CAPÍTULO 34: QUEBRANDO O SELO

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Ficamos um tempo na casa da Sabrina e depois decidi voltar para casa, o Alexander estava querendo ir atrás do Burke para vingar o que ele fez, mas a Sabrina o fez prometer que só iria até lá quando todos estivessem juntos. Ele poderia não confessar, mas era obvio que todos ali estavam cansados por causa da perda de energia.

Sabíamos que não era bom esse negocio de vingança, mas o Alexander não iria tirar isso da cabeça e não poderíamos deixar que ele fosse sozinho, eu sabia que talvez no fundo ninguém se importasse com esse fato, sinceramente eu também não, esse Burke quase tinha matado a pessoa que eu amava e eu tinha certeza que se ele tivesse a oportunidade iria tentar machucar mais pessoas.

Eu duvidava que aquilo tudo fosse acabar por ali, até porque Burke tinha só fugido e não tinha perdido muita coisa ainda, eu apostaria qualquer coisa que ele iria aparecer de novo, mas tudo que eu queria no momento era ficar um pouco com o Neythan e ir até minha mãe avisar que tudo estava bem. Até porque não sabia até quando a ilusão que tinha usado na minha mãe iria funcionar. Ela era esperta e acabaria descobrindo logo.

Antes de irmos agradeci a Sabrina pela hospitalidade dela, ela era mais legal do que eu poderia imaginar e também pedi para que o Alexander tentasse quebrar o selo, eu já tinha uma ideia de como poderia controlar, e além de tudo eu queria saber como seria ficar assim. Por experiências sabia que tudo iria mudar, poderia ver as coisas com mais clareza, iria escutar mil vezes melhor que um humano, até o olfato melhoraria assim como a capacidade de percepção, e, além disso, talvez eu pudesse ajudar quando o Alexander fosse até lá. Não lutando é claro, isso eu não tinha a mínima experiência, mas já seria alguma coisa, pois não iria precisar que eles ficassem me protegendo.

— Vou fazer isso. Mas como não sabemos se você conseguirá controlar, quebrarei o selo aos poucos como fizemos no treinamento, a cada hora uma parte será liberada então caso não consiga se controlar, já sabe onde me procurar.

— Esse não é mais um problema, Alexander! Em todos esses anos da minha vida acumulei experiências o suficiente. São poucas as pessoas que conseguiram sobreviver depois de passarem por um ritual daqueles, mas depois que elas conseguem quebrar o selo por si mesmo o resto é fácil.

— Sei sobre isso.

— Você já viu isso acontecer antes? — perguntei surpresa e ela fez que sim com a cabeça.

— Não acho que tenha que se preocupar com isso, a pior parte já passou. Depois que o selo for cem por cento quebrado considere-se oficialmente uma imortal.

Depois de toda a conversa, o Alexander fez aquela coisa que sempre fazia para quebrar o selo, e como sempre acabei desmaiando.

O Neythan me levou pra casa, lá não foi muito difícil convencer a minha mãe que tinha ido passar um tempo com o Neythan, a ideia de eles ficarem usando o poder para confundir minha mãe era meio ruim, não gostava de ver ela indefesa, mas essa era a única forma de esconder a verdade dela, pelo menos por um tempo.

Percebi que com o passar do tempo, minha visão ia ficando mais clara, conseguia perceber cada mínimo detalhe, não conseguia olhar para o Neythan sem ficar paralisada, ele parecia bem mais bonito assim, o perfume dele era bem atraente, e conseguia escutar até mesmo o coração dele. Era tão incrível, agora fazia mais sentido, quando ele dizia que talvez não pudesse se controlar quando estava perto de mim, sabia que por parte era por causa do poder dele, que a outra parte poderia tomar conta dele e tentar me machucar (como já tinha acontecido uma vez) e agora estava acreditando que a outra parte era porque dessa forma tudo parecia bem mais atraente do que já era. Eu duvidava que se começasse a beijá-lo naquele momento iria conseguir parar.

Decidi passar o resto da tarde na casa do Neythan, ele já estava recuperado e nem parecia que algum tempo atrás estivesse machucado. Ele tinha decidido cozinhar pra mim aquela noite, eu queria ajudar e ser útil em alguma coisa, mas ele tinha muita habilidade na cozinha e eu não queria atrapalhá-lo. Não que eu não soubesse cozinhar, obvio que sabia. Mas essa noite deixaria isso para ele.

Eu sabia que não era educado ficar encarando uma pessoa, mas eu simplesmente não conseguia parar de olhar pra ele, podia sentir o cheiro dele pela casa toda e era tão bom, toda vez que ele me olhava eu ficava paralisada sem conseguir me mexer ou respirar, ele parecia mais atraente do que já era.

— Está tudo bem?

— Ah! Claro... eu...

— Você está corada...

— Você está me deixando sem graça. É que... Essa sensação é tão boa. É tudo tão... Diferente. Quero dizer, tudo parece mais intenso.

— Você ainda não viu nada. — Ele falou com um sorriso malicioso.

— Como assim? — perguntei, mas começava a ter uma ideia sobre o que ele estava falando.

Ele deixou o que estava fazendo e parou perto de mim, eu estava sentada na banqueta da cozinha; ele colocou a mão na minha cintura e me sentou na bancada.

Só de ele me tocar meu corpo todo respondeu ao toque, meu coração estava disparado, batendo em um ritmo que parecia que iria me deixar sem ar, um calafrio percorreu toda a minha coluna até chegar à minha nuca, e já estava sentindo borboletas no estomago.

Ele passou uma mão no meu rosto delicadamente e se aproximou, ele me beijou e automaticamente retribui, a sensação era tão boa que achava que iria morrer de tanto prazer. Minha respiração estava alterada, e não sabia se era por causa do beijo, ou por causa do efeito do poder, mas pelo que parecia era tudo junto.

Ele se afastou pegando uma mecha do meu cabelo e colocando atrás da orelha, precisei de alguns segundos até a respiração voltar ao normal.

— Está vendo? Foi isso o que eu quis dizer. — Disse ele e sorriu

Se já era tudo tão prazeroso daquela forma, imagina se a agente...

— Ah! Sei.

Eu desviei o olhar rapidamente, não era um momento adequado para pensar coisas do tipo.

Toque De Sedução 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora