Capitulo 23 - Nike

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Micke Fox um grande empresário que investe em negócios simples e ajuda empreendedores pequenos à crescer, quer uma filial do Magnus em Nova York, onde as pessoas possam levar sua banda e se sentirem profissionais da música. Eu estava eufórico, precisava dessa chance para mostrar ao Chuck como a minha admnistração do bar está trazendo melhorias esplêndidas. Eu sonhei com isso desde o dia em que nós conversamos sobre uma parceria e ele me concedeu uma sociedade. Cresci em Nova York, em um apartamento de luxo, eu conhecia quase tudo por lá, mas fazia muito tempo desde que fui até lá. A última vez fora em um jantar de família em que levei Jade, e ele não acabou muito bem.

Peguei minha mala, e a levei até a sala, eram 5 da manhã, mas Jade já estava de pé me esperando ir. Nós não conversamos muito depois de ontem, eu deitei ao seu lado na cama e a abracei em silêncio, mal dormir, só fiquei lá abraçado a ela, parecia coisa de outro mundo. Nós estávamos definitivamente muito bem, e estou feliz que quando voltar vamos poder ter algo mais saudável para nós.

-Vou fica na casa dos meus pais. -ela diz. Eu me aproximo dela e a abraço outra vez. Como é bom poder fazer isso.

-Tudo bem. Eu vou ficar te ligando, a gente pode se falar por vídeo. -murmuro. Pego seu rosto em minhas mãos e encaro os grandes olhos castanhos claro. Vou sentir tanta saudade disso, nunca passamos tanto tempo separado.

-Pode ser. -ela sorri. -Não arranja outra.

-Eu prometo que não. -digo. Dou um selinho nos seus lábios, depois beijo sua bochecha, seu nariz e por fim sua testa.

-Tenta voltar rápido. -ela sussurra.

-Vou tentar.

Eu a beijo uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes e eu conto cada uma delas por que merecem uma contagem. Não sei o que aconteceu com Jade, mas estou satisfeito com como as coisas estão. Pego a chave da moto e lhe dou um último abraço, ela não sorri com os lábios, mas seus olhos brilham tanto quanto já brilharam um dia. Aceno sentindo um peso no coração, como se estivesse amarrado em uma âncora me puxando pra baixo e me sufocando. Ela não disse "eu te amo", ela não me disse pra tomar cuidado, ela não me pediu pra vir comigo. Eu sei que precisamos desse tempo, mas ainda dói quando ela parece não se importar tanto.

Eu espero que a viagem de alguns minutos até o aeroporto me faça esquecer a ansiedade recém adquirida pelo seu pedido. Tudo me faz lembra-la, quero me focar nos negócios que vou fazer durante o mês, a escolha do prédio o começo das construções, quero deixar os contratos assinados e meio caminho andado para que Chuck prossiga quando vier a Nova York.

Ao adentrar o Aeroporto de São Francisco, passar pela esteira de bagagens, ficar em uma fila por mais de 20 minutos, brigar com minha passagem enganchada no meu bolso, entregar passaporte e ouvir um "Boa viagem" minha ficha caiu completamente. Isso só doeu ainda mais. Quando entrei no avião, posicionei minha mala no bagageiro estrategicamente posicionada acima do meu acento. Sentei-me na poltrona tentando me sentir confortável, ao meu lado estava um menino que não tinha mais do que 10 anos, e a sua direita estava uma mulher que eu penso ser a sua mãe.

Reclinei a cadeira para trás e olhei para o menino brigando com dois bonecos de super heróis. Ele parecia distraído com a brincadeira, fazendo os bonecos se baterem enquanto fazia os efeitos com sua boca e cuspia os brinquedos sem perceber. Ri comigo mesmo, eu costumava fazer isso quando era criança, meus brinquedos sempre quebravam e meus pais sempre compravam outro logo em seguida. Tudo isso evitava um choro desnecessário, então consequentemente pensei que tudo na vida poderia ser substituído como meus brinquedos. E assim foi...meus carros, meus celulares, meus amigos, objetos banais e os objetos nem tão banais assim, tudo tinha o seu valor e quase nada valia a pena. Eu tinha tudo e ao mesmo tempo não tinha nada, até ela. Até o dia que tudo parecia cinza demais para eu aguentar, sabia que tudo parecia tedioso. Sem graça demais para um garoto rebelde que estava fugindo do controle, e dinheiro é certamente um tipo de controle.

Procura-se Por Nós  #Wattys2016Donde viven las historias. Descúbrelo ahora