"Alexander não é só um vício, uma droga; ele é um veneno, desses que mata com apenas uma gota. Alexander é um perigo, uma encrenca. Seus olhos dizem isso, confirma-o. Mas ele também é um imã. Quanto mais eu quero fugir dele, me afastar dele; mais eu...
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"You're the one I want”
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Eu sou uma Lemmertz. Eu faço parte desta família. Eu sou esposa do Alexander Lemmertz. Só agora que a minha fixa caiu por completo. Só agora que a minha mente percebeu que sempre houve algo por trás disso, por completo. Meu pai salvou a vida de Alex, e agora Alex protege a minha. A parte difícil é entender tudo, é buscar meios de saber todos os detalhes fodidos e averiguá-los.
Buscar algo que é normal para mim na vida de Alex também é difícil. Somos de mundos diferentes, fomos criados de maneiras diferentes. O meu "normal" pode não ser normal para ele. Tanto quanto o "normal" dele não seja normal para mim.
Tem gente que diz que o passado não ofusca, eu mesma pensava isso, e hoje vejo que além de ofuscar, o passado machuca e também que o passado é o motivo de nós sermos o que somos no presente.
O Alexander e o Austin são deste jeito por causa de tudo que ocorreu há alguns anos atrás. E eu? Hoje me vejo como uma garota mimada ao lado dos dois. Sempre recebi amor dos meus pais, muito amor.
Meu pai trabalhava bastante, porém sempre dava um jeito de estar comigo e com a minha mãe. Éramos só nós três. Tínhamos que cuidar uns dos outros. Afinal, se não cuidássemos, quem cuidaria? Não tínhamos parentes. Minha mãe era filha única, meu pai também; sei muito bem que os meus avós, paternos e maternos, haviam morrido muito antes de eu nascer; éramos nós três e mais ninguém.
É claro que meus pais tinham amigos, eram poucos, mas eles tinham. Meu pai era um homem calado, quieto, observador. Lembro-me que os colegas dele eram homens como ele, ainda pior: só viviam de terno, gravata, e olhar estranho.
O amigo mais presente era o advogado da família. Ele nos visitava quase todos os dias, desde o meu nascimento até a morte dos meus pais. Já os outros amigos iam de vez em quando, de cinco a dez vezes por ano, recordo-me plenamente disto.
Então, ainda olhando para Alexander, após alguns minutos, pergunto:
— Você conhecia o meu pai, Alex? Tipo, como? Conhecia a minha mãe?
