Capítulo 24.

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- Droga, não aguento mais isso!

Me levanto da cama e vou até o banheiro lavar meu rosto, volto para o quarto e pego meu celular, são 03:40 da manhã, decido ir na cozinha beber uma água, enquanto ia até lá, fiquei pensando em como estava ruim dormir tranquilamente esta noite, tudo me fazia lembrar que hoje era o último dia que teria com Anderson. Assim que chego na cozinha, pego uma água gelada na geladeira e me sinto revigorado bebendo ela. Quando volto para meu quarto, decido abrir a janela um pouco e olhar o céu, já que não tinha esse costume sempre e assim que olhei para fora, vi um carro estacionado em frente a minha casa, o veículo estava todo escuro em seu interior, mas o vidro do lado do passageiro estava aberto e percebendo meu olhar, alguém de dentro joga uma folha em branco para fora e mostra o dedo do meio para mim e depois acelera o carro e some de vista. Aquilo me gela o corpo, fecho a janela do meu quarto de imediato e meu coração não para de bater rápido, estava com medo, uma sensação de frieza me invadia cada vez mais, pego meu celular e ligo para Anderson.

- Está tudo bem?

Anderson atende no primeiro toque.

- Amor, tinha alguém vigiando minha casa, eu vi e assim que me viram, deixaram uma folha ou sei lá o que é aquilo ali na frente de casa, estou com medo Anderson.

- Ei, se acalma, já estou indo, daqui a pouco estou aí amor, tranca tudo, não saia daí, tudo bem?

Anderson falava apressadamente.

- Está bem amor, vou ficar no quarto, te amo, não demora.

- Eu também amor, já estou indo, até daqui a pouco.

Anderson encerra a ligação e sento na minha cama, esperando por ele.

Não demora muito para ele chegar e meu celular vibra me informando que há uma mensagem para mim.

Já cheguei, abre o portão amor e a porta da frente.

Desço as escadas e pego o controle do portão e o abro e destranco a porta da frente.
Anderson entra em casa com uma folha em mãos e me dá um abraço e um selinho rápido. Assim que tranquei a porta, voltamos para meu quarto.

- Ei nego, não chora, já estou aqui com você, está tudo bem agora.

Anderson fazia carinho em meu cabelo, enquanto eu me agarrava a ele num abraço forte.

- Eu sei amor, desculpe, uma sensação tão ruim cresceu em mim, estou com medo.

Digo para ele.

- Não fique, vai dar tudo certo, relaxa.

Ele tenta me tranquilizar.

Explico para ele tudo o que aconteceu e ele me mostra a folha que estava em sua mão, leio uma mensagem bem clara.

A muito mais em jogo do que você imagina. Seu prazo termina hoje.

Respiro fundo e tento não deixar aquilo me atingir.

- O que faremos amor?

Eu pergunto a ele.

- Já tenho tudo sobre controle, mas não vou te contar no momento, preciso que confie em mim.

- Quero saber amor, eu preciso.

Aquilo me deixa sem chão, tudo está em torno em como me sinto, sobre minha privacidade e ele não quer me contar?

- Amanhã de manhã, agora vou fazer você dormir e vamos descansar.

Ele me diz e sei que não adianta discordar, pois aquela discussão eu havia perdido.

Anderson deita ao meu lado na cama e deito minha cabeça em seu peito, ele me faz carinho em meus cabelos que me relaxa e começa a cantar Legião Urbana baixinho, me fazendo pegar no sono rapidamente.
Durmo mais que o esperado, já que nem meu celular ou Anderson me despertaram, mas sinto a cama vazia e abro meus olhos lentamente, me espreguiçando, dou uma olhada em meu quarto e não vejo Anderson, a porta do banheiro está aberta e não ouço o chuveiro ligado, ele não está ali, depois que peguei no sono ontem, com aquela música gostosa, dormi super bem, estava mais disposto, mas a preocupação logo chegou, me fazendo cair na realidade do momento, tento me acalmar e não pensar naquilo de novo e me levantando vou ao banheiro, lavo meu rosto, escovo meus dentes e desço para ver se Anderson está na cozinha.

- Bom dia filho.

Meu pai diz assim que me vê.

- Oi pai, bom dia.

Dou um abraço nele.

- Se está procurando Anderson, ele já foi, mas disse que voltava logo, precisava resolver algumas coisas.

Olho para meu pai perplexo, pois ele sabe mais sobre o paradeiro de Anderson, do que eu, que estou iniciando um relacionamento.

- Ata, tranquilo.

Volto para meu quarto e procuro meu celular e não o encontro onde deixei na noite passada, procuro em tudo que é canto e nada. Achei estranho, mas pensei que poderia ter sido Anderson, mas para que ele pegaria meu celular? Enfim, decidi sentar um pouco na sacada de casa e ficar ali por um tempo, até Anderson decidir voltar.
Depois de almoçar junto com meus pais, decido ligar para o celular de Anderson do telefone fixo da minha casa, mas as tentativas são em vão e as ligações que fiz caem na caixa postal, tento de novo e nada, tentei de novo e a mesma mensagem, como estava chateado, vou para o banheiro tomar uma ducha e assim que saiu dela, me arrumo e decido dar uma volta na rua.

- Vai sair filho?

Minha mãe pergunta para mim.

- Vou dar uma volta pelo bairro, já volto.

Pisco para ela e saiu porta afora.

Enquanto passeava, sinto uma sensação estranha, de estar sendo seguido, mas deixo isso de lado, pois pode ser só besteira, já que estou sob pressão. Sento no banco da praça e respiro fundo, sentindo o ar limpo invadir meus pulmoes.

- Se você gritar, eu furo sua garganta.

Um homem que estava atrás de mim e com algum objeto cortante em minha garganta diz para mim.

Fico apavorado, não vi o homem se aproximando e olho para os lados e não há ninguém ali.

- Calma, se é dinheiro que queres, está no meu bolso, não trouxe muito.

O homem começa a rir e pressiona mais o objeto em minha garganta.

- Não quero seu dinheiro, agora levante com calma e faça o que eu mandar.

Meu coração acelera e começo a tremer.

Me levanto calmamente, tentando me controlar, o homem pede para que eu ande a sua frente, mas sua mão não larga meu braço e vendo que estava indo em direção a uma van, me desespero, pensando em como fui burro sair de casa sozinho. Assim que sou empurrado para dentro da van, dois homens com os rostos cobertos, colocam um saco preto em minha cabeça, me fazendo ficar "cego" naquele momento.

- Agora levamos ele, pegamos o dinheiro e vamos dar o fora disso.

Um outro homem falava, com a voz mais grossa.

- Sim, vamos sumir com todo esse dinheiro que vamos ganhar.

O homem que havia me abordado na praça falava.

Eles ficaram em silêncio e aquilo ali me fez ficar mais tenso e já estava preparado para o fim.

Destinos Entrelaçados (Romance Gay) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora