T w e n t y - S i x

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- Eu sabia. – Gritou. – Eu sabia que tinha de haver algum motivo para ela andar sempre a esgueirar-se pelo meio dos corredores, e para o tabaco ela não tem propriamente cara de quem fuma. Oh, e sobre gostares dela já toda a gente percebeu isso.

Sorri ligeiramente, era impressionante como eles percebiam as coisas primeiro que eu. Eu não havia percebido que gostava dela de uma maneira séria, até á duas horas atrás. E pelos vistos eles perceberam tudo á imenso tempo.

- Achas que ela vai demorar muito a acordar? – Perguntei tapando-a com as cobertas da cama.

- Seria algo que saberíamos se tivéssemos ido ao hospital. – Resmungou. – Ela deveria ser vista por um médico, de certeza que precisa de medicamentos para as dores e pomadas. Já olhaste bem para o estado dela?

- Acredita que não fiz outra coisa senão olhar para o estado em que aquela imbecil a deixou. – Suspirei encostando-me às costas da poltrona em que me havia sentado.

- Oh, espera a minha mente iluminou-se. – Sorriu. – Se não podemos levá-la a um médico, trazemos o médico até aqui. Ahm, que tal? – Piscou o olho pegando no telemóvel. – Ora, eu deveria ter por aqui o número do meu médico de família.

- Nós somos menores, idiota. – Revirei os olhos. – Vais fazer o quê? Suborná-lo para que não conte a ninguém?

{...}

O médico passava a ponta do estetoscópio pelo peito um pouco descoberto de Elaine, que continuava adormecida. Ele já havia examinado os cortes e as nódoas negras da morena. Ele acabou por apontar algo no bloco que tinha e arrancou a folha entregando-ma onde pude ver o nome de medicamentos escritos numa letra um tanto ou quanto ilegível.

- Ela está bem, vai acordar em pouco tempo. – Sorriu. – E quando o fizer vai apenas precisar de tomar os medicamentos por alguns dias, e passar a pomada até os hematomas desaparecerem. Quanto ao facto de não dizer nada aos familiares, será impossível. – O médico de cabelos brancos murmurou.

- Pago-lhe vinte dólares pelo sigilo. – Louis agarrou a carteira fazendo-me arregalar os olhos, ele estava mesmo a subornar o médico? Ele, definitivamente, perdeu o cérebro em algum canto.

- Trinta. – O médico negociou deixando-me de boca aberta, que tipo de médico é este?

- Vinte e cinco e negócio fechado. – Louis estendeu o dinheiro para ele, e o homem barrigudo acabou por pegar no dinheiro e arrumá-lo na sua mala.

- Foi um prazer vê-lo de novo, menino Tomlinson. – Sorriu apertando a mão de Louis. – Espero que a sua namorada recupere rapidamente, menino Horan. – Apertou a minha mão fazendo-me sorrir levemente.

Depois de acompanharmos o médico á porta, Louis saiu para comprar os medicamentes, enquanto eu voltei a subir as escadas em direção do meu quarto vendo Elaine ainda adormecida. No relógio da parede consegui ver que eram exatamente cinco e trinta da tarde, e eram horas de falar com os pais da Elaine. Acabei por vasculhar na sua mala e encontrar o seu telemóvel táctil, seguidamente mandei uma mensagem á sua mãe a avisar que iria dormir a casa da Anna, e acrescentei que era uma amiga sua.

- Que é que estás a fazer? – Ouvi a sua voz fraca e larguei o telemóvel sentando-me na cama junto de si.

- Estava a mandar uma mensagem á tua mãe, a avisar que irias passar a noite em casa de uma amiga. – Sorri para ela beijando a sua testa. – Como é que te sentes?

- Dorida. – Respondeu roucamente. – Estou em tua casa? – Perguntou olhando em volta.

- Sim, estás no meu quarto, amor. – Murmurei sentindo as minhas bochechas a rosar.

- Ew, amor. – Louis entrou no quarto a rir com um saco da farmácia do final da rua na mão, e uma nota na outra. – O troco. – Entregou-me a nota e eu arrumei-a. – Como é que estás bela adormecida?

- Dorida, fraquinha. – Encolheu os ombros, sentando-se na cama com alguma dificuldade, suspirando de seguida.

Era extremamente difícil vê-la tão fraca fisicamente, mas especialmente custava-me imenso olhar nos seus olhos e ver o vazio que habitava neles. Ela estava a desmoronar aos poucos e estava a vista de quem quisesse ver. Neste momento, eu acredito que não seja apenas o seu físico que está completamente frágil, o seu psicológico também o está. E isso notava-se no esforço que ela fazia para sorrir, e não transparecer dor alguma, notava-se em como tentava fingir que não tinha acabado de ser espancada pela trigésima vez, em como tentava esconder tudo isso com um sorriso e um "estou apenas um pouco dorida". A verdade é que ela poderia estar dorida fisicamente, mas a sua mente deveria estar um turbilhão.

- Em que pensas? – Perguntou e só aí me apercebi que Louis nos havia deixado sozinhos.

- Em ti. – Sussurrei, vendo-a a olhar para os dedos tentando esconder o embaraço. – Em como estás a tentar agir de maneira destemida, como estás a tentar ser forte o tempo inteiro. Elaine, tu acabaste de ser espancada, estás toda marcada, e não demonstras um pingo de dor. Às vezes faz bem dizer tudo o que há para dizer, faz bem chorar, espernear, gritar, o que quiseres, mas tira isso de ti. – Aconselhei.

Ela suspirou e passou a língua pelos lábios mordendo o lábio inferior depois.

- Eu... – Começou. – Eu apenas não sei o que dizer, não sei o que sentir, não sei nada, percebes? Estou confusa. As coisas estavam calmas, eu estava feliz. – Sussurrou encarando-me. – Eu...Eu sentia-me feliz porque...porque tu estavas ali, e tinha feito amigos novos, eu estava a ser um adolescente normal uma vez na vida. Eles não me batiam á imenso tempo, e apenas recebia os olhares do costume, era algo que eu poderia ignorar. Mas então, eles voltaram. Arruinaram a minha felicidade temporária. – As lágrimas caiam pelo seu rosto e isso destruía-me.

- Eles? – Perguntei, lembrando-me do Louis dizer que tinha apenas visto o James.

- Sim...Isabella e James. – Sussurrou. – Foi horrível, pior do que estou acostumada. Porque pela primeira vez em anos eu sentia-me feliz mesmo estando naquela escola, e vi isso a ser tirado de mim. Foi pior que um balde de água fria. E eu só me pergunto o que é que há de errado comigo? Isto é tudo por causa da minha pele? Eu sinto-me ridícula todos os dias da minha vida por ser diferente da maioria das pessoas daquela escola. Toda a gente tem aquela pelezinha branca, os cabelos bonitos e lisos, os sorrisos bonitos e espontâneos. Rostos bonitos e maquilhados. E depois existo eu, a ovelha negra, literalmente. O que é que sou eu junto deles? Exato, nada. – Desabafou soluçando por entre o seu discurso.

- Elaine...Eles podem ter isso tudo, mas... – Suspirei. – Eu continuo a preferir a tua pele negra e macia, prefiro os teus cabelos bonitos e cacheados, prefiro mil vezes os teus sorrisos, especialmente quando fazes naturalmente. E eu adoro o teu rosto lindo e desmaquilhado, porque assim eu consigo ver a tua beleza, sim, porque tu és perfeita e não precisas nem de um grão de maquilhagem. – O meu polegar acariciou a sua bochecha, e sentia a sua respiração misturada com a minha.

- Tu és a melhor pessoa que eu conheço. – Murmurei fixo nos seus lábios carnudos. – E eu gosto de ti com todos os teus defeitos, e todas as tuas qualidades. Apenas por seres tu mesma.

No momento seguinte, senti o meu estômago explodir quando pela primeira vez os meus lábios tocaram nos dela, para um beijo aguardado á imenso tempo.

***

Hum, o que temos nós aqui? Será um primeiro beijo Nelaine? 

FELIZES? É QUE EU ESTOU AQUI A REBENTAR PORQUE ELES BEIJARAM-SE, PORRA. 

Well, eu não tenho muito para dizer porque tenho de ir para casa da minha avó e tenho de me despachar. Então pronto deixem os vossos comentários. ;)

DEDICADO A TODAS VOCÊS, BC É O PRIMEIRO KISS

Pergunta; - Que lugares vocês gostariam de conhecer?

R:. Então eu gostaria de conhecer o Brasil - definitivamente-, gostava de conhecer a inglaterra inteira. Eu acho que gostava de visitar o mundo inteiro, tipo uma viajem pelo mundo. Gostava de fazer isso na minha lua de mel. xD

XxBiah


Racism | njhWhere stories live. Discover now