Capítulo 6.

1.8K 206 14
                                    

- Posso entrar?

Disse assim que bati na porta e a abri um pouco.

Ninguém respondeu, abri um pouco mais e vi Bruno dormindo em sua cama, entrei no quarto e sentei em um canto próximo a ele. Seu quarto era muito espaçoso, pintado numa cor azul claro, dava uma sensação de bem-estar, o banheiro também ficava ali, um quarto suíte, bem sua cara, como era reservado, nada melhor que aquilo. Eu o olhei, sereno, sua pele era linda, seu corpo subia e descia com a respiração leve, não queria acordar ele, mas foi nesse momento que Bruno abriu os olhos lentamente, me pegando desprevenido.

- Oi.

Disse ele, se espreguiçando.

- Desculpe te acordar Bru, não foi minha intenção.

Levantei as duas mãos pedindo desculpas.

- Imagina, melhor ser acordado por alguém que gostamos do que sozinho.

Ele sorrio para mim numa forma angelical.

Como eu havia dito, não que eu achasse estranho um gesto de afeto entre nós dois, mas Bruno as vezes deixava algo no ar que eu estranhava.

- Precisamos conversar, ou melhor, você precisa me dizer o que está acontecendo.

- Vamos conversar sim, vou só tomar um banho e já conversaremos.

Bruno levanta da cama e se encaminha para o banheiro.

Ele não demora mais de cinco minutos, vai em seu guarda roupa e escolhe uma muda de roupa, em vez de se trocar no banheiro, ele deixa sua toalha que estava em sua cintura, cair no chão, ficando nu em minha frente, no mesmo instante, viro meu rosto, ficando vermelho com a situação.

- Bruno, fazíamos isso quando éramos mais novos, já somos adultos e um pouco de privacidade é bom!

- Conheço você desde pirralho, para de ser criança Leandro.

Mesmo assim só virei meu rosto depois que ele avisou que estava vestido.

- Então, vamos conversar logo que hoje a noite ainda tenho que sair.

- Você e esse seu jantar tolo, qual a diferença desse cara dos outros?

A voz de Bruno saiu séria.

- Porque você diz isso? E porque você acha que é por causa de um homem?

Eu falei indignado com ele.

- Para Leandro, da de ver que você está de quatro por ele.

- Nossa Bruno! Nossa! Até parece que você me conhece!

Gritei com ele pela ousadia que saía de sua boca.

- Se eu não te conheço, quem conhece? Somos amigos a mais de onze anos e amigos inseparáveis e você ousa dizer que não te conheço? Por favor, não me faça rir.

Eu estava com tanta raiva que poderia socar a cara dele toda.

- Vou embora, não adianta conversar com você, eu achei que ficaria feliz por mim, já que a muito tempo não me interesso por ninguém e você sabe o porquê.

Me levantei e fui até a porta, me virei para ele.

- Espero que um dia você entenda que apesar de qualquer coisa, sempre vou te apoiar nas coisas que fazem bem a você.

Me virei e sai do quarto dele, desci as escadas e não vi minha amiga ali, não a esperei também, sai da casa e entrei em meu carro, liguei ele e fui embora. Não queria chorar, mas era impossível, quando percebi, lágrimas já desciam meu rosto, não queria lembrar de Bruno e de ninguém, mas era difícil segurar meu pensamento, limpei as lágrimas que insistiam cair e afastei todo e qualquer vestígio de lembranças daquela tarde com meu melhor amigo.

- Merda!

Quando cheguei em casa fui direto para o meu quarto, não queria falar com ninguém, só extravasar a raiva. Liguei o aparelho de som e coloquei o cd 25 da cantora Adele e pulei as faixas até chegar na música Remedy, uma das minhas preferidas. Sentei na cama e comecei a chorar. Porque estava chorando daquele jeito? Não havia tanta necessidade disso, até porque eu e Bruno só tivemos uma discussão boba, coisa de amigos mesmo. Enquanto aquela linda voz preenchia os cantos do quarto, tirei minha roupa e fui tomar um banho, até porque haveria um jantar que precisava ir. Liguei o chuveiro e a água fria caia pelo meu corpo, dando uma sensação gostosa, de descanso, molhei meu cabelo e passei o shampoo, peguei o sabonete e comecei a ensaboar cada parte do meu corpo. Não sei porque e nem como, mas a imagem de Anderson veio em minha mente, me dando um súbito momento de prazer quando comecei a passar o sabonete em meu pênis. A voz de Adele cantava Love In the Dark e naquele momento não quis controlar meus movimentos, deixei que minha imaginação andasse solta. Como era bom me estimular com ele em meu pensamento. Queria me aliviar rápido, não queria demorar, mas a sensação era muito gostosa, imaginei seus lábios em mim, suas mãos, seus braços, aqueles olhos e soltando um gemido longo, gozei, me sentindo bem comigo mesmo e tirando toda a tensão daquele dia.

O que houve de tão sério entre você e o Bruno? Ele está transtornado!

Assim que li a mensagem de Lara, fiquei preocupado com meu amigo, mas porque tanto exagero? Não passou de uma discussão à toa? Não é? Mas não podia pensar naquilo agora, já estava em cima da hora de ir pro jantar e estava terminando de me arrumar. Ouço uma batida na porta.

- Pode entrar!

- Oi filho, vim me certificar se estavas pronto, mas pelo jeito... Está tudo bem?

Minha mãe pergunta reparando na minha cara de chateado.

- Sim mãe, tudo bem e aliás, você está linda.

Dou um abraço nela.

- Você também meu filho, elegante.

Minha mãe estava com um vestido vermelho longo, com uma fenda na lateral que chegava até a sua coxa, um salto alto verde cor de esmeralda que combinava com seus olhos e seu par de brinco e uma gargantilha fina com apenas uma pedra da mesma cor, seus cabelos presos em um coque chique acima da cabeça, seu batom vermelho iluminava mais a pele dela.

- Linda mesmo mãe, tenho um grande orgulho de você.

- Meu filho, assim você me faz chorar!

Ela me deu um abraço e depois aproximou meu rosto para próximo dela, beijando meus dois lados da bochecha.

- Deixa disso mãe, vou só escovar meus dentes e já desço tá bom?

- Tá filho, mas antes de descer, se olhe no espelho e te admire, você está muito lindo.

Revirei meus olhos para ela, minha mãe sorrio e saiu do quarto.
Fui ao banheiro, peguei minha escova de dentes e depois de cinco minutos, tudo pronto, mas antes de sair dali, fiz o que minha mãe disse, reparei em como eu estava, cabelos bem penteados, uma calça social, uma camiseta branca com os dois primeiros botões de cima abertos e um blazer preto por cima.

- Estou parecendo um pinguim isso sim.

Saio do banheiro dando risadas de mim mesmo.

Destinos Entrelaçados (Romance Gay) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora