Capítulo 17.

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Quase esqueci que teria que ir para a faculdade, acordei num pulo, tomei um banho super rápido e não consegui tomar meu café.
Quando cheguei a faculdade não vi o carro de Lara estacionado e muito menos ela ali, esperei até o sinal bater para os alunos irem para suas salas e foi o que fiz, assim que o sinal soou fui para a sala.
Eles não apareceram na primeira aula e nem entraram para a segunda, fiquei preocupado, mas não poderia faltar mais um dia, decidi ligar depois para ver o que havia acontecido. No intervalo que tínhamos de meia hora, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Lara, pois se enviasse a Bruno, eu tinha quase certeza que ele não iria responder.

Cadê você amiga? O que aconteceu? Estou esperando uma resposta mocinha, beijos.

E enviei a ela.

O triste foi que minha amiga não me respondeu e fiquei cabreiro com aquilo, ela não era de fazer isso, mas enquanto não terminasse as aulas daquele dia não iria me preocupar com aquilo.
O sinal da última aula tocou e os alunos saíam depressa demais para irem para suas casas ou sair com os amigos, peguei minha mochila tranquilamente e ia saindo pela porta quando a sala estava quase vazia.

- Leandro?

Me chama o professor Gilberto, que ainda guardava algumas folhas em sua pasta.

- Sim professor?

Eu digo.

- Aqui está a folha do trabalho que passei na última aula que você não estava, não sou de fazer isso, mas você sempre foi um aluno exemplar, mas não haverá uma próxima vez.

Ele me olha sério, como se fosse para me colocar medo.

- Ah claro, sim, obrigado professor, não vou desapontar.

Lanço um sorriso para ele.

Dou as costas para ele e sigo em direção ao meu carro. Quando chego no estacionamento, um bilhete colado no vidro da janela do meu carro estava dobrado, como uma carta, eu a peguei, abri e li seu conteúdo.

Ao menino que foi estuprado e tirado a infância, boiola!

Me senti como se um tanque de guerra tivesse passado em cima de mim, não havia entendido aquela brincadeira e muito menos quem fez, olhei ao redor, sem perceber nada e nem ninguém me observando, fiquei muito nervoso e peguei meu celular.

- Alô?

Atende Anderson depois do primeiro toque.

- Amor, por favor, podes vir aqui na faculdade? Por favor?

Eu tremia e minha voz saía falhada.

- Está tudo bem amor? O que aconteceu? Estou indo agora.

Ele fica tão preocupado que ouço ele gritar com alguém.

- Só estou nervoso, mas se puder vir seria ótimo, não estou em condições de dirigir.

- Me espera onde você está. Chego em 15 minutos.

Ele encerra a ligação sem se despedir.

Abri a porta do carro e sentei no banco do motorista, colocando a carta no banco ao lado. Não sei se dormi ou fiquei perdido em pensamentos mas depois de uns quinze minutos, Anderson estava ao meu lado passando a mão em minha cabeça.

- Ei amor, o que foi? Já estou aqui.

Ele dizia para me acalmar.

Peguei a carta que estava no banco do carro e entreguei a ele, com minhas mãos tremendo.

- Quem foi o filho da puta?

Ele me olha sério e ao observar o estacionamento vê que o mesmo está vazio, além dos carros que estavam estacionados.

- Eu não sei amor, eu cheguei e já estava no vidro do carro, me desculpe te tirar do serviço, me perdoa.

Começo a chorar por não saber o que fazer.

Ele seca minhas lágrimas e me beija no rosto.

- Vou te levar para casa e você vai comer e deitar um pouco, está bem?

Não falo, só concordo com a cabeça.

Ele me pede para passar para o banco do passageiro e faço isso imediatamente, quando ele entra no carro, eu faço a pergunta mais óbvia do mundo.

- E o seu carro? Vai deixar aí?

- Você me disse que não estava em condições de dirigir, então, pedi para que o motorista da empresa me trouxesse.

Ele me olha como se aquela pergunta realmente tinha sido feita, mas deixei para lá, não estava afim de discutir e sim saber quem foi a pessoa que me mandou aquela triste carta.
Como a faculdade e a minha casa não eram tão longes, não demoramos muito para chegar, Anderson estacionou o carro na minha vaga do estacionamento de casa e entramos sem fazer qualquer barulho, pois queria ficar só no quarto.

- Deita, tira esses tênis e essa roupa, que vou lá na cozinha ver o que a Sabrina preparou para o almoço, está bem?

Anderson me ajuda a tirar as peças de roupa do meu corpo e me deita na cama, ele me olha de novo e sai pela porta, mas sem antes me dar um beijo. Uns minutos depois ele já estava de volta ao quarto, com uma bandeja contendo um prato, com lasanha, molho branco e arroz, e ao lado do prato, um copo de suco de abacaxi.

- Obrigado Anderson, não queria atrapalhar você no serviço, desculpe.

Eu olho para ele com sinceridade.

- Jamais amor e obrigado por ligar, isso faz eu me sentir bem, agora come que infelizmente tenho que voltar daqui a pouco, reunião.

Ele faz biquinho.

- Entendi, sem problemas amor.

A lasanha estava ótima e o suco melhor ainda, enquanto Anderson levava a bandeja para a cozinha, eu me levanto e vou ao banheiro escovar os dentes. Antes de Anderson voltar para o quarto, eu já estava deitado de novo.

- Tenho que ir amor, gostaria de ficar, mas tenho que ir.

Ele me fala mostrando um lindo sorriso.

- Vai sim vida, se cuida meu amor, de verdade.

Eu me levanto e abraço ele que retribui de bom grado.

- Eu amo você amor, se cuide e qualquer coisa me ligue e hoje a noite passo aqui, está bem?

Ele pisca para mim e sai, me deixando no quarto sozinho mais uma vez.

Destinos Entrelaçados (Romance Gay) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora