas pernas estalassem e a minha boca abriu-se soltando um bocejo.

- Bom dia mãe... - disse com uma voz rouca e sonolenta. – Que horas são? – pergunto confusa.

- São oito da manhã. Pensei que quisesses regressar à faculdade. – ela diz relembrando-me da minha proposta. – Não é que eu concorde muito, mas o teu irmão também insistiu. – o meu irmão super-protetor insistiu com a minha mãe que eu voltasse às aulas? Alguma coisa não está bem! – Enfim, põe-te pronta que eu levo-te lá! – a minha mãe sorri e levantasse deixando-me sozinha para me arranjar.

Lá ganhei alguma coragem e levantei-me da cama. Hoje estava um sol estupidamente brilhante em Londres, nem sabia bem o que vestir. Optei pelas minhas calças pretas e um t-shirt básica preta com a camisa aos quadrados vermelhos por cima, juntamente com uns botins pretos e um casaco preto por cima. Levei tudo para a casa de banho onde me refresquei e vesti. Coloquei alguns acessórios e uma leve maquilhagem nos olhos. Regressei ao quarto para ir buscar a minha mala onde coloquei os materiais necessários que retirei da prateleira, acrescentando o meu telemóvel e os fones. Com isto tudo na minha mão, desci para comer qualquer coisa.

- Despacha-te, já são oito e vinte! – a minha mãe grita mal entro na cozinha. Ela estava de costas, provavelmente não reparou.

- Não precisavas de falar tão alto. – digo. Ela vira-se para mim surpresa.

- Desculpa, pensei que ainda estivesses lá em cima. – diz com um sorriso.

- Não faz mal. – respondo. Dirijo-me à fruteira e retiro uma maça cor verde e do frigorífico um iogurte. – Quando quiseres! – digo dando uma trinca na maça.

- Vou-me calçar e buscar a minha carteira. – ela diz.

- Para quê? Hoje não é o teu dia de folga? – pergunto continuando a comer.

- Sim é. Mas estou com intensões de ir fazer umas compras.

- Ainda no sábado foste! – observo.

- Anda lá que senão chegas atrasada! – ela reclama saindo da cozinha. Continuo a comer até ao fim, sem necessitar assim de ir a comer pelo caminho. A minha mãe chegou e eu já estava pronta de carteira ao ombro. Saímos então em direção ao carro que estava sempre estacionado mesmo ao lado da casa. A minha mãe entrou no carro tirando-o do lugar. Eu esperei que ela o fizesse para que, a seu pedido, colocasse a corrente para reservar sempre o lugar. Mal entrei no carro, arrancamos até à escola. Ela fez o mesmo caminho de sempre. Desceu a rua e virou à direita. No fim dessa rua chegou ao centro, passando a ponte e eu tendo uma visão espetacular para o Big Ben. Um pouco mais à frente já via a paragem de autocarro onde costumava sair e algumas caras conhecidas, mas agora duvido que possa andar mais de autocarro. Em segundos estava parada em frente da faculdade.

- Chegamos! Já passam cinco minutos. – ela diz vendo o relógio. – Lembra-te do que combinamos. – ela pede relembrando-me da sua versão da minha história.

- Eu já sei isso tudo, mãe. Agora posso ir? – peço.

- Claro. – ela sorri.

- Até logo. – beijo a sua face.

- Tens o bilhete para o autocarro? – ela pergunta ainda antes de eu sair do carro. Afinal estava enganada, ela quer mesmo que eu apanhe o autocarro para voltar para casa. Agora que penso melhor, é sempre mais seguro do que ir a pé, como é obvio, mas pensei que ela obrigasse o meu irmão a vir-me buscar, a partir de agora...

Danger L.T. {A Editar}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora