Capítulo 17 - Nike

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Ela quer que eu fale com ela.
Ela veio até o bar e sabia que eu estava por lá.
Ela está dirigindo de volta para a nossa casa.
Porra, por que ela é tão sexy?

Tenho tentado não pirar no caminho do Magnus para casa, mas cada segundo parece uma eternidade. Não seja cuzão Nike, controle -se, não fique animadinho porque ela foi atrás de você. Talvez ela só quisesse uma companhia. Fique na superficie, não deixe que ela te puxe para baixo, não se afogue. Fique na superficie Nike!

Tento não olhar para o seu rosto, e quero a todo custo que qualquer coisa do lado de fora do carro me chame a atenção. Eu estou parecendo a droga um garotinho apaixonado!

-Não parece legal beber meio dia. -ela diz. Olho para Jade e vejo um meio sorriso em seu rosto enquanto ela ainda parece prestar atenção no trânsito.

-Tenho meus motivos.

-E então, o que tem feito? -ela pergunta. Eu não quero responder. Quanto menos conversamos, menos fico hipnotizado por sua voz.

-Não quero jogar conversa fora. -respondo.

-Uma pena. -ela diz parando o carro no sinal vermelho. Ainda faltam oito quadras, e o trânsito de San Francisco está quase um inferno no horário de almoço. -Por que eu quero.

Finco meus dedos no cinto de segurança e respiro fundo. Não quero perder a cabeça, por que eu estou a ponto de me soltar, segurar seu rosto entre minhas mãos e beijar sua boca até que eu perca o ar. Ela se vira levemente em minha direção, eu a observo confuso com as suas mudanças de humor. É difícil ignorar Jade quando ela parece tão feliz. Se bem que antes, jamais pensaria em ignora-la.

-Você está chateado, mas isso não me importa. Por que eu sei que temos questões sentimentais bem pesadas rolando nesse jogo. Então você pode me ignorar outra vez e me fazer ir atrás de você e cortar o seu barato todos os dias. Ou...podemos jogar conversa fora e nos conhecer.

-Eu já te conheço bastante Jade. E não estou te ignorando, só não quero conversar. -minto. Ela me pegou no flagra, era exatamente isso que eu queria fazer. Mas se ela cumprir com o que está dizendo, vou acabar desistindo e só tornando as coisas mais patéticas porque ela sabe o quanto eu a amo e voltaria com rabo entre as pernas todas as vezes que ela chamar. Sou um panda!

-Então, quando começa minhas aulas? -Jade murmura.

-Próximo semestre. -dou de ombros.

-Nem acredito que estou no meu terceiro ano em Engenharia Cívil. -seus olhos brilham ao dizer.

Queria conter a risada que guardei para quando ela descobrisse sobre a universidade, mas não consegui. Isso é realmente engraçado, eu já a imagino repugnando o novo curso.

-Do que você está rindo? -ela pergunta. Jogo minha cabeça para trás e solto mais uma gargalhada alta. Quando olho novamente para o seu rosto, sua expressão parece fervilhar.

-Desculpa...desculpa, eu não aguentei. -respondi.

-Qual o seu problema? -ela parece irritada agora.

O sinal abre e Jade pisa fundo no acelerador. Me seguro ainda mais forte, me lembrando que Jade ainda não estava autorizada a dirigir. E agora que está com raiva, não vou me atrever a dizer que quero que ela pare o carro. Ela está indo rápido demais para está em uma avenida. Olho para Jade e ela parece inexpressiva, tento não me afetar por isso, mas é angustiante. Nesse exato momento percebo que perdemos nossa parceria, eu já nem sei o que ela está pensando.

Procura-se Por Nós  #Wattys2016Where stories live. Discover now