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Tudo estava bem e Louis já podia ir embora. Jay conversava com Anne e Harry, se despedindo e Louis tirou este momento para olhar o cacheado e pensar. Estava confuso com tudo aquilo. Primeiro Anne aparecia com Harry e ele era um completo estranho, depois ele passa mal e o motivo aparentemente são medicamentos que ele tomava. Medicamentos para que? Aquele menino era um completo mistério e Louis ficava curioso demais para conhecê-lo totalmente, mas sabia que aquele não era o melhor momento para fazer perguntas.

Depois de se despedirem dos dois, Louis e Jay voltam para casa, com o alfa ainda com seus pensamentos voltados para o mistério que Harry era.

Alguns dias depois

H&L

Harry estava bem melhor. Não havia passado mal novamente, apenas algumas tonturas e enjoos, mas a médica disse que era normal, porque seu corpo estava se acostumado com os novos medicamentos. Poderia parecer bobo e Harry sabia que ainda não havia nenhuma mudança em seu corpo, mas só de tomar esse novo hormônio e se limpar do antigo, ele já se sentia mais como o ômega que era.

Várias vezes ao dia sentia vontade de ligar para Gemma e contar as novidades. Contar como sua nova vida estava indo, como estava feliz e que agora poderia ser o ômega que sempre foi escondido. Tirando o fato de que se lembrava vagamente do seu número e tinha medo de ligar para a pessoa errada, toda vez que ia usar o telefone de Anne, pois ainda estava sem celular, seu coração acelerava e ele hesitava. Apesar da imensa saudade, sua mente ainda não estava pronta. Talvez daqui alguns dias quando se sentisse mais confortável, ou talvez depois de conversar sobre isso com a psicóloga.

Uns dias atrás, Anne havia comentado consigo sobre começar a passar em um psicólogo. Harry havia pensado em negar de primeira, pois não queria lhe dar mais gastos. Mas a ômega insistiu tanto que ele reconsiderou e pensou que realmente seria bom. Havia passado por tanta coisa e agora com todas essas mudanças, ele precisaria de uma ajuda externa. De acordo, Anne marcou uma consulta o mais rápido que conseguiu, para dali a alguns dias.

Isso nem estava passando muito pela sua cabeça, no entanto. Normalmente, Harry ficaria nervoso e ansioso ao ter que se abrir com uma outra pessoa, porém um certo alfa não saía de sua mente, tomando todos os seus pensamentos. 

Com o passar dos dias, Harry sentiu aquela atração por Louis somente aumentar. Constantemente o via na rua da floricultura, aparentemente ele trabalhava em alguma coisa lá. Louis às vezes o encontrava e parava para conversar, perguntando se ele estava melhor, se estava precisando de algo ou somente para jogar conversar fora. Seu jeito atencioso e carinhoso encantavam Harry. Ele começava a admitir que talvez estivesse realmente gostando de Louis de um modo que nunca gostou de ninguém. 

Mas ele tinha medo desse sentimento, medo do que ele poderia causar. Já estava cansado de sofrer, não queria ter um coração partido. Louis nunca gostaria de alguém como ele, alguém que ao menos conhecia, que provavelmente pensava ser um beta.

Suspirou. A amizade que vinha criando com o alfa estava sendo ótima, não queria estragar. O melhor seria tentar acabar com esses sentimentos confusos.

Olhou para Anne e Jay em um canto da sala. Elas estavam muito próximas ultimamente. Em uma conversa com Louis, ele havia lhe contado que elas sempre foram muito amigas, mas que nunca as vira tão próximas. Elas ficavam se olhando com um carinho no olhar e às vezes se tocavam com delicadeza.

Talvez Harry estivesse errado, mas realmente achava que não. Todos os filmes e livros de romance que já vira o deram uma boa ideia de quando alguém está apaixonado. E ele tinha certeza que as duas estavam apaixonadas.

Eles estavam na casa de Anne, Jay havia ido há alguns minutos dizendo que iria jantar com eles e logo as duas sumiram para a cozinha para preparar o jantar, enquanto Harry ficava no sofá. Agora estavam na mesa comendo, enquanto o ômega observava as duas se olharem.

Deu um sorriso, imaginando as duas juntas.

— Harry, poderia me fazer um favor, querido? — Jay o olhou de repente, um sorriso simpático em seu rosto. — Eu acabei esquecendo minha bolsa no carro. Tem uma coisa lá que eu queria mostrar para Anne. Será que você não poderia buscar pra mim? Está aberto.

Harry concordou com a cabeça. Já havia terminado o jantar.

Se levantou, deixou a louça na pia e foi até seu carro. Pegou a bolsa e voltou para casa, somente para ser pego de surpresa ao abrir a porta e ver Anne e Jay se beijando intensamente na sala.

E então Harry notou o que estava acontecendo. Anne havia entrado no cio. Apesar de não sentir o cheiro dela, podia sentir o que Jay emitia como alfa. Já era de se esperar, porque Anne estava reclamando o dia todo de calor e de dores.

Harry ficou sem saber o que fazer, para onde ir. Não podia ficar nessa casa com as duas. Não iria aguentar, principalmente porque a casa era pequena.

Pensativo, deixou a bolsa dentro da casa e se sentou na varanda do lado de fora. Talvez mais tarde as duas fossem para o quarto e ele pudesse se trancar no seu.

— Harry?

Harry olhou na direção da voz e viu Louis vindo em sua direção.

— Tudo bem? — Harry não soube o que responder então Louis continuou. — Minha mãe disse que viria entregar alguma coisa para Anne e já voltaria. Estava estranhando a demora e vim ver se estava tudo bem, já que ninguém atendeu o telefone.

Harry mal tinha ouvido o telefone da casa tocar.

— Algum problema, Harry? — Louis perguntou quando chegou ao seu lado, provavelmente estranhando o silêncio do mais novo.

Harry não precisou responder, pois gemidos vieram de dentro da casa e Louis entendeu dando um sorriso um pouco constrangido. Harry podia estar com vergonha pelo o que estava acontecendo, mas o alfa com certeza estava com mais. Jay era sua mãe.

— Quer ir lá pra casa? — perguntou e Harry o olhou surpreso. Louis logo tratou de balançar a cabeça, se explicando. — Sabe, enquanto isso acontece. Acho que você não vai querer ficar aqui enquanto isso, não é?

Harry assentiu. Realmente não suportaria ouvir as duas mulheres daquele jeito por vários dias. 

Rapidamente deu a volta na casa e entrou na porta da cozinha somente para pegar seus medicamentos, os colocando no bolso do casaco. Pensou em subir para o quarto e pegar algumas roupas, mas as mulheres estavam na sala e ele não queria ver a cena. Saiu da casa e foi até Louis.

Eles foram em silêncio até o carro do alfa e permaneceram assim durante o curto percurso até sua casa. Era perto, durou cerca de 5 minutos apenas, e logo já estavam na casa do alfa, onde ele ficaria por alguns dias. 

Harry suspirou. Alguns dias na casa de Louis, morando com ele. Esperava que desse tudo certo.

destinyWhere stories live. Discover now