A culpa é do pudim - Parte 2

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Nós devíamos estar nos olhando fixamente por vários minutos, pois eu estava começando a sentir meus pés ficarem doloridos.

---- Você esta bem ? __ Disse ele quebrando o silêncio mas ainda me segurando.

---- É... é... eu to ótima__ Sai de perto dele.

Ele me olhou de cima a baixo, como se estivesse me analisando.

---- Não parece. __ falou olhando pro meu pé.

Segui seu olhar e vi que tinha um pequeno caco de vidro no meu pé esquerdo, fazendo - o sangrar.

---- Ah, não.__ Falei encostando num balcão atrás de mim.

---- Calma, não é nada de mais. __ Disse Enzo Martiolli se aproximando de mim.

---- Não, você não entende. __ Me afastei dele novamente. ---- Eu tenho pavor de sangue.

---- Tudo bem, mas se você não me deixar te ajudar isso vai ficar muito pior.

Ele estendeu a mão pra mim e eu o olhei assustada.

---- Eu não vou te fazer nada de mal, só quero ajudar.

Eu ainda estava assustada, mas eu nunca ia conseguir tirar aquilo do meu pé sozinha. Minha consciência dizia que eu não deveria confiar em um cara que eu acabei de conhecer, mas meu coração me dizia que eu já confiava nele. Então aceitei sua mão estendida, com apenas um braço ele me colocou sentada em cima do balcão e depois foi pegar uma caixinha de primeiros socorros que estava guardada em uma pequena gaveta no armário ao meu lado. Enzo passou álcool em gel nas mãos, pegou uma espécie de pinça esterilizada e olhou pra mim.

---- Sabe, eu fiquei bastante curioso pra saber o motivo de ter uma garota na minha cozinha ás 2 da manhã.

---- Nossa, eu pensei que você sabia do concurso que esta acontecendo aqui pra encontrarem a mais nova parceira do mimadinho de Hollywood. __ Falei irônica.

---- Nossa, esse deve ser um cara de sorte se tem uma senhorita tão educada como você na competição. __ Ele entrou na provocação.

---- A é, ele tem muita sorte de ter 9 garotas a seus pés.

---- 9? Por que não 10?

---- Por que a 10° é legal demais pra se interessar pelas futilidades que ele deve curtir.

---- Hum, eu tenho outra teoria.

---- Qual?

---- Eu acho que a 10° só não esta aos pés dele por que ele ficou aos pés dela primeiro.

Comecei a rir quando notei que ele estava se referindo a posição que nós estávamos.

---- Tirei. __ disse ele me mostrando o pedaço de vidro que estava antes no meu pé.

---- Como? Eu não senti nada.

---- É que eu tenho uma técnica muito eficaz que envolve deixar a pessoa acidentada falar mal de mim bem na minha cara.

Sorri pra ele.

---- Mas, agora é sério o que você tava fazendo aqui?

---- É que eu tava com fome e aí eu vi um pudim de chocolate na geladeira e...

---- já entendi, a culpa é do pudim.

---- Exatamente, a culpa é toda dele.

---- Poxa o que eu faço com você em pudim? Eu ja não cansei de falar pra parar de atrair meninas inocentes pra cozinha?

Nós rimos, até que ele enfaixou meu pé com uma gaze e me colocou no chão.

---- Pronto.

---- Então... eu vou dormir.__ Falei fingindo um bocejo.

---- Eu te acompanho até seu quarto.

O olhei de sobrancelhas arqueadas.

---- Que espécie de príncipe eu seria se não conduzisse uma bela senhorita aos seus aposentos?

---- Ta bom, "príncipe".

Ele colocou minha mão na parte interna do seu cotovelo, assim como um cavalheiro do século 18 faria e começou a me levar para o meu quarto.

---- Em qual dos seus filmes você aprendeu isso?

---- Em nenhum.

---- Então você vai me dizer que nasceu sabendo as regras de etiqueta do século 18.

---- Digamos que eu apenas gosto de tratar as mulheres como elas merecem.

---- Deve ser por isso que você tem tantas fãs.

---- Pode ser, mas eu não costumo conversar tanto com alguém que eu acabei de conhecer.

---- Então por que esta fazendo isso?

---- Por que por mais que pareça loucura, eu sinto que posso contar qualquer coisa pra você.

Eu sorri pra ele meio envergonhada, pois ele falou exatamente o que eu estava sentindo. Quando chegamos a porta do meu quarto ele deu um sorriso, como se estivesse curtindo uma piada interna.

---- Que foi?

---- Nada.__ Disse ele segurando o sorriso.

---- Enzo!

---- Que?

---- Ja que você vai se fingir de bobo, obrigada pela ajuda e boa noite. __ Falei brava.

Ele deu uma risadinha, e beijou minha bochecha delicadamente.

--- Boa noite, Melanie. __ sussurrou no meu ouvido.

Entrei rápido no meu quarto e tive uma última visão do seu rosto antes de fechar a porta.

Entrei rápido no meu quarto e tive uma última visão do seu rosto antes de fechar a porta

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Foi o que bastou pra eu perder minha noite inteira de sono.

Meu Príncipe DesencantadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora