Diga! Eu gritei, ordenando que falasse.
- Eu não matei Laurence! – Joe gritou de volta.
- Então o que aconteceu naquela noite? – Perguntei, resgatando lembranças do fundo da minha mente.
- Ele se jogou do telhado, foi o que aconteceu.
- Mas era você que estava ali. Você era a pessoa que filmou a morte de Laurence! – Naquele vídeo que havíamos visto no dia seguinte após o ocorrido era Joe quem estava por trás da câmera, assim como Mary apareceu por alguns segundos na filmagem, tentando ajudar nosso colega, em vão, claro.
- Todos correram para o local quando aconteceu o acidente, e daí?
- Aquilo foi estranho, muito estranho. Ele tentou lhe dizer algo, mas você cortou a filmagem. Não quis gravar o que ele iria lhe dizer, e assim não pudemos saber o que aconteceu.
- Ele morreu! Se quer saber o que aconteceu depois. Eu o vi morrer diante de mim!
- Eu sei o que aconteceu! Acha que eu sou idiota? Não importa o que Mary ou aquela garota fizessem, ele iria morrer devido à queda... Mas a única coisa que você conseguiu fazer foi ficar filmando, como se ele fosse a atração da noite.
- Chega! – Joe gritou, perdendo a paciência com minhas acusações.
- Pior do que isso. Ficou gritando para que ele pulasse, como se desejasse a sua morte. E foi o que ele fez!
- Chega!
- Você não apenas desejava que ele morresse... Você o matou!
- Foi um acidente! – Disse ele, cuspindo, em meio ao desespero. Sua voz voltou a ecoar pela Capela. – Foi a porra de um acidente! Eu não queria que aquilo tivesse acontecido.
- Então diga o que aconteceu. – Disse, o mais frio possível. Olhando a sacra atmosfera do santuário ao meu redor, primeira vez me senti como se fosse um padre em meio a uma confissão. Só não esperava que fosse ouvir algo dessa natureza. E em meio a uma respiração ofegante, olhando nos meus olhos, Joe confessou seu maior pecado.
- Laurence queria se drogar naquela noite, e eu tinha tudo o que ele precisava. Mas ele não tinha todo o dinheiro para comprar tudo aquilo. Então eu fiz uma oferta interessante. Perguntei o que ele faria para conseguir aquilo tudo de graça, e ele me disse que pularia do telhado da casa direto na piscina. Ele teria até o dia amanhecer para realizar o feito, caso contrário teria que me pagar o dobro do valor. Essa era a aposta.
- Mas que merda de aposta...
- Eu tinha a oportunidade de ganhar o dobro do dinheiro...
- Dinheiro... – Disse, sem acreditar naquilo. – Você agiu como um verdadeiro Judas. E tal como Cristo, Laurence pagou com a vida pela sua ganância.
- Ele estava louco pela droga. Não podia imaginar que iria acabar daquela maneira.
- Não parou para pensar nas consequências disso?
- Eu apenas estava tentando ajudá-lo com seus problemas. – Não esperava tal revelação de Joe. Problemas? Que tipo de problemas? Ouvir aquilo mexeu com minha percepção, mais precisamente minha percepção acadêmica. O psicológico de Joe já estava abalado, e agora era minha oportunidade de ir até o fim. Algo parecia estar se encaixando.
- Que problemas Joe?
- Laurence tinha depressão.
- Como assim "Laurence tinha depressão"?
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PAI NOSSO QUE ESTAIS NO INFERNO
ParanormalNo ano de 2006 uma série de fenômenos paranormais ocorreu na Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, sendo abafados pelos diretores e padres da Ordem Jesuíta. Porém, tais acontecimentos foram registrados clandestinamente por suas testemunh...