Bônus

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Coringa narrando.

Deixei a Thali e a Mel em casa, havia um carro parado em frente ao portão.
- Alguém está ai.
- É o Paulinho.
- Ata. -Nem estava com graça pra implicar com a Thali sobre o Paulinho.
- Cuide-se. -Ela deu um beijo no rosto e saiu do carro.
- Tchau papai.
- Tchau princesa. -Ela sorriu e me deu um beijo no rosto.
- Te amo.
- Te amo também amor. -Sorri e ela foi com a mãe dela. Esperei as duas entrarem e eu fui para a minha casa. Tirei as coisas de dentro do carro, joguei na área de serviço que a empregada lavaria depois. Fui para o sofá e me joguei nele com a cabeça latejando.
Lembrei-me do esculacho que a Cami me deu na festa, na forma como ela me tratou hoje cedo como se eu tivesse sido nada na vida dela. Talvez eu não seja mesmo. Quer saber? Vou seguir em frente. Ela é boa, mas tem mil meninas melhores na rua que fazem de tudo pra me ter e ela me destrata. Como ela diz, eu não sou cachorro da rua pra ficar sendo destratado. Sou orgulhoso mesmo e quero que a Camila se foda com um cara com o nível de filhadaputagem maior que o meu.
Levantei do sofá, fui para o meu quarto, tomei um banho, me arrumei gatão. Desci às escadas, tomei dois remédios para dor de cabeça e fui para a rua. O DONO DO MORRO ESTÁ DE VOLTA NESSA PORRA, O CORINGA ESTÁ DE VOLTA NESSA PORRA E QUE ABRAM-SE AS PERNAS DAS NOVINHAS!

Cami Narrando

Doeu falar tudo aquilo para o Coringa, doeu demais, mas eu não ia me permitir viver como a Ariel vivia. Porque se eu deixasse ele fazer o que quer comigo e no fim da noite me comer, daqui uns tempos quando eu fosse cobrar algo ele iria me bater como faz com a Ariel. Mulher nenhuma merece ter homem levantando a mão ou a voz com ela, e eu não deixaria isso jamais acontecer.
Americano me deixou em casa, peguei minhas coisas, passei pelo meu pai na sala pedi a benção e fui para o meu quarto.
Estava cansada, com dor de cabeça e esse final de semana teve seus pontos positivos, mas os pontos negativos se sobressaíram. Eu só queria voltar a minha rotina normal, trabalhar na ONG e para o meu pai, começar a fazer alguns testes para as academias de balé fora do Brasil e é isso. Ia fazer minha carreira e viver independente do meu pai.
Tomei uma ducha, coloquei a roupa suja na lavanderia, comi algo e cai na cama.
Cai no dia seguinte, arrumei-me e fui para ONG. Nem quis comentar do final de semana com a Cláudia. Não queria nem lembrar mais disso.
Os dias seguiram da mesma forma que eu queria que seguissem: Coringa na boca e eu na ONG. Um estranho que eu deixei fazer parte de um momento da minha vida. Nem na ONG ele vinha mais, apenas mandava um cara buscar e trazer a Mel. Parei de frequentar os bailes e me dediquei totalmente a um teste Juilliard School. Iria tentar estudar fora do Brasil, meu pai ele só teve como me oferecer apoio financeiro e moral. Porque ele sabe que eu iria ele querendo ou não. Minha ex professora de balé escreveu minha carta de recomendação para a Juilliard e minha viagem seria em dois meses, seria a minha primeira audição super importante e eu tinha que me concentrar.
Domingo chegou, levantei cedo, fui correr pela praia e cheguei em casa morta.
Mas é isso, era o fim, mesmo no fundo tendoa certeza de que eu amava o Coringa esse era o nosso fim. Não escolhi amá-lo, mas escolhi esquecê-lo, e bem, bem longe dele. É como diz aquela frase "A gente não escolhe o amor, ele acontece. Uns vivem intensamente. Outros por ironia do destino vão embora", neste caso, eu que irei.

xx
Por hoje é só.. Mas será que esse é o fim do nosso casal? Não esqueçam de votar ❤

Deusa da Ostentação Where stories live. Discover now