CAPÍTULO 12: REALIDADE

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Eu devia estar sonhando, pois não me lembrava como tinha ido parar na casa do Alexander ou mais especificamente no quarto dele; eu estava sozinha lá, virei até ficar de frente para um espelho e me surpreendi. Eu estava em um vestido vermelho rendado, meu cabelo batia até na cintura e apesar de serem tão escuros tinha um brilho que me fez ter certeza que não era eu. Meus olhos tinham um brilho azul intenso. A pessoa no espelho ao mesmo tempo era e não era eu, apesar de tudo ainda tínhamos alguma semelhança.

A porta foi aberta e dali saiu o Alexander, ele estava com uma camisa social branca aberta que mostrava todo o seu abdômen definido e usava uma calça preta.

— Que bom que acordou. — Disse ele vindo até onde eu estava e pegando delicadamente na minha mão e nos sentamos na cama.

— É... C-Como eu...

— Mais importante... Você está aqui. Não sabe o quanto estou feliz por isso.

— E-Eu preciso ir pra casa. Como vim parar aqui?

— Você desmaiou e eu ajudei você, foi um grande susto. — Disse ele tocando meu rosto delicadamente.

Pensei em recuar, mas ao invés disso a única coisa que fiz foi ficar parada, e eu não conseguia entender, era como se eu não tivesse controle sobre mim mesmo; na verdade era exatamente isso, pois acabei retribuindo o toque dele. Coloquei a mão sobre a dele, ele acariciou o meu rosto e acabei fechando os olhos com o toque dele, era tão... Macio, tão confortante e tão... Bom. Senti a respiração dele perto, abri os olhos e notei que ele me olhava como se esperasse alguma confirmação minha para o que ele estava prestes a fazer.

Ele aproximou o rosto do meu e me beijou tão profundamente que comecei a duvidar se era verdade ou se estava em um sonho, tudo ali parecia tão real, o toque, o beijo... Tudo.

Ele deslizou a mão pela minha costa e não sabia explicar por que... Mas queria que ele continuasse, na verdade não queria, uma parte de mim dizia que era errado e que eu estava esquecendo alguma coisa muito importante, mas era como se meu cérebro se recusasse a lembrar e queria apenas se focar naquele momento.

De repente me veio a mente algumas lembranças, o cabelo desgrenhado, os olhos hipnotizantes, o toque, o beijo... A nossa primeira vez... Neythan.

— Alexander? — chamei na tentativa de contê-lo, mas minha voz falhou.

Era isso que precisava lembrar: o Neythan. Eu o amava e se isso acontecesse iria magoá-lo. Chamei-o novamente, mas ele parecia não ouvir, tudo estava ficando nebuloso.

— Alexander! — finalmente consegui dizer, mas o lugar a minha frente tomou forma e percebi que estava no quarto do Neythan.

Ele estava parado ao meu lado me encarando, de repente ele levantou-se.

— Alexander?! — Ele perguntou em um tom de indignação — Agora você sonha é com ele?

— N-não é... É que... Eu...

Poderia ter tentado explicar, mas a verdade é que não conseguia; como poderia evitar de sonhar com alguém? Não conseguia simplesmente achar um jeito de explicar.

— Neythan...

— Esquece. — Ele disse abrindo a porta do quarto e saindo.

Pensei em ir atrás dele e tentar pelo menos pedir desculpas, mas não era essa a questão. Eu não tinha sonhado com o Alexander porque queria e ele teria que entender isso, não era como se eu estivesse ficando com o Alexander ou algo parecido.

Toque De Sedução 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora