Toque De Sedução 2

CAPÍTULO 48: TODOS BEM

Eu estava me segurando para não chorar, eu não poderia sofrer antecipadamente, o Alexander não poderia ter... Ele não poderia ter morrido lá, o Alexander era forte e não seria alguém como o Burke que iria pará-lo. Mas o medo de ter o perdido era maior, tínhamos ido para tentar impedir que algo assim acontecesse e de forma alguma isso poderia ter acontecido.

— O Alexander! Ele está lá. — Eu disse e a Sabrina e o Neythan se entreolharam, eu nem quis saber o que isso significava.

— Mhylla... — começou a Sabrina, mas eu a interrompi.

— Precisa fazer aquela coisa da conversa, ele irá escutar.

— A pessoa precisa saber que você quer se comunicar com ela, caso contrário não funciona tão perfeitamente. — Vou ver se escuto alguma coisa vinda do prédio.

A Sabrina ficou concentrada olhando para o prédio eu não disse mais nada porque poderia acabar atrapalhando, o Alexander não era fraco, ele não poderia ter morrido lá.

— Não escuto nada. Não tem ninguém dentro do prédio.

— Isso está errado. Ele estava lá, eu escutei antes de sairmos. Ele estava brigando com o Burke. — Disse — Por que explodiu? Achei que só fosse fazer isso depois dez minutos quando o Burke ativasse.

— Podem ir com calma, não vão se livrar de mim tão fácil assim. — Disse uma voz e eu me virei assustada

O Alexander estava vindo do fundo do prédio, segurando o Burke; talvez tivesse pulado antes de ele explodir, eu não conseguia esconder a felicidade que eu estava, já sobre o Burke não sabia se estava vivo ou morto.

— O Burke... — comecei mais o Alexander interrompeu

— Não! Até parece que a morte dele será tão fácil.

— Você me assustou! Achei que estivesse morto.

— Acha que um cara como esse vai conseguir me matar? É preciso muito mais que um projeto de adorm para me matar, Mhylla. — Ele falou e eu não sabia se ficava feliz pelo fato dele estar bem, assustada pelo Burke estar desacordado com ele, ou um pouco surpresa pelo sarcasmo e ego dele não acabar nem nessas horas. Talvez eu estivesse com todos esses de uma vez.

— Vamos sair daqui, não vai demorar até o encantamento sair dessas pessoas e os bombeiros chegarem. — Disse a Sabrina e encarei os outros

Todos os que estavam trabalhando para o Burke estavam parados do lado de fora encarando o prédio perplexos, eles estavam conversando entre si e de vez enquanto voltava o olhar para o prédio apontando, nenhuma pessoa, pareceu notar a gente ali.

— E os guardas que estão no armazém? — perguntei

— Já cuidei deles. Não vão se lembrar de mim e nem dos últimos minutos. — Disse a Sabrina e a Verônica parou por perto

— Tem um minuto?

— Claro! — respondi indo até ela e a Hilary

— E-Eu gostaria de pedir desculpas. Eu estava assustada, não achava que ele fosse realmente fazer isso. Tudo o que eu fiz foi por medo de perder a minha irmã.

— Não precisa se desculpar! Eu já sei sobre a doença dela, não está em um estado tão critico, se ela operar ainda dá tempo de sobreviver. Meus pais são empresários e conhecem algumas pessoas, não tenho certeza que vai dar certo, mas precisamos tentar. Quando disse que te ajudaria não estava mentindo.

— Vai realmente fazer isso depois de tudo o que te fiz?

— Eu não vivo remoendo o passado. O que passou já era. Precisamos nos focar no futuro. Você tem um celular?

— Eu tenho — disse a Hilary tirando do bolso e me entregando

Eu anotei o número do meu celular e entreguei para ela

— Me liga mais tarde e conversaremos, enquanto isso, falarei com os meus pais. Agora eu preciso ir.

— Tá bom. — Respondeu ela e a Hilary a abraçou chorando.

— Verônica. Não conta pra ninguém sobre o que viu aqui hoje.

— Nem sob tortura. Não posso ir parar em um hospício agora. — disse ela sorrindo

Todos já estavam no carro quando voltei, com exceção do Burke, mas disso eu tinha certeza que ele estaria no porta-malas.

— Ele vai morrer sufocado lá atrás.

— Ele é um adorm, nem se ele quisesse morrer sufocado conseguiria. — Falou o Neythan e eu me sentei atrás ao lado dele.

— Se ele tentasse, eu não impediria. — Disse o Alexander e a Sabrina sorriu.

— O que vocês vão fazer com o Burke? — perguntei e a Sabrina encarou o Alexander.

— Estávamos conversando e decidimos que a morte não é o melhor para ele. Existe uma forma de tirar os poderes do Burke e apagar da memória dele qualquer vestígio de magia que ele já ouviu falar. — Disse a Sabrina dirigindo para longe dali.

— Mas isso não vai causar retardamento nele? Ele de alguma forma vai sentir falta de alguma coisa, ele deve ter nascido praticamente com isso. — Falei meio insegura, era obvio que sim, o Burke poderia ser o que fosse, mas ele iria sentir falta de alguma coisa mesmo não sabendo o que era.

— Ainda estamos decidindo, Mhylla. — Falou a Sabrina calmamente

O Neythan me abraçou segurando a minha mão e eu encostei minha cabeça no ombro dele, eu gostava de ficar assim com ele, mas alguma coisa me dizia que isso ainda não tinha acabado.

— Depois de tudo o que aquela garota te fez você ainda a ajuda! Você realmente tem um coração bom — falou o Neythan e eu peguei na mão dele

— Eu não poderia deixar a irmã dela morrer só porque ela mentiu pra mim e tentou acabar com a minha vida. Ela estava desesperada, quando as pessoas estão assim, fazem as coisas sem pensar. Ela estava arrependida pelo que fez, e para mim é o que importa. Sei o tamanho que seria a dor dela, porque quando achei que tivesse perdido o Alam era como se o meu mundo estivesse perdido, mas eu fiquei bem porque tinha você e sabia que ele estava bem. Ela só tem a irmã dela.

— Mesmo assim. As pessoas costumam guardar magoas, se fosse outra garota, viraria as costas para ela e nem iria querer saber dos problemas dela ou ter tentado salvar a vida daquela garota. Mas você é diferente.

— Isso é bom ou ruim? — perguntei e ele sorriu

— É ótimo!

Voltamos para casa e o Alexander e Sabrina disseram que resolveriam o que iriam fazer com o Burke e que antes contataria eu e o Neythan para nos manterem informados. O Burke não era completamente humano, sendo assim eu não ficava tão preocupada com o que o Alexander faria com ele, até porque a Sabrina estava ao lado dele e ela não deixaria que ele tomasse alguma decisão precipitada.