CAPÍTULO 21: MEUS ERROS

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Voltei pra casa com o Alam e a Marcela, queria poder ter ficado, pois tinha adorado Blanca, mas devido aos fatos essa não era uma boa opção, temia que nunca mais o Neythan me perdoasse. E se ele fizesse essa escolha eu não poderia achar ruim, quem tinha errado varias e varias vezes fui eu e não ele. Ele sempre esteve ao meu lado quando precisei e eu tinha errado com ele.

Quando voltamos para casa o Alam tinha recebido uma ligação de uma pessoa, ele precisava fazer uma viajem, para organizar algumas coisas do próximo desfile dele, ficava em algum outro bairro por ali e claro que ele iria ir. O que significava que eu iria ficar sozinha de novo já que meus pais tinham dito que ficariam ocupados por mais um tempo até terminarem algumas coisas lá na empresa.

Ele iria viajar no dia seguinte (segunda) e voltaria dali a quatro semanas o que significava que eu iria ficar sozinha me lamentando por ser tão idiota, eu amava o Neythan e nunca na minha vida isso iria mudar, mesmo que ele me odiasse para o resto da minha vida, eu tinha errado com ele e errado feio. Eu entendia perfeitamente o lado dele e por isso não tinha insistido na ideia de tentar me explicar.

Na verdade, eu me sentia ao contrario de tudo o que o Neythan era eu me sentia completamente deslocada sempre fiz tudo errado na minha vida e com isso vinham as consequências. Era como se ele fosse de alguma forma o bom e eu o ruim.

Fui para o meu quarto e fiquei deitada tentando pensar o que iria fazer da minha vida, as aulas nas faculdades a essa altura já tinham começado e eu nem se quer sabia o que iria fazer, e ainda tinha a habilitação que eu nem tinha ido tirar ainda.

Como uma forma de ocupar a minha cabeça com alguma coisa, peguei meu notebook; que eu já não usava há algum tempo e fui pesquisar algumas coisas pela internet, mas isso era só uma forma de não pensar no Neythan, eu queria desabar na cama e chorar, mas de nada adiantaria, isso não iria trazer ele de volta pra mim, sem contar que eu não merecia o amor dele, ele era bom demais pra mim, perfeito demais pra mim.

— Concentração.

— Duvido muito você conseguir isso. — Disse o Alam da porta

— Eii, você é o meu amigo tinha que apoiar.

— Sei. Já pensou sobre a ideia de ser escritora? Talvez seja uma boa ideia pra você.

— Não sei. Eu sempre adorei escrever, mas acho que escrever um livro é diferente.

— Dá pra você soltar sua imaginação.

— Você vai voltar não é?

— Não tem que se preocupar com isso. Ligarei de vez enquanto para ver se você está bem.

— Eu...

— Eu já sei. Emocionalmente você não está.

— Eu não entendo porque sempre faço tudo errado — disse — Já virou costume.

— Todo mundo erra Mhylla. Alguns erram varias vezes antes de aprender algumas coisas né. — Disse ele bagunçando meu cabelo —Você acha que tive muito êxito quando escolhi ser estilista? Ninguém a não ser você e sua família me apoiou, e não tinha uma família para poder contar com eles. Mas nunca deixei que as pessoas me convencessem que eu não podia fazer o que eu queria. É impossível agradar todo mundo, ninguém consegue isso por mais que tente.

— Acha que ele vai me perdoar?

— Se ele realmente ama você... Então minha resposta é sim. Não dá pra odiar a pessoa que você ama por mais que você tente.

— Eu não sei o que fazer.

— Eu sei. O Neythan tem motivos suficientes para estar chateado com você, mas acho que deve procurar o Alexander e dizer tudo o que sente com relação a ele. Por mais que ele ache que é com ele que você deve estar, acho que ele vai entender, eu sinceramente não acho que o que ele sinta por você seja amor. Acho que a sua rejeição despertou alguma coisa no ego dele e ele não quer ficar por baixo só não sabe disso também. O amor não pode ser um sentimento tão egoísta

— Você acha que o Alexander é egoísta?

— Não dá pra viver sempre nas sombras do passado, as pessoas devem tentar superar por mais que o que tenha acontecido antes tenha sido marcante. Baseado em tudo o que você me contou, ele realmente amava a Melissa. Mas agora quem está aqui é a Mhylla, e quer ele queira ou não, vocês não são a mesma pessoa. Eu sempre penso que há alguém especial para cada pessoa, basta ter paciência que pode encontrar.

— Alam. Obrigada.

— Não tem que me agradecer. E... Sabe, pode contar comigo pra tudo.

— Tá. Agora vai antes que eu chore na sua frente — disse e ele sorriu, saindo e fechando a porta.

— Ah! Mais uma coisa. Se decidir escrever alguma coisa, pode me mandar por e-mail quando eu estiver fora.

— Farei isso.

Ele saiu e eu voltei minha atenção para o notebook, eu não queria ficar sozinha com meus pensamentos porque isso me levava a pensar no Neythan, eu ainda usava o colar e aquela pulseira (que na verdade era um amuleto) que ele tinha me dado. Ainda pensava no temperamento difícil dele quando nos conhecemos, nosso primeiro beijo, nossa primeira vez, a vez em que ele tinha me mostrado uma lembrança dele do jardim e quando fomos lá, quando tinha acontecido aquela bagunça na cozinha e minha mãe tinha o chamado para arrumar e tínhamos ficado sozinhos e eu acabei caindo da banqueta da cozinha de tanto olhar pra ele. E além de tudo; o sorriso dele, meu coração sempre acelerava quando pensava nisso.

Eu iria fazer exatamente o que o Alam tinha dito, só que agora teria que resistir às provocações do Alexander, e depois disso tentaria pela última vez conversar com o Neythan. Eu não poderia me lamentar para o resto da minha vida, a culpa tinha sido minha e eu teria que superar isso.

Toque De Sedução 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora